Criminal Case | 02° Parte.

[revisão realizada em: 13/03/2022]

I

Após a longa noite com dois corpos encontrados. Washigton amanheceu com os noticiários apontando um novo assassino em série na capital.

Outro vez no IML, Demetria colocou um par de luvas descartáveis, enquanto Joseph balançava Alexa nos braços que dormia – manteve o rosto da criança perto de sua nuca e cobriu com um lenço seu rosto para não a expor.


— Podemos começar? — Joseph perguntou. — Vou falando e você acompanhando.

— Vamos lá. — Demetria respondeu e puxou uma gaveta.

— Essa é a primeira vítima que conhecemos: Sophie Anderson, 35 anos. — disse Joseph. — Encontrada morta após 14h de sua morte. Vítima de estrangulamento. Não foi possível certificar abuso sexual, qualquer indício pode ter sido perdido quando o assassino deu banho.


Joseph fez sinal para a próxima gaveta.


— Essa é a segunda vítima, a primeira da noite passada. Jade Campbell, engenheira, morta da mesma maneira. A diferença é que o assassino não deu banho, portanto, pude verificar que não houve abuso sexual. E, por fim... — Joseph mostrou a terceira gaveta. — Temos a nossa terceira vítima, que, na verdade, seria a primeira vítima dentre as três, Lisa Wapasha, também morta por estrangulamento, sem abuso sexual.

— A única vítima que ele banhou foi Sophie, talvez... ele pode ter a estuprado.

— Não tenho certeza disso, qual a razão que o levaria a fazer isso?

— Abuso não precisa de razões, Joseph... — Demetria mostrou-se brava.

— Sei disso, Demi. Não quis dizer o abuso, mas penso na possibilidade dos acontecimentos para ele ter feito isso com apenas uma já que podemos afirmar que ele tem um padrão: de vítima, de causa da morte. Não há nenhum vestígio de DNA, não há sêmen, não deixou nada para trás ou fora do lugar. Não foi constatado nenhum furto, os vizinhos não ouviram nada. O assassino, eu diria, não demostra violência antes de matá-las.

— Não acredito em crimes perfeitos, Joe. Precisamos de algo.

— O que eu posso dizer a você é que o assassino não tem força. — Joseph deitou Alexa em uma poltrona na sala. — As marcas no pescoço de Sophie, por exemplo, podemos ver onde as mãos do assassino se concentrou, onde ele apertou para matá-la. Aqui e aqui... — Joseph apontou para o pescoço e nuca da vítima. — Veja a diferença das marcas. — Joseph olhou para Demetria. — Permite demostrar os movimentos em você?

— Sim. — Demetria autorizou com um sorriso.


Joseph aproximou-se da inspetora, sorriu ao colocar seus cabelos para atrás da orelha, passou a mão pelo pescoço de Demetria com delicadeza – ela se arrepiou com o toque.


— Ele concentrou os dedos dessa forma...


Joseph colocou os dois polegares no pescoço de Demetria e os outros dedos em próximos a nuca. Apertou um pouco, sem pressionar nenhuma força.


— Ele apertava e depois afrouxava pela falta de força. — Joseph explicou. — Quando ele soltava suas mãos, a vítima voltava respirar e quando ele voltava a pressionar... — Joseph moveu suas mãos pelo pescoço de Demetria. — Naturalmente suas mãos não voltaram ao mesmo lugar, por isso, podemos ver que as marcas são diferentes em torno do pescoço.


Joseph afastou-se de Demetria. A inspetora passou a mão em seu pescoço, imaginando como seria aplicado tais golpes com força.


— Pode dizer se as vítimas sofreram?

— Sim, quando ele faz esses movimentos, a vítima sofre mais porque voltam a respirar e depois param. Sem falar as dores que sentem. — Joseph caminhou pelo laboratório. — Com exceção a nossa primeira vítima: Lisa. Com ela, o assassino não usou as próprias mãos, mas sim um cadarço. Podemos ver as marcas em seu pescoço e os vestígios que o assassino deixou no cabelo da vítima. Usando um cadarço, a morte dela foi mais rápida. De uma vez só.

