domingo,
26 de novembro
Era
manhã de domingo quando o sol gélido de inverno invadiu um pequeno loft
concentrado em Brooklyn, Nova Iorque – conhecido como o outro lado da cidade. O
aroma do café puro pairava por todo o ambiente e despertou Jacob Gyllenhaal de
seus pensamentos matinais.
Jacob,
ou melhor, Jake, era um homem com seus trinta e poucos anos, olheiras amostra,
mãos ressecadas pelo trabalho com mármore e os braços grossos e musculosos
proporcional ao seu corpo definido. Ele organizou uma pequena parte do balcão
de sua cozinha com canetas, sua agenda e rosquinhas da noite anterior. Ele
provou e aprovou o gosto, serviu a si mesmo o café puro, fresco e quente.
Apreciou seu café da manhã observando a vida de fora no Brooklyn e os pequenos
indícios de que o inverno chegou, mas não era nada que o preocupasse.
Abriu
sua agenda, pegou uma caneta preta e fez algumas anotações, enquanto saboreava
a rosquinha. Sua intenção para aquele domingo de folga era continuar o projeto
que desenvolvia para Woods Bagot – empresa de arquitetura que trabalhava. No
lado de fora do prédio, ouviu movimentos na escadaria e outro barulho
sorrateiro na porta, olhou e viu que o carteiro estava entregando as
correspondências semanais.
Aproximou-se
da porta de entrada e recolheu todas as correspondências e foi separando as que
abriria e quais jogaria direto no lixo, estava listado cartas promocionais de
banco que nunca ouvira falar, panfletos de imóveis ou de planos de saúde.
Jogando a maioria no lixo próximo à pia da cozinha, deixou cair uma
correspondência de aparência diferente, deparou-se com um envelope de papel
pardo escrito á mão Jacob Benjamin Gyllenhaal – ele mesmo, com uma caligrafia
que jamais se confundiria. Sentiu seu coração acelerar mais forte, girou a
carta e tinha as iniciais que fizeram suas mãos tremerem e suarem: T.S.
Sentou-se
na bancada e hesitou três vezes em abrir o envelope, não conseguiu organizar
seus pensamentos, mas a curiosidade falou mais alto e abriu o envelope com a
faca.
“Querido
Jake...”
Iniciou
a leitura, mas parou. Sentiu-se fraco, como se sua pressão caísse com aquelas
palavras. Mesmo após tantos anos, ela ainda era uma pessoa que poderia chamá-lo
de Jake com tanta intimidade e de maneira envolvente, mesmo que seja por
palavras. Ele repousou a carta sobre a mesa e bebericou mais um gole de café,
suspirou e voltou a carta.
“Querido
Jake,
Acredito
que esta carta lhe encontrara com muitas dúvidas: como achei seu endereço ou
porque estou escrevendo para você depois de tanto tempo, mas saiba que irei
responder todas essas questões, eu prometo. E você sabe que sempre cumpri com
minhas promessas, não é?
Bom,
ainda temos amigos em comum e eu pergunto sobre você para eles. Se você está
bem, se você está feliz e realizado, eles me dizem que está bem, que cortou seu
cabelo e parou de deixar a sua barba crescer, está focado nos seus projetos e
entre outras coisas. Confesso que soube que você estava praticando ioga e não
acreditei, mas imaginei muitas vezes como seria e isso me fez rir sozinha
durante vários dias. Enfim, mesmo após nosso término, saber do seu bem-estar
foi uma coisa que sempre me certifiquei em saber por que ainda me importo com
você.
Eu
não mandaria essa carta se não fosse importante para mim e você sabe o quanto o
nosso amor foi intenso e significativo. Nunca fomos os mesmos depois de tudo, nós
sabemos disso. E por tal sentimento, quero contar minha visão da nossa relação
porque, no final das contas, é importante que saiba que, apesar dos nossos
erros, dores, tentativas fracassadas de tentar fazer com que déssemos certo,
deu certo de alguma forma.
E
neste momento em que lhe escrevo, posso dizer com tamanha tranquilidade que
nunca amei uma pessoa como amo você, tanto antes como agora. Você foi a pessoa
que me dominou por completo e removeu bloco por bloco até acessar meu coração e
minha alma por totalidade. Você me desarmou e viu o melhor em mim mesmo nos
piores momentos, ganhou-me para sempre.
Recordo-me
muito bem que nos conhecemos em um trem de Washington para Nova Iorque, você se
sentou ao meu lado no último vagão e cheirava a café, já eu cheirava a
inocência, como você contou meses depois. Era madrugada e eu dormi no seu ombro
por quase toda noite, cerca de seis horas. E você, como desconhecido, aceitou e
acolheu-me bem.
E
acordei assustada ao anunciarem que ocorreu um acidente no trem afrente do
nosso e ficamos parados em um túnel por quase duas horas até que o trem
voltasse a circular. Sonolenta, você me explicou o que havia acontecido e eu
pedi desculpas. Primeira vez que sorriu, dizendo que não tinha nenhum problema,
mesmo que eu tivesse babado no seu ombro – e eu duvido até hoje que isso tenha
acontecido. Você se apresentou como Jacob, eu menti que meu nome era Andrea,
usando o nome de minha mãe por pensar que seria a última vez que te veria.
