03 abril 2015

Bad Blood | 15° Capítulo.



— Na última vez que nos sentamos aqui, neste mesmo banco, a Taylor chegou e nos abraçou, depois falamos do professor Jacob... — Selena disse cabisbaixa.

— É... e nenhum dos dois estão aqui. — Miley respondeu.

— Miley, nunca conversamos sobre isso... O que você pensa sobre tudo o que está acontecendo? Acha que a Taylor desapareceu ou ela morreu, são tantos mistérios na vida dela... sabe, quando ela estava por perto, eu era capaz de sentir que eu era a melhor amiga dela, mas agora eu sinto que mal a conhecia e que as coisas que eu sabia eram coisas tão banais e comuns. Nada que dissesse realmente que éramos melhores amigas.

— Calma, Sel, independente do que acontecer ou o que está acontecendo, ela está viva e deve estar pensando em nós e nós devemos pensar nela. — Miley abraçou-a. — E tudo isso que está nos perturbando sobre a “verdadeira Taylor” não vai sair barato, Taylor terá que justificar tudo e iremos cobrá-la disso.

***

— Professor Jacob. — uma voz feminina o chamou e o cutucou. — Selena.. lembra?

— Oh, claro, como vai, Selena? — disse simpático. — Claro que lembro.

— Vou bem... — Selena respondeu e olhou para a mão do professor. — E você? Feliz por, talvez, ser papai?


Jacob olhou para a própria mão e viu que segurava dois testes de gravidez e colocou numa pequena cesta buscando disfarçar. Ele sorriu e ignorou a pergunta da jovem.


— Faz o que aqui. Já está muito tarde, cuidado para não perder o toque de recolher.

— Ah sim, vai dar tempo. — Selena respondeu. — Vim comprar um remédio para alergia.


Jacob não respondeu, apenas deu um sorriso e já era o próximo para efetuar o pagamento. Assim o fez, pagou os dois testes que carregava, despediu-se de Selena e saiu da farmácia em passos largos, não queria encontrá-la fora. Entrou em seu carro e colocou a sacola no banco passageiro, pelo retrovisor do carro, observou Selena que já se distraíra desse encontro. Suspirou aliviado. Teria que tomar cuidado nos próximos dias caso Selena venha a comentar com outra pessoa sobre suas compras na farmácia.

Em dez minutos já estava na casa de Ed para mais uma aula, estacionou seu carro ao lado da caminhonete marrom do rapaz e subiu os poucos degraus para bater na porta.


— Jake, olá! Pode entrar. — disse Edward. — Taylor e eu estávamos te esperando, estamos nos aquecendo na varanda. — comentou com um sorriso.

— Trouxe o que eu pedi? — perguntou Taylor.


Edward segurou o violão que Jacob carregava consigo junto á sacola da farmácia. Sentou-se no sofá e começou a afinar o violão, enquanto Jacob entregava a sacola à Taylor. Ela abriu a sacola, suspirou e disse:


— Não sei o que faço agora. Estou sem vontade de fazer xixi.

— Beba água... — respondeu Edward, rindo.

— Se der positivo... você sabe quem é o pai, certo? — Jacob perguntou curioso.

— Por incrível que pareça, ela não sabe. — Edward respondeu pela amiga. — Uma pena a ciência não ter avançado o suficiente para dizer quem é o pai logo no teste, resta aguardar para saber entre as duas pessoas que ela tem dúvidas...

— Ed, por favor, não fala essas coisas... — interrompeu-o triste. — Profes... Jake! Venha comigo que irei te pagar.


Taylor subiu as escadas e Jacob a seguia pela casa, entraram em um quarto que, pela decoração improvisada, era dela. Tinha um gato em sua cama onde Taylor deixou a sacola da farmácia. Ela pegou sua carteira na escrivaninha e entrou ao Jacob algumas notas, sem verificar a quantia ou perguntar quanto custou.


— Ele é sempre tão duro com você dessa forma? — Jacob perguntou sobre Edward.

— Não... ele é um cara maneiro e um doce de pessoa, mas está estressado esses dias. Até mesmo comigo e... eu entendo... — Taylor suspirou. — Ed sempre foi um amigo que me puxou de volta a realidade e eu preciso dele assim.

— Entendo... — sorriu. — Encontrei uma colega sua na farmácia... acredito que seja sua amiga porque já vi as duas juntas algumas vezes. Uma morena, cabelos longos... Selena!

— Você disse alguma coisa para Selena? — Taylor pareceu preocupada.

— Claro que não, ela sequer desconfiou... Acredita que seja para mim... quer dizer, para minha esposa ou algo assim... — deu risada.

— Você é casado? — Taylor perguntou.

— Não, sou solteiro. — Jacob respondeu ainda rindo. — Não tenho esposa, por isso achei graça na situação. Não seria algo que faria da forma que fiz...

— Não sei nada sobre você... — comentou Taylor pensativa. — E você está sabendo tanto sobre mim nas últimas semanas.

