18 março 2017

Criminal Case | 03° Capítulo.

[revisão realizada em 13/03/2022]

I

Demetria abriu a porta da sala de reunião e todos pegaram suas cadernetas prestando atenção no que a inspetora dirá. Connor trouxe às pressas o quadro com as informações e adicionou a foto da última vítima.


— Já temos um perfil. — Demetria brandou ansiosa. — Procuramos um homem na faixa dos 40 anos, ele caça suas vítimas em aplicativos de relacionamento, todas as vítimas, além de terem perfis semelhantes, fazendo o uso desses aplicativos. É possível que eles conversem o suficiente para que ele possa colher informações para persegui-las sem que elas soubessem disso. Ele pode ter mapeado suas relações próximas, o dia a dia de cada vítima com horários e lugares frequentados até o ato final. Ainda não sabemos se eles se encontram ou se ele as pega de surpresa, acredito na primeira opção.


Demetria respirou fundo na tentativa de não demonstrar seu nervosismo.


— Ele é calmo e meticuloso, demonstra que leva tempo para fazer o que quer. Ele não deixou evidências em nenhuma cena do crime, não levou nada de valioso das vítimas. O que nos leva a crer que ele se contenta em matar.


Connor organizou alguns papéis na mesa e distribuiu anotações para o grupo.


— Conversamos com familiares e amigos próximos das vítimas e mapeamos todos os locais onde as vítimas frequentaram na última semana de vida. Elas frequentaram pontos turísticos, checamos a data e horário e pedimos para verificarem com rigidez as câmeras de segurança, pois é muito possível que nosso assassino as seguiu nestes lugares. Precisamos achar uma coincidência.

— A vítima sobreviveu... — Joseph falou. — Seu nome é Miranda Keys. Está em estado de observação, ainda desacordada. Vamos torcer por sua recuperação para que possa colaborar na investigação. Ela se torna uma peça central para conseguirmos pegá-lo.

— Seu último ataque falhou e ele sabe disso. — Demetria. — Sem falar que temos uma vítima diferente das demais. Miranda é loira, tem apenas 24 anos e ainda é estudante.

— Sim... — Joseph continuou. — Ele tentou atacá-la, mas a vítima estava acompanhada de seu irmão que reagiu e morreu no local tentando defendê-la. Isso é diferente de todo o histórico que ele nos apresentou até agora, esse ataque não pensado diz que ele tinha pressa. Talvez raiva, talvez sede...

— Não compreendo. Ela estava acompanhada e ele não sabia? — Um oficial questionou confuso.

— Pude mapear a casa de Miranda e verifiquei os celulares da vítima. — Joseph se sentou na mesa. — Pelas mensagens, os dois marcaram de se encontrar na casa de Miranda, achamos a cópia da chave no bolso de Charlie Keys, o irmão da vítima, isso nos diz que ele tinha a chave da casa da irmã e entrou no momento que nosso assassino já atacava Miranda. Ela estava sozinha, mas não por muito tempo. Pela bagunça deixada na casa, sabemos que houve uma briga entre Charlie e ele, enquanto Miranda estava desacordada no chão porque já tinha sido sufocada. Ele não esperava isso.

— A boa notícia é que achamos um traço de DNA no Charlie, acreditamos que seja dele. — Demetria disse aliviada. — Está em análise no momento.

— Não divulgaremos na mídia a morte de Charlie Keys, vamos preservar Miranda e sua família da imprensa. — Joseph balançou a cabeça pensativo. — Imagino que o assassino deva estar furioso por sua falha, principalmente por ser metódico. Também machucado pela luta entre os dois, então, temos duas alternativas: ou ele dará um tempo, mas não podemos deixá-lo desaparecer ou ele agirá mais uma vez para provar a si mesmo seu poder.


II

Um mês depois

— A polícia continua em busca do assassino em série que aterroriza as mulheres da capital americana. Passou-se um mês desde seu último ataque e, no total, temos quatro vítimas mortas e uma sobrevivente em estado grave. A polícia não tem nada a dizer há um mês, famílias sem justiça ou satisfação da investigação, não há nada que os aproximem desse assassino. Até quando?


Joseph entrou na sala e desligou a televisão que Demetria assistia atentamente enquanto, sem notar, amassava o pacote de bolacha que comia. Ela respirou fundo e jogou o pacote fora.


— Eles têm razão, não temos nada. Um perfil vago, sem detalhes, sem provas. — Demetria. — Não temos nada!