Estava
errada.
Dividimos
um lanche que guardava na minha mala e conversamos até chegarmos em Nova
Iorque, você pediu para dividirmos um táxi para continuarmos a nossa conversa
que era sobre incidentes em viagens, programas de televisões e experiencias da
vida.
Disse
que eu era uma mulher bastante desconfiada por ter colocado o seu endereço
antes do meu para que o taxista levasse você ao seu destino primeiro. No
caminho, você apontou para um prédio perto de Flushing e disse que tinha
desenhado o escopo dele, pois era arquiteto. Depois, recomendamos filmes,
livros e peças teatrais, mas você disse que não se lembraria de todas as
indicações e que eu também não decoraria tudo e que gostaria de saber se iria
assistir de uma vez por todas Casablanca porque você adora este filme, tomou
coragem e pediu meu número de telefone para que possávamos conversar mais. Eu
concordei, mas você verificou na minha frente para saber se o número era
verdadeiro. Provavelmente seria o terceiro golpe que daria em você naquele dia,
mas naquela altura, enquanto passávamos por Dumbo, já tinha me encantado por
você.
Três
dias depois, você me ligou e descobriu que não sou a melhor pessoa para atender
números desconhecidos, mas cinco dias depois, atendi o número insistente e você
me convidou para sair, mas eu te levei para uma feira de artefatos e
encontramos algumas amigas minhas. Ainda assim, você continuou sorrindo e
interessado, até comprou uma peça de cerâmica grega que ficou como decoração em
cima de sua geladeira. Você insistiu que precisávamos sair outra vez, dessa
vez, você escolheria o lugar. Pediu uma chance e, naquela época, era o
suficiente.
E
naquela noite, quando me beijou, fui honesta com você em dizer que não era tão
boa em relacionamentos ou com pessoas, eu tinha medo de ter as mesmas dores de
cabeças que a maioria das pessoas têm, mas você me disse que compartilhava das
mesmas crises e frustrações, mas que o encontro no trem não teria sido por
acaso. Naquele momento era verdade e sabíamos que o destino tinha nos colocado
ali.
Não
sabíamos onde iriamos parar, ainda não sabemos se a nossa história acabou, de
fato. Eu creio que não porque eu ainda escrevo para você e ainda penso em você.
Apesar de tudo, a culpa não foi somente sua e lamento ter demorado tanto para
te dizer isso.
De
qualquer forma, senti a sua falta, Jake.
T.S.”
Jake
dobrou a carta e notou que lágrimas escorreram por seu rosto, ignorou limpando
com a manga do moletom que vestia. Ele abriu novamente a carta e releu alguns
trechos específicos de maneira rápida e balançava a cabeça negativamente. Não
conseguia acreditar ou controlar a forma que seu coração palpitava em seu peito,
mas ainda sabia que ela conseguia dominar sua mente com tantas lembranças de inundaram
sua cabeça durante todo aquele domingo.
Hesitou
em jogar a carta no lixo junto com as outras correspondências, mas não
conseguia completar o movimento. Apegou-se a ela. Colocou novamente dentro do
envelope e guardou dentro da agenda que estava no balcão.
Decidiu
não pensar nisso, mas era impossível. Há muito tempo se negou a ouvir o nome
dela, mas agora ela estava ali por completo na sua frente. Outra vez, dominava
seus pensamentos e trazia uma turbulência de emoções que ele se negou a sentir
por tanto tempo.
domingo,
03 de dezembro
Jacob
despertará com massagens em seu peitoral, abriu os olhos ainda sonolento e
olhou para a morena que esfregava o rosto em seu peito.
—
Bom dia. — ela disse manhosa e com um sorriso. — Como você está?
Ele
respondeu que bem, bocejou duas vezes e afastou-se para levantar-se da cama.
Jacob a olhou nua e foi até a cozinha questionando-se como foi que sua
ex-namorada voltou para a sua cama. E a resposta não era difícil, ainda na
segunda-feira daquela semana encontrou-a no restaurante onde frequentavam
quando eram um casal e ele sabia que a encontraria lá depois das 17h. Seu nome
era Daniela Melchior, pronunciado com um sotaque português único, olhos azuis,
sorriso largo, corpo escultural e uma delicadeza no modo de falar, andar e se
portar que fez com que Jacob não a levasse a sério depois de nove meses de
compromisso assumido.
E
teria continuado assim se aquela maldita carta não tivesse sido enviada a ele,
e mais, se ele não tivesse atirado a carta em seu triturador de papel e tê-la
perdido para sempre. O pior, Jacob sentia muito pela perda daquela
correspondência, bem mais que o término com Daniela, mas lá estava Jacob na
segunda-feira às 17h no 230 Fifht disposto a tirar toda aquela dor da ferida
que reabriu em seu peito. E lá estava Daniela Melchior, tão bela quanto ele
mesmo lembrava, com uma taça de vinho tinto na mão conversando com todos em sua
volta, mas foi quando seu olhar cruzou com de Jacob Gyllenhaal que ela sentiu
que seria diferente – outra vez.