— E se o assassino tiver força, mas deseja fazer isso lentamente?

— Acredita ser proposital o soltar e voltar a pressionar? — Joseph balançou a cabeça. — Então, não há dúvidas que estamos lidando com um sádico.

— Depende da raiva dele, talvez...

— Ah sim, nisso concordamos. Eu diria que, apesar de ele matar Sophie e Jade da mesma forma, ele matou Jade na mesma velocidade que Lisa. De uma vez.

— Pensando assim... — Demetria caminhou pelo laboratório. — Lisa e Jade não receberam cartas, não ganharam banho, a morte foi rápida... ele não “curtiu” matá-las quanto fez com Sophie.

— Sophie foi pessoal.

— Ele sentiu prazer em estar com ela. Já as outras... necessidade?

— Nosso assassino queria Sophie, já Lisa e Jade não.


Demetria olhou para o relógio de pulso e depois Alexa dormindo na poltrona.


— Preciso ir. — Demetria. — Qualquer novidade, ligue.


II

Demetria voltou para casa e Wilmer estava dormindo. Pensou em fazer o mesmo para compensar a noite de trabalho, mas já tinha inúmeros compromissos marcados.

Tomou um banho rápido e preparou um café puro para despertar. Wilmer despertou com a movimentação da casa, Demetria estava distraída encarando a rua pela janela, Wilmer abraçou-a e beijou seu pescoço.


— Bom dia, meu amor. — Wilmer. — Não te vi chegando.

— É porque cheguei agora pouco. — Demetria respondeu. — A noite foi longa, muitas coisas acontecendo agora.

— Então, vamos voltar para cama. — Wilmer sussurrou no seu ouvido.

— Oh, como eu gostaria! — Demetria abraçou e o beijou. — Infelizmente, preciso voltar para o escritório, porém quero dormir com você essa noite.

— Serei todo seu. — Wilmer beijou-a mais uma vez. — Talvez até fique doente... — Wilmer fingiu uma tosse seca. — E não vou poder trabalhar.


Ambos riram.


— Combinado. — Demetria. — Essa noite será eu e você.


Demetria deslizou a mão pelo corpo do marido e sorriu ao beijá-lo outra vez.

— Melhor eu ir antes que eu não consiga ficar longe de você. — Demetria.

— Não seria ruim, você sabe. — Wilmer riu.

— Posso imaginar que não. — Demetria. — Mas preciso ir...


Demetria despediu do marido com um longo beijo. Pegou sua bolsa e chave.


III

Quando manobrou o carro para estacionar frente ao prédio, Demetria avistou jornalistas em busca de mais informações. Ela conseguiu passar despercebidas por eles e entrou no prédio.

Ao chegar no andar onde trabalhava, Connor a recebeu dizendo que os parentes da vítima já estavam ali para os depoimentos requeridos por ela. Demetria assentiu e foi até a sala de reunião, Connor já preparou um painel de informações colhidas até agora.


— Ora, ora... — Demetria sorriu. — O que temos por aqui.

— Sim, tentei adiantar. — Connor sorriu. — Fiz o possível para manter as informações claras para a equipe.

— Pode apresentar, Connor, é o seu trabalho. — Demetria disse.


Logo outros oficiais entraram e a equipe designada para o caso já estavam reunidos na sala. Connor limpou o suor de seu rosto e iniciou:


— Nossas vítimas: Lisa Wapasha, 36 anos, Sophie Anderson, 35 anos e Jade Campbell, 32 anos. Pelo físico, já vemos semelhanças: todas são brancas, cabelos castanhos escuros e longos. Mesma faixa etária e, principalmente, bem-sucedidas nas suas carreiras. Eram solteiras e moravam sozinhas. Nosso T.I verificou mais cedo as redes sociais das vítimas e confirmou que todas tinham conta ativa no Tinder, estamos investigando os possíveis matches no aplicativo para tentar apontar se o nosso assassino as encontrou por lá. Já é um norte para seguirmos.

— Como funciona isso? — Demetria perguntou com seriedade.