— Miranda Keys acordou. — Joseph se sentou ao lado de Demetria. — Por ordens médicas, não podemos falar com ela agora. Precisa de repouso absoluto, mas já ordenei uma patrulha no andar onde está internada por segurança. Até mesmo da mídia.

— Precisamos dela, Joe. — Demetria respondeu aflita. — Precisamos dela.

— Eu sei, Demi, mas não podemos passar por cima dos médicos. — Joseph pegou na mão de Demetria. — Fique calma, você está fazendo um ótimo trabalho, estamos todos com você. Vamos conseguir.


Demetria apertou a mão de Joseph e suspirou aliviada com sua fala – ele sabia como acalmá-la de toda a pressão que sentia. Os dois se afastaram e ficaram em silêncio por longos minutos. Joseph analisava mais uma vez o quadro das vítimas em busca de algo que deixou passar, Demetria o observava sentada.


— Ela perdeu seu irmão... — Demetria comentou. — O Wilmer é especialista em luto, talvez ele pudesse nos ajudar a conversar com ela para que se abra conosco. — Demetria disse com calma. — O que acha? O tempo está passando e estamos ficando sem tempo.


Joseph encarou-a pensativo.


— É uma possibilidade, de fato. — Joseph respondeu com cautela. — Vou conversar com Karine sobre isso, pedir uma autorização para que possamos explorar essa possibilidade. — Joseph sorriu. — Aliás, quando ter tempo livre, desça até meu laboratório que eu quero mostrar uma coisa.

— Estamos analisando o papel que ele usou para fazer ambas as cartas. Achamos uma coisa na rua de Miranda e temos um novo palpite. — Joseph explicou. — Mas convença seu marido antes de tudo.


III

— Miranda? — Wilmer bateu duas vezes na porta com delicadeza. — Posso entrar? Sou Wilmer Valderrama, especialista em traumas e vítimas de luto.

— É sobre Charlie? — Miranda perguntou cabisbaixa. — Ele morreu tent...

— Salvar você. — Wilmer fechou a porta. — Eu sei e eu sinto muito por isso.

— Eu sei que é importante que eu converse logo com a polícia, mas eu ainda... — Miranda se encolheu na cama aflita. — Eu ainda não consigo lembrar... lembrar do o que aconteceu. Eu vejo um borrão nas minhas memórias.

— Calma, Miranda. — Wilmer. — Você vai falar com a polícia somente quando estiver pronta para isso. Primeiro, você deve focar em si mesma, na sua recuperação e na sua dor. — Wilmer observa-a com atenção. — Podemos começar com você me dizendo como se sente...

— Sinto raiva por tudo, sinto... — Miranda suspirou. — Sinto vergonha.

— Você não deve sentir vergonha. Nada disso é culpa sua!

— Meus pais sempre dizem para tomar cuidado, mas eu os ignorei a vida inteira. Eu não tinha medo do que eles sempre alertavam sobre pessoas perigosas, jamais imaginei que poderia passar por isso. — Miranda abaixou a cabeça tímida. — Eu tinha aplicativos de encontros, dizia gostar de relações mais... fortes. Violentas. Eu costumava sair com desconhecidos somente para transar, nada mais. Pensei que seria mais um encontro desse...

— O que lembra sobre ele? — Wilmer perguntou. — Alguma memória?

— A polícia me mostrou fotos de quem eu conversava nos aplicativos de encontro, mas nenhum me remeteu ao homem daquela noite. — Ela respondeu pensativa. — Não era nenhum deles mesmo que eu não lembre a fisionomia.

— Pode me dizer qualquer coisa daquele dia?

— Eu não lembro de nada, absolutamente nada. — Miranda apertou duas unhas nos braços. — Lembro somente da dor e como era sufocante estar ali, mas não vejo cenas. Eu tento, mas eu não consigo. Não consigo.

— Miranda, fique calma. — Wilmer aproximou-se dela. — Não vamos forçar a sua mente nessa memória ruim. Apenas lembre-se: você está salva aqui.


Miranda começou a chorar e os aparelhos conectados ao corpo dela apitaram, a vítima apertou a mão de Wilmer enquanto chorava. Dois enfermeiros entraram no quarto para acalmá-la – estava tendo um ataque de pânico.

Wilmer soltou a mão de Miranda e afastou-se observando os enfermeiros trabalhando para contê-la e acalmá-la.


— Senhor, precisamos que saia agora. — O enfermeiro ordenou.


Sem dizer nada, Wilmer concordou e saiu da sala. Miranda desmaiou e voltou a dormir com cerca delicadeza e Wilmer assistiu atencioso a cena pelo lado de fora do quarto.