Conversaram
a noite inteira e se embebedaram juntos, contando as novidades de uma vida que
já não compartilhavam juntos, mas que romperam tão amigavelmente que foi fácil
se laçarem um nas graças do outro. Jacob a convidou para terminar a quarta
garrafa de vinho em sua casa e Daniela aceitou, sabendo que eles terminariam no
único lugar em que se davam bem: na cama. Já que fora daquele lugar, Daniela
enfrentava um homem machucado e indisponível para um relacionamento, fechado
para si mesmo sem conseguir contar sobre seu passado que, segundos os amigos
dele, tinha nome e sobrenome: Taylor Swift, mulher que Daniela pesquisou
arduamente pela internet e encontrou uma bela jovem loura que trabalha próximo
de Tribeca em um escritório de finanças bem-conceituado. Pelas fotos e
depoimentos dos amigos de Jacob, ela o conheceu um ano após o término deste
casal e, mesmo após este tempo, ele ainda se encontrava frágil. Daniela o
respeitou durante toda a relação, queria que aquele muro que a impedia de
acessar seu coração caísse sem que ela precisasse derrubar, mas o fim do
relacionamento deu-se porque era impossível para Jacob se abrir.
No
mais, Daniela era uma mulher madura, independente e, apesar de nova, era focada
em construir sua carreira – e tão madura que sabia que era demais para aguardar
sua vez em um coração que já tinha dona. Mas ali estava ela por alguma razão,
com saudade daquele apetite sexual que somente Jacob carregava em si e ela
sabia, no momento que o viu, que ele queria o mesmo que ela.
Jacob
vestiu um calção velho e a olhou algumas vezes pouco sem graça, parecia
esconder algo. Ela o observava como uma criança que aprontou, como se ela se
importasse sobre o que fosse. Ela riu sozinha e ele a olhou confuso, mas
anunciou:
—
Irei preparar um café para nós, espero que goste de crossaints.
— Na
verdade, já estava indo... — sorriu. — Mas aceitarei o café.
Talvez
tenha sido uma tentativa de provocação ou um velho hábito guardado dentro de
si, mas Daniela vestiu o moletom da Boston University de Jacob, que ele vinha
usando como pijama a semana inteira e seguiu-o para cozinha, sentou-se na
bancada e assistiu-o preparando o café da manhã quieto.
O
ambiente estava agradável, o barulho da chaleira junto a vista dos primeiros
flocos de neve caindo no lado de fora da janela, deixou aquele momento mais
relaxante. Mas para Jacob, foi interrompido com as chegadas das
correspondências semanais que foram despachadas no chão de madeira de seu
apartamento. Daniela levantou-se e se ofereceu para recolher, mas Jacob a
impediu e foi na frente.
Ele
recolheu todas as correspondências e começou a organizá-las no que era lixo e o
que era para ele, por dentro, torcia para que não encontrasse outra carta
daquela – uma vez que ainda não se recuperou do grande soco no estômago da
última semana. Porém, o arrependimento de ter triturado a outra foi tão grande
que esperava mais uma para guardar, mesmo sabendo que não merecia nenhuma outra
porque não respondeu a primeira. E este já era outro arrependimento.
Estava
ali, outra carta em seu nome para ele. E Jacob tremia ao segurá-la como se
fosse uma espécie de bilhete premiado. Foi até o banheiro e encostou na parede,
abriu para iniciar a leitura.
“Jake,
se você leu a outra carta até o final, sabia que eu entraria em contato com
você novamente, mas como não posso saber se a primeira de encontrou e se está
aqui também te encontrará, prefiro acreditar que sim. Então, você está lendo.
O
frio chegou definitivamente em Nova Iorque e sempre foi nossa época do ano
favorito. Lembro-me de irmos praticar snowboard juntos e como eu era péssima
neste esporte como em qualquer outro que já tenha tentado. Já você era tão bom
que me fez lembrar de quando sua mãe me contava sobre os pontos que fazia
quando jogava na liga de futebol na sua infância, suas fotos eram graciosas
segurando medalhas e troféus com óculos de grau quadrados que escondia seus
olhos azuis. E me faz pensar, você me contava sobre o seu passado acreditando
que eu seria seu futuro, fazendo com que eu me desarmasse totalmente para você.
Perguntou-me
sobre minha família com que já não morava há um ano, contei-te que tinham
falecido e também dos meus medos, minhas dores... No final, você me leu por
completo.
Não
há nenhum arrependimento nisso.
Nós éramos
muito bons juntos e em algum ponto erramos um com outro, perdendo uma sintonia
que não entendia muito bem. Não sei, talvez tenhamos nos perdidos nas traduções
das palavras, nas entonações de nossas vozes e de gestos nebulosos, mas nós
ainda estávamos lá e eu me lembro muito bem. Éramos uma obra de arte valiosa
demais, até que você arruinou isso com o pretexto de que seria honesto comigo
outra vez, e outra vez.
E eu
também arruinei tudo isso quando perdi o que nunca dei um nome. Pelo menos,
nunca tive coragem de fazer isso: dar um nome a algo que nunca soube o que
seria. E depois daquilo, tudo mudou porque eu mudei, já não era uma jovem
inocente e você tentou buscar essa pessoa de tantas formas sem notar que ela
também tinha partido junto ao que seria a melhor coisa de nossas vidas. Eu caí,
desabei, desmoronei e, de certa forma, morri.
E
ouvi que eu me tornei alguém suficientemente desprezível que suguei sua luz e
atirou-nos para uma escuridão do qual nunca soube o que era.
