Encachei a chave na porta e estiquei o braço para a caixa
do correio, hoje tinha cartas. Uma era da energia e outra era judicial,
obviamente o mandato de Johnny. Abri logo na porta, quando li o horário de
comparecimento a Swarthmore College, vi que faltava menos de 40 minutos. Entrei em casa
tirando minha roupa para tomar um banho rápido, coloquei uma roupa simples e
voltei para o carro, já faltava menos de 20 minutos e minha sorte é que S.
College ficava perto de casa. Estacionei às pressas na ala de visitantes e
andei rápido pelo campus até chegar no prédio principal, uma novidade é que
avia muitos policias e faixas amarelas por todo lugar. Logo que ganhei
permissão para subir, dei de cara com Katheryn, que sorriu e falou:
- Bom te ver. Posso ver sua autorização?
Levantei a mão mostrando, não demostrei o
mesmo sorriso, mas tentei ser gentil. Já que sua voz soava com autoridade,
relevei vendo que estava em seu local de trabalho.
- Se quiser posso pedir para interrogar
você, já nos conhecemos bem. – Katheryn disse arrumando minha jaqueta.
- Nos conhecemos bem? – Repeti sua
pergunta de um jeito confuso.
- Não? – Ela retrucou rindo.
- Na verdade não. – Respondi guardando
minha autorização.
- Aquele dia significou o que? Aquelas
coisas que você me disse? – Katheryn mudou de humor.
- Katheryn só foi sexo, por favor. Você
pediu quando foi atrás de mim... sozinha. – Falei tentando passar. – E eu não
disse nada, foi você quem disse. – Dei uma risada.
- Explica isso direito. – Ela fechou minha
passagem.
- Explicar o que? Você sabe que tenho
namorada, eu gosto da Taylor, a garota que você está procurando e aquilo foi
divertido. Fiquei feliz não vou negar, desde que a Taylor sumiu você foi ótima.
– Tentei sorrir. – Não se ofenda, para mim só significou isso.
Katheryn me olhou, deu um leve sorriso e
tirou sua mão na parede, passei sem olhar para trás. O corredor dava caminho
para que, provavelmente, seria o andar privado do diretor, estava vazio, então,
me sentei em um dos bancos e fiquei quieto. Para uma simples provocação,
estiquei as pernas abrindo, peguei uma revista de fofoca e fiz uma cara de
debochado – a cara que Johnny mais odeia.
- Eu não sou segunda opção sua, muito
menos dessa garota que se diz sua namorada. – Katheryn falou se aproximando de
mim. – Você é um ridículo, aquela garota é uma criança e eu espero que você não
tenha nenhuma culpa, porque se tiver eu vou adorar de foder. Do jeito que você
gosta de fazer com os outros. – Ela apontou o dedo em minha cara e derrubou a
revista no chão.
- Você se decepcionou por algo que correu
atrás para ter? – Perguntei pegando a revista do chão. – Se não fosse você lá
no meu quarto, eu nunca teria reparado em você. Sinto muito.
- Jared, você é um crápula, mal caráter e
um filho da pu...
- Ontem teve uma festa aqui, vamos
procurar na câmera de segurança para ver se tem algo para ser visto. – A voz de Johnny veio de longe.
Katheryn se interrompeu ouvindo a voz de
Johnny, ela cerrou os olhos contra mim e arrumou sua postura.
- Da puta? – Terminei sua frase num tom
irônico, quando Johnny virou o corredor com John.
- Puta? – Johnny chegou rindo.
- Ela que disse. – Apontei para Katheryn
tentando não rir.
Todos olharam para Katheryn que ficou
envergonhada, tentando entender alguma coisa daquele momento, do momento que
coloquei ela em constrangimento.
- Já que ninguém vai explicar, vamos
Jared. Vai ser rápido. – Johnny tentou ser simpático.