No início do corredor, Wilmer viu Demetria caminhar em sua direção acompanhada de outro homem que não conhecia. Ao aproximar-se, Demetria deu um rápido beijo no marido e sorriu.


— Wilmer, este é meu parceiro Joseph. — Demetria. — Como foi com Miranda?


Wilmer aproximou Demetria com carinho, acariciou seus cabelos e suspirou.


— Acredito que ela seja útil para a polícia agora. Está muito nervosa e confusa com todos os acontecimentos, ela não se lembra de nada daquela noite. — Wilmer disse com um sorriso. — Precisarei de mais tempo com ela para trabalharmos isso.


— Receio não termos tanto tempo assim. — Demetria brandou.

— Veremos o que podemos fazer com Miranda, para colaborar conosco. — Joseph disse entusiasmada. — Não podemos desistir dela.


Os três observaram Miranda dormindo, era possível ver os ferimentos em seus braços e pescoço. Joseph moveu-se e disse:


— Preciso mostrar outra coisa a você, Demi, vá ao meu laboratório. — Joseph sorriu para ela. — E, Wilmer, foi um prazer conhecer você.


Joseph tocou o ombro de Wilmer para despedir-se. O casal observou Joseph entrar no elevador, Wilmer afastou-se de Demetria e olhou-a.


— Ele te chama pelo seu apelido? — Wilmer questionou a esposa.

— De Demi? — Riu do questionamento do marido. — Sim, é por convivência e intimidade. Trabalhamos juntos já faz um tempo para manter a formalidade.

— Ainda assim, não soa tão profissional. — Wilmer comentou.

— Wil, por favor, não crie paranoias por apelidos. — Demetria riu e o beijou. — Obrigada por tentar, fico feliz de tê-lo aqui.

— Eu sei o quanto é importante para você. — Wilmer. — E você sabe que eu faria de tudo por você, não sabe, meu amor?

— Sei... — Demetria o beijou novamente. — Viu? Meu amor soa melhor que Demi.

— Deixarei Alexa com a babá. Já a paguei. — Wilmer avisou. — Hoje tenho plantão, então, não se atrase.

— Não irei.


Wilmer sorriu para Demetria e a beijou, pegou em sua mão e saíram.


IV

— Diga, Joe, o que gostaria de me mostrar. — Demetria entrou no laboratório. — Espero que seja boas notícias apenas.

— Na sua carta, encontrei uma coisa... — Joseph chamou-a para aproximar-se. — Reparei que tinha um leve relevo na textura do papel. Está vendo está sombra... — dizia apontando. — É um desenho. Significa que o papel usado pelo novo assassino foi escrito por cima de um outro papel.

— Interessante... — Demetria balançou a cabeça. — O que pode significar?

— Essa é a boa parte. Tentei exprimir o máximo dos detalhes dessa textura e saiu um desenho.


Joseph entregou para Demetria uma folha um pouco rasurada por ele com lápis preto. Entre as letras do assassino foi possível visualizar um desenho: tinha um casal e um sol. Pela coordenação motora do desenho, foi feito por uma criança.


— Uma criança... — Demetria disse vitoriosa. — Ele pode ter uma família!

— Foi o que eu pensei. — Joseph sorriu.


Demetria abraçou-a no calor do momento com força e sorridente.


— Joseph, isso é demais. — Ela sorria. — Já mostra um desleixo dele quando ele decidiu me deixar a carta.

— Acredito que possa ser ele e a esposa na visão do filho. Não podemos trabalhar com etnia ou características, mas podemos apontar um homem casado e de família.

— Veja, é obvio que a família não sabe, então, ele mente. É por isso que ele é meticuloso, ele tem uma única chance de fazer e voltar para casa sem perguntas e com álibi. Além do mais... — Demetria pensou. — Ele tem a confia de nunca ser um suspeito.

— Miranda disse que, ao menos, nenhum dos homens com quem conversou no Tinder lembrou do nosso assassino. — Joseph lembrou.


Demetria olhou no relógio do pulso e soltou de susto.


— Joe, preciso ir para casa. A babá tem compromisso. — Sorriu. — Mas isso já me deu esperanças de que vamos pegá-lo.


V

Quando chegou em casa, Demetria deparou-se com a babá com Alexa no colo.


— Sra. Lovato, estou atrasada para aula. — Entregou a criança para mãe.

— Sinto muito o atraso, Karlie. — Demetria. — Irei pagar pelo atraso.


Demetria abriu a carteira e tirou uma nota de cem dólares. A garota sorriu ao ver a recompensa acima do esperado.