Se
eu não sabia o que era essa escuridão, você soube o que era luz. E me tirou de
tudo isso, fugindo comigo para tão longe que não tinha mais ninguém do que nós
e eu me senti eu novamente, aquela pessoa por quem você se apaixonou mesmo que
por poucos dias. Mas não era a pessoa que me tornei e isso me destruiu. Eu
estava feliz com você ao meu lado, dividindo a cama comigo, acariciando meus
cabelos e dormindo tão colado ao meu corpo que eu conseguia sentir seu coração
batendo junto ao meu – era nosso amor renascendo outra vez.
De
todas as viagens que já fiz, encontrar com você naquele trem foi uma das minhas
prediletas, mas estar com você nesta viagem em que nos reconectou, sem dúvidas,
foi a minha favorita, porque você esteve lá me amando quando já não restava
nenhum amor por mim. E criou um mundo tão paralelo ao que eu vivia, que não
existia dor ou sofrendo, nós eramos felizes e mais nada nos machucaria. Não
mais.
Por
fim, tem uma citação que sempre me remete à você, de um dos meus poetas
favoritos que diz: “tão bom morrer de amor e continuar vivendo...”, pois foi o
que aconteceu conosco. Eu morri naquele momento, mas vivi por conta do nosso
amor.
E é
nisso que ainda quero me agarrar, Jake.
T.S.”
As
memórias daquela viagem tomaram os pensamentos de Jacob, que reproduzia cada
momento em sua mente e, de repente, conseguia sentir o cheiro de Taylor. Ele
poderia implorar para superar, mas não conseguia. O sentimento era tão agridoce
que o confundia. E ele concordava com ela, sentia suas palavras, mas não era
mais real.
Ele
guardou a carta dentro do envelope e guardou com delicadeza na segunda gaveta
da pia do seu banheiro. Saiu e Daniela o encarou desconfiada por sua demora,
disse que o esperava por dez minutos, mas nenhum dos dois decidiu por alongar o
assunto.
Jacob
terminou de preparar o café em silêncio, como se estivesse sozinho, mas ao
virar para a bancada, Mariana contava uma história sobre um colega de trabalho.
Jacob sequer conseguiu prestar atenção, mas sorriu de maneira amigável para ela
prosseguir e, quem sabe, ajudasse a entender.
Por
um impulso, Jake interrompeu-a e disse:
—
Quer passar a dia comigo? Sinto que temos tanto o que conversar.
— Eu
tinha um almoço marcado com alguns amigos.
—
Desmarque e fique comigo! — ele retrucou. — Está muito frio para ficar na rua e
eu quero sua companhia.
Daniela
hesitou em respondê-lo, pensou em negar novamente, mas sentiu que talvez o muro
impenetrável do coração de Jacob tenha rachado e, no fundo de seu coração,
Daniela queria acessar este lugar. Ela aceitou e os dois encomendaram um almoço
no restaurante japonês favorito deles na região e ficaram debaixo dos edredons
o dia inteiro assistindo uma maratona de filmes de ação em que discutiam
diálogos e reviravoltas.
Jacob
abraçou-a com força e troca beijos e caricias, ela tentava resistir aos toques,
mas eram bons demais para se importar os motivos para aquilo, mas no final da
noite, Daniela decidiu partir porque tinha que resolver pendencias para a
segunda-feira que vinha.
E
durante a semana, Jacob sonhou com Taylor na mesma intensidade que pensava nela
quando acordado – só tinha ela em sua mente. Nem sempre eram pensamentos
positivos e não entendia a razão para tudo aquilo, não tinha como entender.
Calou-se novamente à correspondência.
domingo,
10 de dezembro
Amanheceu
no Brooklyn já fazia horas e Jake ainda estava na cama, sentindo-se exaustado e
acordava com ressaca – dor de cabeça e muscular, mal-estar e, também moral.
Passou a semana inteira atolado de trabalho e não conseguiu finalizar seu
projeto como planejava, pois sua cabeça estava muito longe de qualquer cobrança
e, ao invés de ir para casa descansar, Jacob saiu á noite durante toda semana
pensando que, se estivesse entorpecido de alguma forma, ajudaria a desligar sua
mente.
O
celular vibrava no outro lado da cama e ele despertou, irritado, desligou e
voltou a deitar, mas não por muito tempo, seu celular tocou e era um de seus
colegas de trabalho. Com um rápido telefonema sobre o tal projeto e os prazos
que Jacob extrapolou, ele despertou de vez e se levantou para preparar algo
para comer, pois já passara das 13h.
Deslizou
o teto pelas notificações de seu celular e continuam mensagens de texto de uma
velha amiga, Blake Lively, esposa de sua melhor amiga, Ryan. Ela o convidava
para jantar na quarta-feira a noite e pedia respostas para reservar o número de
mesa no restaurante – tal convite que Jake negou e ignorou qualquer insistência
de Lively.
Andou
pela casa algumas vezes, parecia perdido dentro do seu próprio lar, pois não
conseguia concentrar-se em um único comando porque problemas pessoais e
profissionais agora o perseguiam de maneira insistente. Cheirou a si mesmo,
ainda carregava o bafo e cheiro de bebida velha e forte, foi ao banheiro e
tomou uma ducha e fez uma ligação ao restaurante que ficava localizado no final
do quarteirão para pedir seu almoço: fritas e bife à milanesa.
