Bad Blood | 11° Capítulo.

Miley Cyrus (20h32min)

— Miley, tudo bem? — perguntou Johnny, já cansado.

— Estou bem. — respondeu.

— Soube que conversou com Selena quando ela saiu daqui, então, provavelmente, já preparou respostas para minhas perguntas... — afirmou enojado. — Só que me diga apenas uma coisa que sinto uma pulguinha atras de minha orelha: eu fiquei sabendo que você e Taylor nem sempre foram amigas, ovces se conhecem há muito tempo, desde a época da escola, certo? Existiu alguns conflitos entres vocês e quero saber mesmo como vocês se tornaram amigas dessa forma, uma amizade um tanto invejável...

— Invejável? — Miley começou a rir. — Bela palavra para definir nossa amizade, nada tão persuasivo para um depoimento. — ela continua a rir. — Posso chamá-lo pelo nome?

— Claro que pode, não me incomodo. — Johnny respondeu. — Até ganhei um crachá aqui como funcionário da universidade. Johnny Depp, como preferir.

— Certo. Johnny! — Miley pronunciou com ironia. — Conheci Taylor aos 14 anos e naquela época éramos muito diferentes, Taylor sempre pareceu uma boneca de porcelana, era delicada e meiga, já eu estava naquela fase em que andar com garotos parece mais divertido e descolado, sei lá... Éramos opostos e ela dizia aos ventos que eu era lésbica, coisas ridículas de adolescentes, mas também fiz o mesmo com ela, dizia coisas sobre ela. Até que um dia ficamos na detenção por conta desses “apelidos” e lá pudemos nos conhecer de verdade, uma conversa cara a cara e ela passava pela separação dos pais e eu passei por aquilo antes, sabia que era difícil... não sei como foi, mas aquilo nos aproximou e descobrimos nossas diferentes, e sermos diferentes é bom e quando saímos daquele lugar, saímos diferentes do que entramos.

— Sente falta dela? — perguntou Johnny ao perceber a emoção da moça.

— Muita falta, fico preocupada com o que pode ter acontecido com ela.

— Procurar por Taylor? — Miley o questionou. — Eu? Como? Devo sair anunciando seu nome?

— Não sei, parece uma má ideia?

— Obviamente, detetive. Não seria minha função procurá-la. E Taylor ama isso aqui, ela não sumiria por qualquer coisinha.

— Qualquer coisinha seria a morte de Lily? — Johnny sorriu malicioso, tinha conseguido algo dela. — Você acredita que Taylor esteja viva?

— Não quis dizer que a morte de Lily é algo banal, mas que precisaria mais do que isso porque Taylor é forte, ela não foge das coisas. E eu espero que ela esteja viva e bem.

— Espero que esteja certa...

— E ela está viva, ela não me alertou, mas alertou Harry. — Miley bateu na mesa brava. — Ela está viva, ela sabe se cuidar... preciso acreditar nisso.

— Ah, Harry! Então você sabe dessa conversa, quem lhe contou sobre isso?

— Droga... — sussurrou Miley e suspirou, não aguentaria aquele segredo por muito tempo. — Ela me contou na noite que desapareceu. Na verdade, Taylor me ligou e disse que sofria perigoso aqui e não gostaria de morrer pela concorrência. Realmente não sei o que isso quer dizer, mas ela disse que eu poderia procurar Harry e que ela entraria em contato quando fosse seguro porque ela disse que estaria segura e um passo a frente desse “inimigo imaginário” — fez aspas com os dedos. — Fiquei calma e guardei seu segredo.

— Taylor falou com você e você não compartilhou conosco antes?

— Não e nem faria, mas você me pegou... — Miley riu. — Infelizmente abri a boca e agora você pode colocar Taylor em perigo.

— Quando ouço sobre concorrência, quem era a concorrência dela? Temos Vanessa e Demetria no time de natação, certo? — Johnny respirou fundo pensativo. — Elas não correm perigo?

— Demi parece sempre calma, ela não se preocupa, então, ou ela deve ser bem segura, ou confiante ou realmente muito burra... uma atleta ruim que ninguém eliminaria? Talvez.... — Miley riu sozinha. — Sou amiga da Demi, mas não confio muito nas suas escolhas. Já Vanessa, eu realmente não a conheço....

Demetria Lovato (21h13min)

— Olá, Demi, novamente. — Johnny cumprimentou-a simpático. — Posso chamá-la de Demi, vejo que todos a chamam assim.

