Bad Blood | 08° Capítulo.

05 DIAS DEPOIS

— Vocês não têm nada! Nada sobre esse caso. — gritava David, o desembargador do caso. — Uma garota foi morta em uma piscina de uma universidade popular, essa cidade inteira acompanhando e aguardando por respostas, agora temos outra garota que desapareceu e vocês tratando esse caso como se você um roubo de uma padaria do subúrbio. — David continuava a gritar. — Quero respostas! Todos queremos a porra de uma resposta! Uma prova, um culpado. Alguma coisa, porra! As pessoas querem justiça!

David pegou um lenço para secar o suor de seu rosto.

— Já faz quatro dias que Taylor Swift desapareceu, ela conhecia Lily Collins, nadavam juntas. O que acham disso? — David perguntou. — Eu vou enrolar por mais alguns dias a mídia porque confio no trabalho de vocês, mas quero competência, quero resultados... Pela primeira vez irei dizer: ou mostrem competência ou esqueçam promoções, cargos, aumento ou o diabo que sonham!

Continuaram em silêncio até David finalizar a bronca e ir embora. Foi Jared que o acompanhou até a porta já que estava na sala ouvindo os gritos. Seria comum revidar esses gritos de David, mas eles sabiam que algo de estranho aconteceu nesse caso e, pela primeira vez, Johnny viu uma semana se passar e não ter nada para dizer que tinha algo. Não tinham nada. E não bastava o homicídio, tinha um desaparecimento. Estava tudo errado. Eles não tinham nada. Não tinham rumo.

— Johnny? — Jared o chamou. — Podemos conversar?

— Fale. — respondeu sem paciência.

Jared estava pálido, não sabia como se expressar naquele momento. Coçou sua nuca e perguntou:

— Essa garota... Taylor Swift? Ela sumiu mesmo ou...

— Desapareceu, simplesmente desapareceu. — respondeu. —  Por quê?

— Por nada... — Apenas ouvi David falando sobre e fiquei preocupado mesmo já que Ariana estuda lá e... enfim, você sabe...

***

Ao fechar a porta, pode sentir o cheiro de mofo forte – as cortinas estavam fechadas e as janelas trancadas. Além do escuro, Demetria enfrentava os pensamentos corriqueiros sobre como aqueles rapazes eram sujos e que provavelmente aquela casa nunca recebera a luz do sol desde que passaram a morar ali. Sua rinite alergia anunciou com espirros constantes e a irritação no nariz. Com medo de cair, ficou parada para procurar seu celular dentro de sua bolsa, enquanto equilibrava o café na outra mão.

Assim que pegou seu celular, viu que era 09h e iluminou a sala de estar com lanterna e assim conseguiu subir as escadas. Ao chegar na porta de Liam, antes que pudesse abrir, ouviu uma voz do lado de dentro.

— Volto mais tarde para conversamos. Te amo. — dizia.

Era Cher, antes que pudesse correr e fugir como na última vez, não conseguiu. Virou-se para trás sem saber o que fazer e apenas se afastou da porta.

— Demi? — disse Cher, surpresa. — O que faz aqui?

— Cher, o que faz aqui? — retrucou a pergunta com um sorriso forçado.

— Meu namorado mora aqui. — disse Cher, como se fosse óbvio. — E você?

— Digamos que a mesma coisa. — respondeu, ainda sorria.

Não mentiu, pensou Demetria. Ela suspirou, olhou para a primeira porta do corredor e girou a maçaneta, Joseph saiu de toalha na cintura, Demetria ainda sorria, enquanto Joseph parecia confuso com a situação: tinha três pessoas olhando para ele.

Demetria esticou o copo de um café e disse:

— Aqui está seu café! Que bom que já tomou banho.

— Para mim? — Joseph pegou o copo e ficou mais confuso. — Não entend...

— Ontem eu avisei que passaria aqui pela manhã ou estava tão bêbado que não se lembra? — Demetria o interrompeu e tentou improvisar a situação. — Meu Deus, Joseph, não é a primeira vez que isso acontece. — ela sorria de maneira forçada. — Bom, até mais, Cher e Liam. Preciso conversar com Joseph sobre isso...

Demetria empurrou Joseph e entrou em seu quarto sem a permissão do rapaz, não pensou duas vezes e beijou o rapaz na frente de sua irmã e de Liam, aquele que gostaria de ter visto a reação ao vê-la beijar seu amigo próximo. Joseph demorou para que pudesse encontrar a sintonia daquele beijo desesperado, mas apreciou a oportunidade dada. Ao fechar a porta, Demetria o afastou com uma cara de nojo, soltou sua bolsa em sua cama e limpou a boca com pulso, ele tinha borrado todo o seu batom.

— Demetria, pode me explicar o que foi isso? — disse Joseph sem ar, bebericou o café que pertencia ao Liam. — Estamos no teatro novamente ou o que? — riu.

— Cala a boca e largue isso, não é seu. — Demetria ordenou brava. — Por favor, Joseph, não me irrite agora porque já estou muito irritada. — disse.

— Irritar você? Como se você quem veio até aqui, bateu na minha porta, beijou-me e está no meu quarto comigo... — soltou a toalha. — pelado...

— Antes de sair mostrando isso, deveria melhorá-lo... — Demetria retrucou.

— Olha novamente. — disse Joseph provocando-a e balançando seu pênis. — Não era isso que você achava na nossa peça, lembra? Temos uma boa história...

— Joseph, você é um nojento e nossa única história é aquela peça fracassada e você como um péssimo ator de teatro.

— Se você me odeia por ser um idiota, o que faz por aqui? — Joseph vestiu uma cueca e aproximou-se de Demetria. — Quero explicações...

— Não tem explicações, apenas... faça o que eu disser. — Demetria foi dura nas palavras.

— Deve satisfações sim. Quer dizer, eu já desconfiava que você estava dormindo com o Liam ao mesmo tempo que ele namora a sua irmã. — disse Joseph rindo com certo prazer, existia um sadismo naquela história. — Demetria dos céus, como você pode fazer isso com sua própria irmã? Quer dizer, você sempre me surpreende... É você com quem o Liam transa todas as manhãs e nos finais de semana dividem a mesma mesa com a irmã e seus pais sem ninguém sequer desconfiar... — ele ria, divertia-se com a história. — Uau, uau, uau... Ele nunca me contou isso...

— Ele não é fofoqueiro como você. — Demetria retrucou nervosa. — Você não tem nada com isso, não se intrometa nesse assunto.

— Não tenho nada com esse assunto? Você entrou aqui e me beijou, agora faço parte dessa tragedia grega. — Joseph respondeu. — Ou entramos em um acordo ou saio desse quarto e conto tudo para sua irmã.

— Cher jamais acreditaria em você. Ela confia em mim com sua vida. — Demetria garantiu com certa arrogância.

— É uma surpresa que você esteja comigo, ela sabe disso... — Joseph. — Pelo menos, plantarei a sementinha da desconfiança e o resto... será fácil descobrir.

Joseph ficou quieto e terminou de se trocar.

— A vida dela deve valer nada para confiar em uma irmã tão diabólica como você.

Demetria não se conteve e deu um tapa no rosto de Joseph que reagiu com uma risada gostosa, mas ao mesmo tempo assustadora para Demetria. Ela tinha ficado ainda mais brava com aquela última fala, nem se explicasse, ele entenderia a situação. Joseph tentou passar por Demetria, mas ela colocou-se em seu caminho, empurrou ele na cama e montou em cima dele.

— Temos um acordo ou não?

[CONTINUA]