Após
uns quatro e cinco minutos, a campainha de seu loft tocou e Jacob deu pausa no
filme que assistia na televisão, pegou os trocados separados na mesa e abriu a
porta. Ao receber a comida, percebeu que havia pisado nas correspondências
entregues mais cedo. Ele pegou sua refeição e deixou no balcão e sentou-se para
organizar as tais correspondências. Soltou um suspiro ao procurar aquela
correspondência, mas não tinha nada.
E
Jacob procurou novamente entre propagandas e contas, mas não tinha nenhuma
correspondência e, de uma maneira diferente, sentiu uma dor no peito porque passava
a semana inteira pensando nas próximas palavras de Taylor – as lembranças que
ela traria, as memórias tão vívidas que narraria, mas não tinha nada.
Por
um impulso, puxou sua jaqueta e desceu as escadas e parou o porteiro do prédio,
indagando sobre as correspondências, Jacob disse:
—
Tenho certeza de que está faltando alguma correspondência que não foi enviada
ao meu apartamento. Todo domingo recebo uma e hoje não tenho... — parecia
nervoso. — Poderia verificar, talvez tenha sido perdida.
O
porteiro procurou diversas vezes, mostrou as correspondências antigas de
apartamentos já abandonados no prédio, mas nenhuma tinha Taylor Swift como
remetente. Jacob pediu para falar com o zelador e síndico, mas nenhum deles
sabia como ajudá-lo mesmo mostrando serem solícitos a causa de Jacob,
entretanto, todos erão tão inúteis para Jacob. Ao ser questionado pelo síndico
sobre a teor da correspondência, Jacob nem sabia como explicar de sua
importância, mas justificou que era de uma pessoa... especial. E ele precisava
daquela carta.
Enquanto
discutia sobre a correspondência, Daniela chegou na portaria e estranhou a
agitação do homem – que sempre tinha uma postura mais quieta e introspectiva.
Questionou sobre a situação e porque Jacob ainda não estava arrumado e foi
quando ele lembrou do encontro que teriam naquela tarde: patinação no Central
Park.
—
Irei me arrumar, eu só estava... — ele parou e a olhou. — Deixa para lá! Não é
importante!
—
Parecia importante... — ela respondeu.
— É,
era importante. Eu achava que era, mas não é tão importante assim. — Jacob
sorriu. — Não tanto quanto hoje.
Entraram
em seu apartamento e Daniela aguardou Jacob vestir uma roupa mais apropriada ao
frio e ao encontro que teriam. Ela estranhou a marmita no balcão e inúmeras
correspondências espalhadas.
—
Você tinha esquecido, não é? — ela questionou.
—
Por um momento, sim. — ele respondeu de forma sincera. — Mas porque essa semana
foi tão difícil e minha cabeça estava tão longe, Dani. Mas eu estou aqui e
focado agora. Em nós.
— Em
nós? — ela riu. — Jake, você já falou isso antes, lembra? E você veio tão
determinado a fazer dar certo dessa vez que não está focado nas pequenas
coisas.
—
Dani, perdoa-me por ter tanta coisa na minha cabeça...
—
Procura o que na portaria? — ela indagou e aproximou-se de Jacob. — Na outra
semana, eu vi que se trancou no banheiro com uma carta, você ficou abalado e
agora está abalado novamente.
—
Não é nada, Daniela. Acredite em mim. — ele respondeu. — É sério, perdoa-me e
sabia que daqui em diante minha cabeça estará focada no que é certo, no que
vale a pena e no que mais importa. E desses pensamentos, inclui você!
Daniela
suspirou e assentiu, não queria discutir. Pensou que era justo dá-lo um voto de
confiança mesmo que até mesmo em seu coração não tenha tamanha paixão por Jacob
como fora na primeira vez que estiveram juntos.
Após
se arrumarem, Jacob e Daniela pegaram um táxi rumo ao Central Park onde se
divertiram a tarde inteira patinando no gelo, enquanto caia pequenos e gélidos flocos
de neve. Em seguida, jantaram juntos e voltaram para casa, onde selaram a paz
com um sexo quente e envolvente.
domingo,
17 de dezembro
Na
última semana, Jacob dormiu a semana inteira na casa de Daniela próximo à
Riverdale, focando arduamente em colocar seus projetos em dia e nas vontades de
Daniela em tê-lo por perto. E mesmo fazendo tudo tão certo, Jacob sentia-se
como um impostor que escondia algo dos demais, carregando um sentimento do
errado para o certo. Do ato de apagar mensagens de seu melhor amigo, Ryan Reynolds
que o convidava para jantar, até mesmo brigar com um grande amigo deixou-o
desvinculado do tipo de homem que ele era, mas mal se reconhecia.
Naquela
semana que passou, exatamente no dia treze de dezembro era celebrado o
aniversário da sua antiga e já distante amada, Taylor Swift. Ele lembrara
quando olhou no calendário naquela quarta-feira e suprimiu qualquer sentimento
que pudesse ter sobre a data, mas os convites de Ryan e Blake Lively o tiraram
a paciência, pois ele fazia um grande esforço para não demostrar que aquelas
malditas cartas, as memórias e o fantasmas de Taylor não tivesse tão próximo dele
quanto estava.
