Encachou a chave na porta e esticou o braço até a
caixa de correspondência. Hoje tinha cartas e uma delas era judicial,
obviamente o mandato de Johnny. Abriu as pressas a porta, quando leu o horário
de comparecimento a Swarthmore College, percebeu que faltava menos de 40
minutos. Sua sorte era que a S.C. ficava próximo a sua casa, então, pôde chegar
a tempo ao prédio principal onde responderia a intimação.
Estacionou às pressas e no caminho para o prédio
principal, havia muitos policiais e faixas amarelas proibindo a passagem de
civis. Perto da porta do prédio principal, Katheryn estava conversando com
alguns oficiais da polícia, quando o avistou, disse:
—
Uau, duvidei que responderia ao mandato...
—
Não tenho problemas com a justiça e não devo nada.
—
Jared, se quiser, posso pedir para interrogá-lo. Já nos conhecemos bem.
—
Nos conhecemos? — Jared questionou confuso. — Não, não é verdade.
—
Aquela noite significou algo? As coisas que disse?
—
Katy, foi apenas sexo... por favor, você queria aquilo com veio atrás de mim
naquela noite. E eu não disse nada, foi você quem disse.
—
Explica isso direito. — Katheryn indagou seguindo Jared no elevador.
—
Explicar o que? Não devo explicações... Você sabe que tenho namorada, eu gosto
da Taylor, lembra dela? A garota que vocês estão procurando. — Jared suspirou. —
Olha, aquilo foi divertido, você foi ótima para mim, mas entenda que ando
confuso desde o desaparecimento da Taylor e não se ofenda com digo que não
significou nada.
Katheryn
riu, não acreditava no que acabara de ouvir. Aproximou-se de Jared e disse:
—
Não sou segunda opção sua ou dessa garota que você chama de namorada. Aquela
garota é uma criança e você está sendo um escroto. — ela riu. — Espero mesmo
que você não tenha culpa porque eu vou adorar acabar com sua vida!
—
Não tenho culpa que você se decepcionou comigo. Se você não tivesse ido até meu
quarto, honestamente nunca teria reparado em você. Sinto muito, Katheryn, de
verdade.
—
Você é um crápula sem caráter... Seu filho da p...
Katheryn
parou de falar quando Johnny apareceu no final do corredor, mas cerrou os olhos
contra Jared e arrumou sua postura.
—
O que está acontecendo aqui? — Johnny perguntou curioso, mas ninguém respondeu.
— Tudo bem... já que ninguém quer dizer, acho melhor começarmos, Jared, por
favor, acompanha-me.
—
Antes de começarmos, quero dizer que sinto muito pela nossa briga. Vocês dois
são meus irmãos, a família que tenho e tanto prezo. — Jared olhou para Johnny e
John. — Sinto que tudo que estou passando... tem sido difícil porque não sei o
paradeiro da minha namorada, tendo vocês aqui investigando todo o caso... Tem
me afetado bastante, mas eu não quero levar essa briga a diante. Não sinto
rancor e espero que me perdoem.
—
Você não muda mesmo... — John riu e o puxou para um abraço.
Apesar
de ter relutado, Johnny abraçou seus irmãos como nos tempos de infância.
Ficaram abraçados por dois minutos, soltaram uma risada conjunta e de alívio.
Aquilo era o sentimento de fraternidade que ainda sentiam um pelo outro.
—
É um filho da puta mesmo... — sussurrou Katheryn para si mesma após assistir a
cena.
***
Duas semanas depois
Miley testava sua câmera, tentava arrumar o zoom que
tinha danificado desde o dia que invadiu a irmandade da Cher, então, deduziu
que algo tinha quebrado. Tentava tirar uma foto profissional de seu cachorro.
—
Você está em um ângulo perfeito, posso tentar?
Ao
ouvir aquela voz, tentou ignorar, mas pela sombra que batia contra o Sol,
percebeu que a pessoa não iria embora.
—
O problema é que a câmera está quebrada e você não é profissional.
—
Acredito que quem faz a arte é a modelo, não o fotografo. — retrucou.