— Só não conte ao Wilmer do meu atraso. — Demetria riu. — Ele me lembrou e ainda assim acabei deixando passar a hora.

— Tudo bem, sra. Lovato. — Respondeu Karlie. — Boa noite!


Ao fechar a porta, Demetria colocou Alexa no chão da sala e se sentou no sofá. A menina começou a brincar com seus lápis de cores na mesa de centro da sala de estar. Demetria esticou suas pernas, ligou a televisão e observava a filha entretida com seus desenhos.

— Mamãe, ficou bom? — Alexa disse.


Demetria aproximou sorridente e pegou a folha da mão da filha.


— Está lindo, Lex. — Demetria disse entusiasmada. — É a mamãe?

— Não, é da foto do papai. — respondeu. —  Vou fazer da mamãe agora.


A menina voltou sua atenção para seus desenhos e Demetria se deitou novamente para relaxar o corpo.


— Aqui mamãe. — A menina entregou outro papel. — Mamãe e papai.


Demetria pegou a folha e sorriu elogiando mais uma vez a filha. Relaxou no sofá admirando a desenho de Alexa – era sua fase favorita de observar.

Despertando de, talvez, uma epifania. Demetria assustou-se. Olhou novamente o desenho. Pegou o primeiro desenho realizado pela criança.


— Alexa, quem é na foto do papai? — Demetria questionou preocupada.


Sem dizer nada, sua filha mexeu os ombros em sinal de não saber.


— Sabe onde seu pai guarda essa foto? — Demetria tentou mais uma vez.

— No meu quarto. — Alexa respondeu.

— Pode me mostrar?

— Papai disse que não posso mexer nas coisas deles. — Alexa. — Ele disse que não é certo.

— É que a mamãe... — Demetria ficou nervosa. — Quer guardar esse desenho lindo junto com a foto. Vai ser a mamãe, pode confiar em mim, o papai jamais vai saber de nada.


Alexa excitou alguns minutos, mas Demetria insistiu. Ficara pálida com sua imaginação que a colocou em inúmeras possibilidades. Era dolorido pensar em traição de Wilmer.


— Vamos, confie na mamãe. — Demetria enchera os olhos de lágrimas.


A pequena criança assentiu e se levantou. Seguindo sua filha, Demetria entrou em seu quarto e Alexa apontou para penúltima gaveta de uma cômoda amarela.


— Vou guardar agora, querida. Pode voltar a brincar. — Demetria sorriu.


Esperou a filha sair do cômodo e se ajoelhou frente a cômoda. Seu coração começou a palpitar e suas mãos ficaram úmidas de nervosismo. Puxou a gaveta e tinha algumas peças de roupa de sua filha.

Com cuidado para não tirar nada do lugar, Demetria passou a mão entre as roupas e no canto esquerdo da gaveta encontrou uma pequena caixa trancada com uma chave. Respirou fundo. Pegou uma chave-mestre que tinha guardado – presente que ganhara uma vez de uma funcionária. Ao saber que encaixou a abriu, Demetria respirara ofegante.

Abriu e deparou-se com diversos papeis. Alguns eram desenhos de Alexa e outros eram desenhos do próprio Wilmer e continua poesias. Demetria lembrou que seu marido costumava escrever, mas há muito tempo não o via fazendo qualquer tipo de escrito. Foi tirando um a um dentro da caixinha achada e um desenho chamou sua atenção.

Colocou a mão na boca rapidamente para não esboçar nenhum som.


— Meu Deus! — Verbalizou em choque.


Suas mãos tremiam.


— Meu Deus. — Repetia inúmeras vezes. — Wilmer...


Demetria correu para pegar seu telefone. Olhou a filha ainda entretida em suas brincadeiras. Discou o telefone de Wilmer – caiu na faixa postal.

Optou por deixar uma mensagem de voz.


— Wilmer, venha para casa agora. Eu quero falar com você. É urgente.


Encarou o telefone mais uma vez e andava de um lado para o outro. Não sabia o que fazer agora, mas seu extinto dizia que precisava enfrentar isso.

Discou o número de Joseph. Tentou duas vezes e caiu na caixa postal. Demetria escreveu uma mensagem de texto, mas Joseph mal mexia no celular, então, não tinha esperanças que leia sua mensagem logo.

Jogou o celular no sofá e pegou Alexa no colo.


— Meu amor, vamos para o quarto. Já está na hora de dormir. — Demetria.


Colocou a filha na cama.


— Pode brincar com seus ursinhos de pelúcia, mas não saia desse quarto até eu vir te buscar. — Demetria beijou a testa de Alexa. — Escutou? Não saia desse quarto.