Tudo
era uma grande besteira porque poderia ser diferente do que estava acontecendo
aquele momento e, no fundo de seu coração, Jacob não entendia nada, mas doía
igual.
Após
o almoço com alguns amigos de Daniela, foi para seu apartamento no Dumbo para
organizar sua vida e pendencias para a semana. Despediu-se da amada com um
beijo e atravessou parte da cidade às 15h.
Ao
chegar em seu apartamento, Jacob estranhou o local que foi mantido escuro
durante os últimos dias, então, abriu as janelas e deixou a iluminação tomar
conta do ambiente, juntou o lixo que deixara acumulado, arrumou alguns detalhes
de decoração, colocou toda a roupa suja que trouxera na máquina de lavar e
juntou no chão e a bancada todas as correspondências velhas e inúteis. Entre as
novas, hesitou em olhar e jogou tudo fora. Siga em frente, disse a si
mesmo.
Fácil
dizer isso, não é? Fácil demais! Ele retirou as correspondências e olhou uma
por uma e lá estava o que ele esperou por duas semanas: outra carta de Taylor
Swift. Seu coração acelerou e ele sorriu de forma tão espontânea que sentiu
culpa.
Como
uma criança que acabara de ganhar um brinquedo tão aguardado, correu para o
sofá e sentou-se para abrir o envelope. Lá estava aquela caligrafia que o
abraçava.
“Olá,
Jake.
Espero
que essa carta lhe encontre bem. Escrevo-lhe por mais uma vez para que eu
possa, dessa vez, ter a coragem de revelar algo a você.
Antes
de tudo, não acho justo continuar narrando nossa história. Para mim, é algo
maravilhosa recordar, mas não tenho certeza de que se vale o mesmo para você.
Não sei, talvez não tenha nenhum interesse sobre a nossa história. Não mais.
Em
segundo lugar, escrevo essa carta com nenhum objetivo de que mude a sua vida.
Apenas a considere como aviso prévio do que acontecerá em poucos dias. É claro,
escrevi está carta bem antes de que você a recebesse, então, muitas coisas
podem ter acontecido neste meio tempo. E você sabe muito bem que as coisas
acontecem muito rápido.
O
fato é que você não é o único que andou recebendo cartas minhas, mas foi o
único a optar por não as responder, e eu respeito isso, pois já esperava este
distanciamento entre nós.
Então,
por que continue escrevendo? Irei te responder.
Estou
fazendo isso porque acredito que eu possa ter sido importante na sua vida da
mesma forma que foi na minha. Tão importante que o tempo não curou sua presença
em mim. Enviei cartas para amigos e parentes, mas para você é para quem escrevo
mais de uma vez e acredito que a razão seja por querer falar tanta coisa e todo
o sentimento que carrego de saudade.
É
muito.
E é
uma forma de te dizer que eu ainda me importo tanto com você e que durante todo
esse tempo, eu ainda me questionava o que você pensaria sobre alguma decisão em
torno da minha vida. Será que o Jake apoiaria? E o que o Jake me diria agora?
Não é algo que Jake quisesse fazer? Ah, tantas hipóteses e questionamentos
vagos que me fiz pensando em como seria com você ainda perto e agora é tarde
demais.
Bom,
o que vou revelar a você é algo já antigo e um fim dessa era que é a nossa
história, também gostaria que soubesse por mim tudo que irei te contar do que
por outras pessoas. Há onze meses, descobri que, por dentro do meu corpo, sou
como fogos de artifícios numa noite de réveillon estourando para todos os
lados. Talvez tenha poetizado demais para dizer que estou com câncer espalhados
por dentro do meu corpo e não tenho mais cura.
É
isso que venho a revelar, sendo descuido meu ou o universo agindo por si mesmo
de alguma forma. É a realidade que encaro, mas ainda encaro com a cabeça
erguida e essa será a última vez que entrarei em contato com você, mas para
dizer que torço muito por você, Jake.
E eu
quero muito que você seja tão feliz quanto merece. E assim, despeço-me de você.
Adeus,
Jake!
Com
todo meu amor,
T.S.”
Jacob
riu ao dobrar a carta, mas não era uma risada alegre ou cômica, mas uma risada
tão nervosa que ele não conseguia se controlar. Então, após as risadas, veio as
lágrimas e ele balançava a cabeça de um lado para o outro de forma negativa,
não acreditava no que lia.
Ele
limpou as lágrimas, mas ainda assim sentia uma aflição dentro do seu peito.
Foram três anos afastados, sem que não tivesse nenhum tipo de contato um com
outro e agora ela se despedia de seu antigo amor daquela forma? E ele ainda a
ignorou por semanas?
A
culpa caiu sob a sua cabeça de maneira arrebatadora, pois pensava que as
próximas cartas seriam sobre outras viagens que fizeram, da vez que Jake faltou
em seu aniversário ou, até mesmo, das brigas que tiveram ao longo dos anos.
Nada disso!
Pensou
que poderia ser uma porta se abrindo para voltarem a se conectarem, ele não era
tão orgulhoso assim quando se tratava do amor que sentia por ela. Não conseguia
enganar ninguém quando perguntavam sobre ela, até mesmo Daniela sabia que seu
coração pertencia a ela. Ainda dava tempo, eles eram imaturos, estavam errados,
ainda existia amor. Mas não era nada disso!