— O tinder? — Joseph riu. — Nunca utilizou, Demi?

— Deveria? — Demetria desafiou-o.

— Não... — Ele respondeu ainda rindo. — Esquecemos que é casada. Bom, o tinder é um aplicativo de encontros. Para quem tem dúvidas, sim, eu uso. — Joseph deu de ombros. — Lá você analisa a foto da pessoa, dá um match, se a pessoa corresponder da mesma forma, vocês conversam, marcam um encontro e... o resto já sabem...

— Uau, Joe... você é um especialista. — Demetria tirou sarro. — Tudo bem, quero a lista de pessoas das pessoas que elas conversaram e se encontraram. É o mesmo homem, precisamos achar uma brecha aqui.


Após a reunião, todos dispersaram aos seus afazeres. Demetria, acompanhada de Connor, recebeu os familiares das vítimas. Conversaram por um tempo, recolheram depoimentos, porém, eram informações escassas: morava sozinha, não comentou sobre estar namorando, amava a carreira etc.

Demetria voltou a sala de reunião e encarou as fotos das vítimas no painel. Joseph entrou em silêncio, observou Demetria, mas não disse nada.


— Eu me vejo nessas mulheres. — Demetria quebrou o silêncio.


Joseph pegou duas xícaras de café – serviu uma para si mesmo e outra para Demetria. Aproximou do painel e esticou a mão para oferecer a companheira, ela aceitou e bebericou um pouco.


— Parando para pensar... — Joseph. — Pelo meu ponto de vista, você se enxerga nessas mulheres porque tem muito em comum com elas. Faz o tipo dele.

— Eu faço o tipo dele?

— Diria que sim, não posso dar certeza. — Joseph.

— O que você acha dele?

— Nosso assassino? Ele é um sádico sexual e machista, sem dúvidas, não é coincidência as vítimas terem o mesmo padrão comportamental, não só físico. Tudo em torno desses homicídios são padronizados, desde a escolha da vítima até o modo que ele executa. Metódico. — Joseph afirmou. — Ele gosta de ter domínio sobre as vítimas, por isso, não usa armas, mas sim a sua força natural.


Demetria escutava a opinião de Joseph atentamente. Voltaram a ficar em silêncio.


— Tive uma ideia. — Joseph. — Não sei se vai gostar.

— O que pensou? — Demetria perguntou curiosa.

— Muitas emissoras estão perguntando se faremos uma coletiva sobre o caso, devemos dar satisfações para o público e acredito que você deva conduzir a coletiva.

— Como é? — Demetria quase se engasgou com o café. — Por quê?

— Pelo perfil. — Joseph apontou para as fotos da vítima. — Você tem o mesmo padrão físico das vítimas. Seria uma provocação.

— Joe... — Demetria riu. — Eu te respeito como analista, mas nós nem temos um alvo para fazer provocação. Além de ser perigoso. É um tiro cego.

— Não, não, Demi, é um tiro certeiro. — Joseph aproximou-se dela. — Não temos um alvo certo, mas já estamos desenvolvendo um perfil.

— Ah, Joe... — Demetria balançou a cabeça. — Eu não sei.

— Demi, eu gostaria de tentar, mas só se você permitir.

— Teríamos uma chance...


IV

— Vamos ouvir agora a inspetora-chefe do caso que assustou Washigton nos últimos dias, Demetria Lovato, falará sobre os últimos homicídios...

— Boa tarde a todos, sou a inspetora Demetria Lovato, assumo a série de assassinatos descobertos no último dia na capital. Chegamos à conclusão esta manhã que estamos lidando com um assassino em série, pois todos os homicídios estão interligados. Ainda estamos apurando outras informações confidenciais, não falaremos mais sobre isso. Entretanto, gostaria de alertar as cidadãs para tomarem cuidado, nosso assassino ataca mulheres. Peço que tomem o máximo cuidado com encontros as cegas, se estranharem algo, alertem familiares, amigos e vizinhos. É um momento delicado para a nossa segurança e peço para que se tornem atentas.