— Claro que pode. — respondeu ainda mais simpática. — O que devo as honras de estar aqui novamente?

— Não tenho certeza... Existe alguma honra?

— Também não tenho certeza. — Demetria balançou os ombros. — Na verdade, não me importo com isso de honra... Foi apenas uma piada!

— Deveria começar a se importar, cada dia parece que você fica mais envolvida nisso tudo. — Johnny encarou Demetria. Parece que qualquer coisa fica contra você.

— Macabro! — gargalhou. — Estão me temendo? Ótimo!

— Está tirando sarro da sua presença aqui? — gritou Johnny jogando um papel e uma caneta na sua frente. — Quer escrever um bom depoimento? Quer assumir alguma coisa?

Demetria tirou seu sorriso do rosto, não riu e não disse mais nada. Só olhou para o papel e nos olhos do detetive, não demostrou expressão algum.

— Não precisa dizer muita coisa que eu já não saiba. Ganhou seis vezes medalha de bronze, enquanto Lily e Taylor intercalavam no ouro e prata. Elas revezavam o topo e você nunca chega perto. Para mim, Demetria, é um bom motivo para uma morrer na piscina e a outra? Sequer sabemos o paradeiro.

— De fato, parece um bom motivo se eu fosse tão competitiva assim. Não vivo pelo esporte como elas faziam, doentes para subir no pódio! — disse. — Onde está Taylor agora? Alguém sabe? — Vocês são tão incompetentes que me fecharam aqui para fazer perguntas estúpidas, enquanto não sabe dizer se Taylor está viva ou não, ou quem matou Lily Collins. Vocês não sabem de nada!

— Estamos esperando você nos contar alguma coisa. Quer nos dizer algo?

— Não tenho nada a falar, não faço a mínima ideia do que vocês esperam o que eu diga. Eu não era amiga, não era próxima de nenhuma delas, não tem como eu contar algo, detetive, não tenho nada a dizer. Não percebeu ainda?! — gritou Demetria. — Mas acredito que ela esteja viva, já que não me perturbou durante a noite, ou melhor, posso responder isso quando eu a encontrar no inferno!

— Por que está tão nervosa? — perguntou Johnny, oferecendo um copo d’água.

— Eu não quero! Estou cansada disso aqui, qualquer coisa envolve meu nome. Isso é típico de Taylor Swift para chamar atenção. É a velha história de que ela é a mocinha a ser salva e eu a vilã da história. Eu não matei ninguém. Estou farta disso. Farta!

— Pode ir, Demetria. Está dispensada. — Johnny.

Eles trocaram olhares. Aquilo parecia cruel demais, até para ela. Demetria o encarou antes de sair da sala e indagou:

— Quantos irmãos você tem?

— Reconhece-me de outro lugar?

— Talvez... deixando o cabelo crescer. Sinto que te conheço.

— Um dia você me apresenta essa pessoa que você diz ser parecido comigo.

Johnny abriu a porta para Demetria como se aquele gesto de cavalheirismo ajudasse em alguma coisa. Demetria foi embora bufando, pois Johnny tinha conseguido irritá-la e naquele momento, pensou ele, alcançou a verdadeira Demetria.

Ao olhar para o hall vazio, Johnny esbravejou:

— Cadê o Taylor Lautner, ele é o próximo!

— O reitor liberou, falou que já estava muito tarde e você falará com ele só amanhã.

— Merda...

Johnny não pôde contar sua frustração, ele queria falar com todos até naquela noite, mas tentou enxergar um lado positivo nisso. Talvez ter Lautner livre por um tempo possa trazer algum resultado positivo na investigação.

***

Ligou seu computador e pesquisou sobre aulas de violão próxima à sua localização, queria aulas privadas para realizar uma surpresa a todos por conta dos últimos acontecimentos no campus. E com suas peças teatral já sendo organizada, pensou em fazer mais do que uma simples peça, mas também um musical. Analisando os anúncios expostos na internet e o que os professores poderiam oferecer, o anúncio “Aulas particulares com Ed Sheeran” chamou sua atenção e decidiu mandar um e-mail:

Olá, Ed. Sou Jacob Gyllenhaal, professor de artes cênicas da Swarthmore College. Estou preparando um musical que se chama “O mundo de Alice” e gostaria de fazer aulas de violão. Gostaria de saber sobre a sua disponibilidade. Quantos antes começarmos, melhor.

Abraços! 

[CONTINUA]