Era
uma despedida.
A
última vez que eles conversaram, uma conversa tão casual e rápida que o seu
coração ainda apontava para ela, dizia “é ela”, mas a vida não era tão simples
assim. E Jacob gostava de dificultar sua própria vida, pois a felicidade não
parecia ser algo tão natural para lhe servir bem, pois se a felicidade fosse
algo tão familiar a ele, as coisas não estariam naquele ponto que Jacob se
encontrou: de cabeça baixa e chorando sozinho. Só pensou que a perdeu.
E as
últimas palavras que ouviu daquele último encontro que tiveram foram “só fique
bem, Jake, você merece ser feliz”. Era o que Taylor tinha desejado, sabendo ou
não, que a felicidade para ele era, na verdade, a presença dela.
Pegou
seu telefone e discou o número de Ryan, mas não foi atendido. Então, ligou para
Blake e não o atendeu. Procurou nas redes sociais, mas não tinha nada sobre
Taylor ou algo que sinalizava seu paradeiro ou seu estado.
Ele
permaneceu sentado pensando no que poderia fazer naquele momento. Não tinha
ideia de algum ato heroico que poderia fazer, apenas ficou imóvel e inerte à
todas as ações que ocorriam no mundo naquele exato momento. A sensação de
impotência ao ver que o mundo existia e continuaria existir sem que nada que
ele fizesse ou pudesse fazer para mudar o rumo de toda a humanidade. Incapaz de
salvar ninguém, muito menos a si mesmo.
As
horas passaram e Jacob confundia-se em suas próprias ações. Ora pensava em sair
rumo a alguma resposta, ora parava e apenas aceitava a realidade e, dessa
forma, deixou daquela forma.
quinta-feira,
21 de dezembro
Olhou-se
no espelho e ajeitou sua gravata mais uma vez. Sentia-se alheio ao mundo e mal
se reconhecia no espelho, vestindo um terno preto que usara pela última vez
anos atrás no velório de seu pai, e lembrou quem o acompanhara era Taylor.
Dessa
vez, usaria para enterrá-la.
Esfregou
o cenho e desamassou pela última vez seu terno, saiu de casa e pegou um metrô
rumo à East Village, no New York Marble Cemetery – um dos cemitérios mais belos
da cidade. No caminho, lembrava de tantas coisas vividas com Taylor, sendo uma
delas, a vontade dela de ser enterrada no mesmo cemitério de Alexander Hamilton
e de outras figuras importantes, pois ela queria também ser importante algum
dia. E ela foi, ela foi muito importante.
Principalmente
para Jacob.
Ao
chegar no cemitério, avistou rostos conhecidos que o olharam – julgando,
talvez. Caminhou em passos lentos e cumprimentou algumas pessoas em comum e foi
até a mãe de Taylor, Andrea Swift, para prestar suas condolências. Aquilo
exigia tamanha força que ele não pensava ter.
—
Ah, Jake! Quanto tempo! — disse Andrea.
— Eu
lamento... — Jacob disse confuso. — Eu não... não tinha entendido muito...
Sinto muito!
—
Ela estava sofrendo muito, mas agora está em paz! — respondeu. — E fico feliz
que tenha vindo para se despedir dela, saiba que foi muito importante para
Taylor.
— E
ela para mim! — Jacob suspirou. — Ela me enviou muitas cartas, mas foi só na
última que me contou que estava doente. Eu não entendo, sra. Andrea. Qual era a
intenção da Taylor?
— Eu
sei, eu sei... — ela pegou nas mãos de Jacob. — Ela só queria se despedir,
tinha muito carinho por você. Não se apegue ao “se...”
—
Mas se eu tivesse feito diferente...
—
Não poderia e não se martirize por isso. — respondeu calma. — Tenho algo para
você.
Andrea
Swift abriu sua bolsa e retirou um envelope, entregando mais uma carta par
Jacob.
—
Ela deixou uma última carta para você. — Andrea disse. — Leia somente depois.
Ele
concordou e guardou em seu paletó, sentindo seu coração bater mais rápido.
Ainda mais ansioso pelas últimas palavras. Andrea despediu-se de Jacob e foi
cumprimentar outras pessoas.
Jacob
encarou a sala onde o velório ocorria. Ele aguardou no lado de fora, tentando
juntar forças para conseguir atravessar aquela porta.
Ele
sentou-se em um banco e aguardou a hora passar, conforme entardecia, as pessoas
entravam e saiam com menos fluxo. Quando ficou vazia a sala, Jacob levantou-se
e entrou.
O
caixão era marrom brilhante com alguns detalhes em branco. Ao aproximar-se do
caixão, Taylor estava com um semblante calmo, parecia até alegre. Talvez,
melhor dizer que estava leve. Vestia um conjunto roxo, algumas de suas joias
favoritas e os cabelos louros soltos.
Jacob
pegou em sua mão com delicadeza. Ainda não parecia real, mas sua pele gélida
dizia o quanto aquele momento era real. Taylor havia partido.