—
Nick, por favor, deixe-me em paz.
—
Deixe-me tentar... por favor... — pediu novamente. — É triste que você fique
apenas tirando fotos de outras pessoas, mas nunca de você. Perde a noção do
quanto lembranças suas também são essenciais.
Miley
assentiu e pegou seu cachorro no colo, entregou a câmera ao Nicholas e voltou a
mesma posição que ele pedira. Respirou fundo, sentia-se um pouco constrangida
por aquilo, mas o sorriso que ele deu por de trás da câmera a deixou corada.
—
Está uma paisagem bem legal. — Nicholas comentou. — Ficaram ótimas!
Miley
não respondeu, ficou apenas sorriu como se bastasse ao elogio.
—
Posso te seguir no instagram? — Nicholas perguntou. — Adoraria ver essas fotos
quando você as publicar. Espero que publique, estão ótimas.
Ao
pegar sua câmera, Miley avaliou as fotos e sorriu – realmente ficaram ótimas.
—
Você leva jeito com fotografia. — ela disse. — Obrigada por isso. Creio que não
irei publicar...
—
Então, envie para mim. Se não se importar, gostaria de ter uma. — Nicholas
respondeu. — Apenas para dizer que eu sou bom nisso.
—
Bom, quando nos encontrarmos, quem sabe. — Miley.
***
—
Como foi o passeio?
—
Normal... apenas Meredith que está pesada demais, e preguiçosa. — respondeu
Taylor, colocando
—
Perguntei do passeio com seu professor...
—
Ed, ele não é meu professor, ele só leciona onde estudo. E foi normal, ele
disse que a polícia está mais calma, sumindo do campus aos poucos.
—
E você acha que será normal você sumir e reaparecer do nada, sem nenhuma
justificativa como se nada tivesse acontecido? — Ed indagou, curioso.
—
Não, não será dessa forma. Mas eu quero... ainda não sei o que fazer. Eu quase
morri! — Taylor respondeu. — Eu não sei quem tentou me matar sufocada dentro do
meu próprio dormitório e não tenho como apontar dedo a alguém.
—
E o que o Jake diz sobre isso? — Ed perguntou, sentando-se à mesa.
—
Aquela lista de alunos que citei, ele disse que observou e todos estão agindo
normalmente sem nenhum ar culposo e agora volto a estaca zero. — Taylor serviu
de um chá. — Queria conversar com Jared ou Theo, mas eles devem estar muito
envolvidos com a polícia nessa altura.
—
Sim, principalmente esse Jared. — Ed respondeu puxando um jornal local. —
Segundo a notícia que foi publicada nesta manhã, o detetive Johnny Depp, que
lidera as investigações, descobriu o caso que seu irmão caçula tinha com a
estudante desaparecida e está investigando o caso. E que o mesmo afirma que
sabe separar suas relações pessoais com as profissionais, e ainda segundo
fontes da vizinhança em que moram, a relação dos irmãos está estremecida. — Ed
fechou o jornal. — Vem cá, você tem certeza de que eles não se parecem nada?
—
Estou te dizendo, eles não são nem um pouco parecidos e isso é um outro
problema. Se a relação deles estremeceram, talvez ele tenha descoberto. Não sei
se o Johnny me reconheceu... eu era mais nova, tinha visual e aparência
diferente de hoje...
—
Taylor, por favor, você não mudou em pouco mais de seis anos dessa forma. Se
ele te viu e falou com você, ele lembrou.
—
Mas ele não me disse nada...
—
Claro que não! Seria, no mínimo, antiético tocar neste assunto no meio de uma
investigação como essa. Fora que as circunstâncias que vocês se encontraram é
duvidosa. Ele não poderia dizer: “ei, você namora meu irmão, mas você lembra
que ficamos depois do show dos The Killers”. Ah, fala sério, Taylor, ele sabe
quem é você, mas optou por guardar segredo.
—
Seria bom ter respostas. Ele age normalmente e eu não sei, eu me preocupo só de
pensar se o Jared sabe ou não. E não saber de absolutamente nada está me
matando...
[CONTINUA]
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