- Antes eu quero você e o John para um
abraço de irmãos, sinto que todo esse clima que estou passando com minha
namorada e vocês com o trabalho tenha afetado e transformando isso em um
ambiente triste. – Falei, abrindo os braços. – Vamos, não me deixem com os
braços plantados assim.
- Você nunca muda. – Johnny disse rindo.
Ele me abraçou, logo veio John e me
abraçou também. Ficamos abraçamos, algo que não fazemos desde pequeno – eu
acredito – e soltamos uma risada conjunta.
- Isso foi muito sentimental. – John disse.
- Da puta mesmo. – Katheryn falou me
encarando enquanto tomava água.
Todos ignoraram seu comentário, mas eu
pude escutar. Sorri para todos que viram a cena de irmãos e entrei na sala com
Johnny. Posso dizer que isso não foi falsidade, mas eu pensei mesmo no assunto
e também pensei nesse pequeno momento que: uma inimiga que mal conheço e já
transei é melhor que três inimigos, sendo dois seus irmãos e que te conhecem
bem.
***
Duas semanas
depois.
Virei minha câmera e rodei o zoom para
regular, testei ela e parecia fosca. Virei novamente e testei, ela ia
melhorando. Com o zoom, ela ficava fosca e com a imagem normal – sem zoom – ela
ficava perfeita. Isso deve ter sido no dia em que invadi a irmandade da Cher,
mexi tanto naquele dia que devo ter quebrado ao algo do tipo.
- Calma Happy, vou conseguiu tirar uma
foto sua. – Falei com meu cachorro.
- Você está em um ângulo perfeito, posso
tentar?
Tentei ignorar a pergunta, mas vi pelos
pés da pessoa que ela não estava disposta ir embora. Então, dei um puxão rápido
na regulação da câmera e olhei para cima.
- Você acha? – Perguntei.
- Posso tentar?
- Sabe o que é Nick... ela estava
quebrada. – Falei dando um falso sorriso triste.
- Como você é difícil, posso tentar. Eu
sei mexer em câmeras profissionais. – Nick.
Encolhi o olhar com o “como você é
difícil” e entreguei a câmera em sua mão. Ele po sua vez não olhou em minha
cara e jogou a capinha em meu colo. Ele parecia entender e ficou mexendo ali,
mexendo aqui e testando para frente.
- Você quer muito perto ou muito longe? –
Nick perguntou sem desviar a atenção.
- Quero poder mexer no zoom quando puder
sem me atrapalhar. – Respondi.
- Ah sim, o problema é que você deve ter
batido ela. Então você tem que forçar aqui nos lados para ela ir com mais
facilidade de antes. – Ele explicou me mostrando os pontos da câmera. – Mas ela
pode quebrar a qualquer hora. – Ele riu. – Posso tentar agora?
- Pode ser.
Peguei o Happy no colo, Nick se afastou um
pouco e visualizou o espaço tirando as fotos, que vinham com pouco flash por
conta do sol.
- Está uma paisagem bem legal atrás. –
Nick disse me entregando. – Olha.
- Ficou mesmo. – Respondi revendo as
fotos. – Vai você agora, está em um ótimo ângulo.
Começamos a tirar fotos na pedra onde eu
estava sentada sozinha, incluímos o Happy junto. Happy por sua vez, foi
falso para ficar no colo de Nick.
- Fica aí vocês dois juntos. – Falei me
levantando.
Tirei algumas fotos do Nick na pedra, que
ficaram realmente muito boas. Sentei ao seu lado mostrando as fotos.
- Você deve me passar todas, ficaram
realmente muito boas. – Nick falou. – Você faz fotografia?
- Levando em conta que eu não soube
regular o zoom da minha própria câmera, sim eu faço muita coisa referente a
fotografia. – Respondi, dando risada.