Ao acabar sua declaração, Demetria se levantou e saindo andando sem responder nenhuma pergunta sobre o caso. Era uma declaração inicial. Entrou no banheiro e viu que sua blusa estava aberta, sendo possível verem seu sutiã vermelho. Fechou a blusa, prendeu seu cabelo e saiu andando.


V

Demetria chegou em casa e as luzes estavam todas apagadas, com exceção do quarto, foi até a cozinha e as panelas ainda estavam quentes, porém havia indícios que Wilmer e Alexa já tinham jantado.

Passou pelo quarto de Alexa e a criança estava dormindo, foi até o quarto e Wilmer estava deitado na cama lendo um livro.


— Chamei... — Demetria aproximou-se. — Não ouviu?

— Ouvi. — Wilmer respondeu sem desviar sua atenção.


Demetria começou a retirar sua roupa – desabotoando botão por botão de sua blusa, tirando sua calça de cetim com rapidez. Wilmer manteve-se firme lendo seu livro.


— Aconteceu alguma coisa? — Demetria estragou a falta de reação do marido. — Esqueceu o que planejamos hoje?

— Eu não esqueci de nada. — Wilmer respondeu com dureza. — Já você esqueceu de buscar nossa filha da escola. Outra vez.


Demetria fechou os olhos. Como pôde esquecer?


— Wilmer, eu realmente esqueci. — Demetria aproximou da cama. — Nossa, tantas coisas acontecendo recentemente. Eu realmente... não tem perdão, eu sei, mas as coisas realmente são difíceis para o meu lado.

— Você sempre esquece da nossa filha, não é? Esquece de buscá-la, esquece de levá-la para escola. Até mesmo a deixa na mão de desconhecidos na rua para investigar seus casos.

— Era um policial de confiança, ela estava segura. — Demetria disse tentando acalmá-lo. — Estou tentando achar um equilibro, Wilmer, você não pode ser mais compreensivo.

— E eu não sou compreensivo? Todas as vezes que você não fez, eu não fui compreensivo em fazer, em estar presente. Você parece mais preocupada com seu trabalho do que com sua filha, sua família.

— Não fala assim! Meu emprego não é qualquer coisa, precisam de mim lá quanto vocês precisam de mim aqui. De fato, eu esqueci de pegar Alexa, mas não diga como se eu estivesse desocupada, eu tenho meu trabalho.

— Também teria o meu... — Wilmer retrucou rindo. — Teria o meu trabalho se eu tivesse tempo e espaço para exercer, mas não consigo porque faço papel de dono de casa, enquanto você prefere salvar o mundo e esquece da sua família. — Wilmer largou o livro e se levantou nervoso. — Demi, eu não consigo manter meus empregos porque todos os dias abro mão para ficar com Alexa, para cuidar de casa, para que ela tenha um pai presente. — Wilmer balançou a cabeça. — Ela mal lembra que tem uma mãe.

— Ela tem uma mãe! — Demetria gritou. — Eu sou a mãe dela!


Demetria respirou fundo.


— Wil, você sabe que minha carreira é importante demais para mim, desde o primeiro dia e você topou entrar nessa comigo.

— Não estou com cabeça agora, Demi. — Wilmer. — Você acordou a Alexa.


Wilmer saiu andando, sentei-me na cama com o coração palpitando com força. Alexa chorava no quarto, mas logo parou. Wilmer foi acalmá-la.

Quando voltou para o quarto, encarou-me e tentou pegar um travesseiro, impedi com a mão.


— O que pensa que está fazendo, Wil?! — Demetria indagou.

— Vou dormir na sala.

— Não fazemos isso, lembra do nosso combinado? — Demetria pegou na mão dele. — Sempre resolver nossos problemas antes de dormir e dormirmos juntos. Na mesma cama, não importa o que aconteça.

— Não estou com cabeça para isso agora, Demi. Por favor.


Wilmer soltou a mão da esposa e se deitou no seu lado da cama. Apagou seu abajur e fechou os olhos. Demetria suspirou, apagou o seu abajur, mas não se deitou. Foi até a cozinha respirar fundo e voltou para o quarto, ajoelhou-se perto do criado-mudo do marido.