— Melhor mantermos dessa forma. — respondeu Jacob. — Não tenho nada a dizer sobre mim... — respirou fundo e olhou para a sacola. — Deveria fazer o que Ed disse, beba água e faça o teste.

— Estou com medo. — desabafou. — Em toda a minha vida, soube o que fazer, soube lidar com tudo e estar um passo à frente as situações. Agora fujo de tudo, não sei nem... as dúvidas que me rondam me deixam ansiosa demais...

— Taylor, nunca vamos conseguir controlar tudo em nossas vidas, coisas acontecem e fogem do nosso controle. É normal. — tocou no ombro de Taylor. — O importante é você saber lidar com o agora, não pensar nos movimentos dos outros, controlar a situação como você faz. No momento, só há uma coisa que você deve fazer... Depois é uma coisa de cada vez...

— Vou tentar... — ela sorriu aliviada com as palavras. — Você é um professor, ator e bom conselheiro. O que mais posso saber sobre você?

— Sou um livro aberto... Tente me ler...

***

Desbloqueou seu celular e olhou as últimas chamadas – não tinha nada. Antes de entrar em sua casa, olhou a caixa postal ao lado da porta a procura do tal mandato e também não tinha nada. Ele riu da covardia do irmão, não enviara nada, suas palavras apenas foram ameaças soltas aos ventos. Empurrou a porta com força e estavam sentados na sala John e Katheryn, pareciam a espera do caçula para uma conversa.


— Jared, onde esteve o dia inteiro? — John indagou levantando-se.

— Não sabia que tinha que dar satisfações agora dentro da minha casa... Não posso sair? Tenho uma vida fora daqui, sabia? — Jared respondeu nervoso.

— Jared, meu irmão, quero conversar com você de forma amigável. — John aproximou-se. — Não conversei com Johnny o dia inteiro, mas quero conversar com você... Entender o seu envolvimento com Taylor para que eu possa te proteger.

— John, pare de falar sobre a Taylor. Vocês ainda não entenderam que não quero falar sobre ela com vocês? Eu não quero falar disso com vocês! Não vou falar nada sobre!

— Só quero que me diga o que você pode, apenas um pouco sobre isso para entendermos toda essa situação que estamos... Não quero meus irmãos brigados por uma garota qualquer como ela. Pelo amor de Deus, Jared, pare de ser orgulhoso por um minuto e nos deixe te ajudar...

— Não fale da Taylor dessa forma. — Jared avançou e apontou o dedo no rosto de seu irmão. — Nunca mais fale assim dela! Você não a conhece para dizer isso. Façam o que vocês quiserem, eu não me importo. E você, John, mais uma vez seguindo os passos do Johnny. Siga sua cabeça uma vez na vida.

— Jared, meça suas palavras. Está nervoso, não irei cair na sua pilha... Só quero te ajudar!

— Não quero sua ajuda, eu não fiz nada de errado para precisar da ajuda de vocês. Isso que vocês se negam a entender...

— Sendo assim, não consigo te ajudar!


John balançou a cabeça negativamente e saiu da casa. Jared olhou pela janela e observou o irmão andar pela rua estressada, mexia no próprio cabelo e chutava a grama dos vizinhos, parecia sem rumo. Jared apenas bufou, tirou sua jaqueta de coro, subiu as escadas e entrou no seu quarto. Ouviu um barulho de motor de moto, era John ainda com sua moto.


— Johnny II.... — disse com raiva. — Idiota! — gritou batendo no vidro da janela.

— Não sei se vale a pena ficar assistindo briga de família por um emprego. — comentou Katheryn na porta do quarto de Jared.

— Podemos brigar também, então, você pode sair daqui! — respondeu com raiva.

— Não tenho para onde ir, então, acho melhor ficar aqui....


Katheryn entrou no quarto de Jared olhando todos os detalhes que tornava aquele espaço, o espaço do irmão caçula que sempre ouviu falar. Ele era o problema, segundo os irmãos mais velhos. Jared não se importou com a presença dela e tirou sua roupa, ficando apenas de cueca a procura do seu moletom.


— Katy, certo? — Jared aproximou-se dela. — O que quer?

— Talvez não seja ruim ficar aqui só com você essa noite, enquanto eles resolvem o problema...


Jared sorriu, gostou daquelas palavras. Ele passou a mão no rosto de Katheryn, achava aqueles olhos azuis lindos desde o dia que a conheceu. Ela aproximou-se do rosto do rapaz e o beijou lentamente, enquanto cariciavam o corpo um do outro. Aqueles toques se tornaram mais intensos, eles ultrapassaram a linha do respeito entre os irmãos que deixara aquela casa e Jared esqueceu, naquelas horas em que explorava o corpo de Katheryn, do desaparecimento de Taylor. Já Katheryn, sentia-se viva pela primeira vez em muito tempo, Jared tomou-a para ela com fervor e paixão que lhe faltava nas noites que se deitava com John. Os lábios de Jared explorou cada parte do seu corpo e aquela noite que passaram juntos se tornaria, num futuro, um arrependimento que eram incapazes de sentir naquele momento de excitação que beirava a catarse.


[CONTINUA]

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