Aproximou-se
e beijou sua testa como costumava fazer, sussurrou um adeus e disse,
finalmente, o quanto a amava. Afastou-se e foi embora dali, segurando as
lágrimas da dura despedida que teve que enfrentar.
Na
saída do cemitério, Jacob puxou de seu paletó a carta e a abriu, mas não era
uma daquelas cartas extensas de Taylor, mas um último bilhete:
“Obrigada
por tudo. Eu te amo, Jake.
T.S.”
Ele
sorriu, pois imaginou que ela poderia ter tanto o que dizer, mas falou o que
era essencial aos dois porque, na verdade, o amor é o essencial para qualquer
um. Não é tudo, mas deveria ser tudo para nós. E deveria sustentar, mas só pelo
amor também não sustenta.
Mas
não tem como se apegar ao “se”. A dura realidade que caiu em sua cabeça era
essa e ele enfrentará.
sábado,
13 de janeiro
A
neve já tinha diminuído em Nova York e a cidade voltava a sair nas ruas com
seus agasalhos para tentar aproveitar um pouco do inverno americano. Jacob
caminhava com passos largos pelo cemitério e parou na grande lápide de Taylor,
sorriu ao ver sua foto e a mensagem do quanto era amada e querida pelos
familiares e amigos.
Entendeu
a mão até o chão e depositou um grande buquê de tulipas.
—
Bom, escrevi uma carta. — ele disse. — Vou ler para você, mas depois deixarei naquele
banco no Central Park onde costumávamos nos encontrar.
Jacob
respirou fundo e iniciou sua leitura:
“Taylor,
passei as últimas semanas pensando e digerindo tudo no que aconteceu. De início,
pensei que foi um ato cruel ao fazer com que tudo que vivemos voltasse à tona
na maneira que fez, mas entendo seu ponto e perdoo você assim como peço perdão
por tudo que fiz.
E pelo
que também não fiz.
As
suas cartas foram de grande lição para mim nessa vida. Essa vida em que você
foi a melhor parte dela e reviver essa parte novamente foi tão pouco quanto
experimentá-la na primeira vez ao seu lado.
Você
me disse algo sobre seguir em frente, e talvez eu siga. Talvez eu me apaixone
novamente, ou talvez nunca mais me apaixone da forma que me apaixonei por você.
Não tem como saber, mas irei seguir o conselho de sua mãe e não me apegar às
impossibilidades do “e se...”.
Eu
sinto sua falta todos os dias, sempre senti sua falta porque mesmo na sua
ausência, existia o amor que eu nunca parei de sentir por você. Queria ter
sabido disso antes, mas não foi por esse rumo que as nossas vidas nos levaram.
Eu
estou bem e vou ficar bem. E prometo à você que seguirei em frente, mas levando
você no meu coração até o fim.
Eu
te amo, Taylor Alison Swift.
Adeus,
Jake”
Ao
dobrar o papel pardo em que escreva o bilhete, Jacob olhou para a lápide de
Taylor pela última vez e caminhou sem rumo pelo cemitério admirando a beleza
peculiar de um lugar desse.
Ele
tinha como promessa a cumprir e cumpriria.
E
ele cumpriu ao repetir tantas vezes para si mesmo que tudo ficaria bem.
Por
Taylor, por ele.
[FIM]
adorei essa oneshot
ResponderExcluirfaz refletir sobre como pessoas ve a mesma coisa diferente
vc so vai fazer minifics agora?
bjs
Fico muito feliz que tenha gostado da historia Gaby.
ExcluirSim, muitas coisas são vistas de maneiras diferentes por olhares diferentes.
Não, esses curtas já estavam feitos e eu postei para ganhar tempo na organização das futuras fanfics. Em breve voltarei com um longa.
gostei de mail box. foi mto linda
ResponderExcluirposta logo yes
Fico feliz que tenha gostado.
ExcluirEm breve esclarecerei sobre yes e uma nova fanfic. Espero que entenda.
Beijos, Mirela.
DEUS ME DEFENDA DE DERRAMAR LÁGRIMAS LENDO ISSO NOVAMENTE
ResponderExcluirEu AMEI, sério. Como sempre, tudo o que vc faz nunca deixa nada a desejar. Tu é maravilhosa. Só faz hino.
Já falei que amei o Jake humanizado que vc fez, e NOSSA MTO TRISTE COM O FIM! A Taylor é maravilhosa, EU SOFRI LENDO CADA CARTA!
Coisa mais linda do mundo.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Posta logo hush desgraça
Te amo
Fico feliz que tenha gostado.
ExcluirDe fato, o Jake ficou bem melhor do que com o Justin. Enfim.
Fico feliz que tenha gostado, você sabe o quanto cosidero importante sua opinião.
Sim, eu fiz de tudo para humanizar o Jake e a Taylor (mesmo de longe). E não romantizar um relacionamento com um final feliz.
Enfim.
Obrigada pelo apoio demonia.
Eu vou postar hush em breve quando acabar.
Te amo
Na minha opinião você escreve as melhores mini fics... elas fazem muito sentido e não deixam pontas soltas! Amo!!!
ResponderExcluirParabéns!
Fico feliz que tenha gostado e muito obrigada por suas palavras.
ExcluirJá eu sempre achei que meus curtas não eram boas porque não explorava os personagens, mas fico muito feliz que goste.
Beijos, Mirela.