— Você tem razão. — Demetria disse. — Em partes, você tem razão. Eu reconheço que preciso ser mais participativa, mais atenta nas minhas obrigações com você, com a nossa família. Reconhecer mais seus esforços, seu amor por mim... Eu sei disso, Wilmer, eu penso nisso todos os dias, mas eu quero que você me entenda e me apoie quando eu digo que sinto o mundo despencar na minha cabeça.

— Eu te entendo, Demi, você sabe que sim...

— Então não faça isso conosco, Wil...


Demetria levantou e jogou a coberta para longe.


— Demi, por favor, não quero brigar com você.

— Quem disse que eu quero brigar? Não gosto de brigar com você!


Demetria se sentou no colo de Wilmer e tirou sua camiseta, começou a beijá-lo com paixão. Olhou-o por alguns segundos, ele sorria assustado com sua reação. Wilmer agarrou Demetria pela cintura e a pressionou contra seu corpo.

Rolaram na cama algumas vezes, Demetria sempre voltava a ficar por cima do marido. Ele arrancou seu sutiã e apertou seus seios com força, fazendo-a gritar. Ele fez sinal para que Demetria não fizesse barulho.

Wilmer afastou a calcinha de Demetria e ela pôde sentir seu pênis ereto e pulsando, ele a jogou para cama e ficando por cima, penetrou-a com delicadeza. Ela tentava controlar seus gemidos, enquanto Wilmer utilizava com mais força com sua mão esquerda no pescoço da esposa.


VI

Demetria despertou com seu alarme, Alexa dormia no seu lado da cama. Reparou que ainda estava nua, mas coberta pelo lençol.

Levantou-se com cuidado para não acordar a filha e, ainda sem roupa, andou pela casa procurando sinal do marido. Na cozinha, o café estava pronto na mesa e um recado próximo da xícara que Demetria usava.


Demi, fui chamado para cobrir um plantão na CVV (Centro de Valorização de Vidas). Não quis te acordar por isso, você dorme tão bem.

Obrigada pela última noite. Não esqueça que Lexa tem aula.

Eu te amo,

Wilmer.


VII

— Joseph! — Demetria bateu na porta.


Joseph permitiu sua entrada, Demetria pegou as luvas descartáveis.


— Ouvi dizer que ele está agindo rápido demais. — Demetria.

— Sim, ele está. — Joseph respondeu. — Ligamos mais cedo...

— É, estava ocupada com minha família. — Demetria sorriu. — O que temos?

— Anne Richard. — Joseph. — Ainda não finalizei a autopsia, mas posso afirmar que o procedimento é igual.

— Eu andei pensando... — Demetria. — Acredito que ele tenha algo que o faça ter pressa em fazer as coisas. Ele tem tempo para escolher e analisar as vítimas, mas para executar... ele tem pressa.

— Eu não te chamei apenas por isso. — Joseph disse um pouco desconfortável. — Chamei porque ele deixou isso no corpo da vítima, ainda não mostrei a ninguém porque tem seu nome.


Assustada, Demetria pegou uma carta na mão de Joseph que continha seu nome no envelope. Ela excitou algumas vezes em abrir, mas olhou para Joseph e tomou coragem.


Inspetora Demetria Lovato,

Sinto-me excitado quando ouço seu nome e ao mesmo tempo ódio ao ver seu rosto – é uma linha tênue difícil de me controlar. Você tem um belo rosto, mas não poder te tocar na maneira que desejo. Isso também me excita. Tenho vontade de tocar no seu pescoço com força. Matá-la de maneira lenta e que me excite. Porém, tenho que dizer que sua tentativa de me provocar não funcionou tão bem como planejou. O truque do sutiã não foi tão bom.

Não se sinta mal por falhar, valeu a pena te ver tentando. Ainda imagino sua voz implorando por vida, como Sophie fez. E sei que, como Lisa, a aliança de ouro no seu dedo não vale nada, um mísero pedaço de ouro de um relacionamento que você não merece. Sei que não merece.