- Eu tirava bastante fotos quando era
criança, mas era naquelas câmeras velhas que você tinha que pegar a fita,
molhar e pendurar para ver sabe. – Ele explicava fazendo gestos, que me fazia
rir. – Hoje existe ainda, mas ainda sim são modernas. Acho que é por isso que
sei mexer nessas coisas.
- Eu gosto daquelas de cabine, aqui tem
uma que colocam nas festas. Sempre que posso vivo tirando fotos lá, aquelas
ficam boas. Tenho um álbum só daquele tipo, mas com várias pessoas e cachorros.
- Sei qual que é, eu também tiro. As
minhas são bêbados, então, não conta.... – Nick.
- Legal, legal... – Falei em vão. – Foi
divertido, eu dou um jeito que achar seu número ou seu e-mail e te passar.
Peguei o Happy pela coleira, soltei ele no
chão e guardei minha câmera na bolsa que carrega. Nick ficou sentando, dei um
beijo em seu rosto e sai andando. Nick era irmão de Joseph, o que dava uma má
imagem para ele, mas ele é o oposto de tudo. Descobri isso ano passado quando
fizemos aula de interpretação juntos, foi engraçado porque fazíamos pelo fato
de sermos tímidos – Na verdade eu era, perdi toda essa timidez. Já ele eu não
sei
***
- Como foi o passeio? – Ed me pergunto
assim que coloquei os pés em casa.
- Normal. – Coloquei a Meredith no chão. –
Tinha que levar ela para passear, essa gata está muito gorda.
- Taylor, quis dizer do seu passeio com
seu professor e não da obesidade da gata. – Ed falou rindo. – Gorda ela sempre
foi.
- Por isso ela não gosta de você. –
Retruquei rindo, dei um empurrão de leve em Meredith para ela ir deitar. –
Sobre o Jake: Não é meu professor, ele só dá aula onde estudo e foi normal, ele
disse que a polícia está sossegando.
- Você acha que vai ser normal sumir e
aparecer do nada como se nada tivesse acontecido? – Ed perguntou, me servindo
café.
- Não, não dessa maneira. Mas eu quero...
Ainda não sei, eu quase morri. – Falei. – Eu não sei quem foi que tentou me
matar sufocada em meu próprio dormitório e não vou apontar dedo para ninguém
que não tenho certeza.
- E o Jake diz o que sobre isso? – Ed.
- Ele diz que os alunos que eu citei, que
eu acharia que faria algo estão normais, agindo de maneira normal, nada
culposo... Sabe, eu queria tentar entrar em contato com o Jared ou o Theo, mas
eles devem estar bem envolvidos com a polícia.
- Sim, principalmente esse Jared. – Ed
disse puxando o jornal. – Segundo o noticiário dessa manhã Johnny Christopher
Depp, que lidera as investigações, está investigando o caso que seu irmão mais
novo tinha com Taylor Swift e separa muito bem o profissional com o pessoal e
não deixará nada passar despercebido, caso seja uma pista. – Disse Ed,
narrando. – Vem cá, eles não se parecem nem um pouco?
- Eles não se parecem nem um pouco e isso
é outro problema. Não sei se o Johnny me reconheceu, eu era muito nova, tinha
corpo, cabelo diferente...
- Taylor, por favor! Você tem uma beleza
única para ele esquecer ou não lembrar. Loiro e olhos azuis naturais, a sua voz
nunca mudou e a diferença é que seu cabelo ficou liso e curto. Se ele te viu,
ele lembrou. – Ed.
- Mas ele não falou nada...
- É claro, antiético seria ele parar o
trabalho dele e dizer “Ei, você namora meu irmão, mas ficamos depois do show
dos The Killers”. Seria vergonhoso para ele e para você.
- Seria, mas também seria bom ter
respostas. Ele age normalmente, o Jared não deve saber ou se sabe age
normalmente... Eu não conseguia, nem consigo segurar isso em mim. – Falei,
tomando o ultimo gole de café.
Os comentários desse capitulo estão desativados porque se trata de uma maratona.
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