Demetria lançou a carta para longe e começou a se tremer, ajoelhou no chão e começou a chorar. Joseph buscou a carta para não ser contaminada e leu rapidamente. Balançou a cabeça assustado.

Aproximou-se de Demetria e abraçou-a.


— Fique calma.

— Calma?! Ele falou comigo! Falou meu nome, falou seu desejo doentio de me matar, me tocar... — Demetria dizia com nojo. — Comigo!

— Vou mandar analisar a caligrafia mais uma vez, mas a provocação que fizemos funcionou, Demi.

— Sim, Joe, ele me notou e eu tenho um grande alvo na minha testa.


VII

O telefone de Demetria começou a tocar, ela despertou com os olhos doloridos e atendeu o telefone sem muita vontade.


— Demetria Lovato.

— Inspetora, temos outra vítima.

— Connor, resolverei isso amanhã. Não estou com cabeça para isso.

— Desculpe, inspetora, mas a vítima está viva.

— Como é? — Demetria se levantou com um impulso.

— Está em cirurgia, estado crítico, mas ainda está viva. Já temos oficiais no hospital fazendo escolta para sua proteção. Aguardamos informações.


Demetria saltou da cama e correu para pegar alguma roupa no armário, Wilmer despertou e seguiu-a até o banheiro.


— Demi, o que aconteceu?

— Meu amor, desculpe-me por te acordar. — Demi disse animada. — Eu preciso ir agora, mas voltarei pela manhã para levar Alexa.

— Demi, depois da ameaça, você não deveria... tomar mais cuidado.

— Estou tomando, Wil. E é pela ameaça que ainda faço isso.

— Demi. — Wilmer abraçou a esposa. — Não faça isso, é perigoso!

— Eu preciso, Wil, eu preciso!


VIII

Ele olhava as fotos em modelo polaroid e as desliza entre uma mão e outra. Sua boca salivava encarando as fotos. Sua favorita ainda era de Sophie, colocou em cima da mesa as outras e manteve sua atenção para os olhos negros de Sophie, pegou a calcinha da vítima que tinha levado consigo. Ele a dobrou, cheirou-a e passou pelo seu rosto. Seu coração bateu mais forte.

Reuniu todas as fotos novamente e observou o detalhe de cada uma: Lisa, Sophie, Jade, Anne... os olhos penetrantes de cada uma, os lábios carnudos e macios. Ele poderia sentir.

Era excitante vê-las, seu pênis pulsava por baixo de sua calça. Ele abriu-a, sorriu e acariciava seu próprio pênis sem desviar o olhar das fotos. 


[CONTINUA]

2 comentários:

  1. olá, mirela! finalmente eu arranjei tempo para ler algo daqui! Comecei por essa história por seu mais recente e curtinha e olha eu já to toda envolvida na história. Demi rainha independente, adoro personagens femininas fortes, ela me lembrou a Olivia Benson de law and order (inclusive amo qualquer coisa relacionado ao criminal, só na ficção mesmo).
    Minha suspeita é de que o Wilmer é o assassino pois: os crimes do cara são motivados por misoginia e o Wilmer parece se irritar bastante com o fato da demi ser mais bem sucedida do que ele e tals, então ele meio que é obcecado por ela ao mesmo tempo em que a odeia e sai matando mulheres que se parecem com ela para se vingar?? essa é a minha teoria.
    Os pontos que eu queria falar sobre o primeiro capítulo, você já consertou nesse (tipo vc trocava umas palavras por outras tipo ao invés de sua, tu bota são) ai eu ia falar para tu ficar mais atenta, mas o erro não ocorreu aqui.
    por fim, to gostando dessa minific. atualiza logo <3
    ☼ Intimorato

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    1. Eu amo series e filmes criminais, amo law & order, amo a Olivia.
      Sim, a Demi é maravilhosa nesse curta e eu me inspirei muito na personagem Stella Gibson de The Fall.
      Irei corrigir assim que possível os tais erros do primeiro capitulo e obrigada por avisar.
      Beijos, Métis.

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