Fechou a porta do quarto e respirou fundo. Andava pela casa aflita e checava Alexa no quarto algumas vezes. Olhava pela janela do quarto e as ruas já estavam bem escuras, sentou-se no sofá e permaneceu imóvel.

Depois de uma hora, ouviu o carro de Wilmer estacionamento em frente à casa. Demetria levantou e aguardou que ele entrasse dentro de casa.


— Demi? — Wilmer disse. — Ouvi sua mensagem, vim o mais rápido que pude.

— Onde você estava? — Demetria disse seca.

— Em atendimento no escritório. — Respondeu com calma. — O que houve?


Demetria não respondeu e andou até a cozinha. Wilmer a seguiu.


— O que é isso? — Perguntou a Wilmer entregando algumas folhas.

— Desenhos da nossa filha. — Wilmer respondeu sério. — Não estou te entendendo, Demi, quero que me diga o que está acontecendo...

— Desenhos da nossa filha... — Demetria riu. — É isso aqui... — Jogou mais folhas. — E isso aqui é o que...


Wilmer pegou algumas folhas jogadas do chão e identificou do que se tratava.


— Demi...

— Wilmer, o que você fez?

— Demi, isso... — Wilmer passou a mão no rosto. — Não respeitávamos a privacidade um do outro.

— Não existe privacidade até você me explicar.

— Demi, não entendo do que você está falando.

— Apenas para de me fazer de idiota! — Demetria gritou. — Apenas pare!


Wilmer ficou em silêncio, Demetria olhou-o raivosa.


— Admita... — Ordenou. — Admita agora.


Wilmer permaneceu em silêncio.


— Wilmer...

— Demi... — Tentou se aproximar. — Não há nada demais aqui, são apenas desenhos e poesias.


Demetria virou de costas e deu risada.


— Você está me subestimando. — Demetria. — Não é só isso que encontrei.


Demetria tirou do seu bolso e empurrou contra o peito de Wilmer mais alguns papeis e fotos. Ele as olhou e depois fitou a esposa com atenção.


— Vai admitir agora? — Demetria o desafiou. — Tente negar olhando nos meus olhos...


Wilmer deixou cair as coisas do chão e olhou nos olhos de Demetria.


— Tente negar, Wilmer... — Ela repetiu. — Eu liguei todos os pontos e você é o cara que procurei nos últimos dois meses.

— Está ficando louca. — Wilmer respondeu. — Essa não é você...

— Cala a boca. — Demetria interrompeu-o. — Hoje Joe me mostrou uma coisa muito interessante. Esse desenho aqui... — pegou na mesa. —  Foi feito por Alexa e a carta que o assassino me enviou... — Demetria fez uma careta. —  Tinha esse mesmo desenho marcado no papel que usou.

— Olha as acusações que você está fazendo contra mim, Demi... — Wilmer aproximou-se dela. — Assassino?

— Os hematomas na sua barriga, você realmente acha que eu não vi. — Demetria sorriu. — Eu reparei e esperei que você me contasse sobre, mas agora entendo o porquê não fez. Foi Charlie Keys, vocês brigaram na noite que tentou matar Miranda e falhou.


Wilmer ficou em silêncio e apenas riu.


— As fotos de todas as vítimas escondidas dentro da minha casa.

— Você encontrou essas coisas aqui? — Wilmer disse surpreso. — Demi, isso só pode ter sido plantado. Você recebeu ameaça e acredita que fui eu?

— Wilmer, diga a verdade.

— Oh, meu Deus, Demi! — Wilmer riu. — Você me conhece, sou seu marido, eu jamais... eu sequer sei de onde isso veio... você está ficando louca! Louca!

— Você realmente acredita que sou tão estupida assim, não é? — Demetria o empurrou. — Sou burra? Talvez eu realmente seja porque eu tracei um perfil e não notei que dormia com ele no meu lado.


Demetria empurrava Wilmer com raiva contra a parede. Ele tentava segurar seus pulsos, mas ela impedia que ele o tocasse.


— Admita, Wilmer, admita agora. — Demetria gritou. — Admita que você é o homem fraco e invejoso. Você as matou porque queria me matar?

— Demi, pare com isso agora...

— Você sempre reclamando de ser reprimido. Você é fraco!


Wilmer moveu-se rapidamente apagando as luzes da cozinha e segurou no pescoço de Demetria levanto-a ao chão. Demetria sentiu o impacto de suas costas baterem no chão com força e Wilmer montou em cima de Demetria, segurando seus braços e os movimentos das pernas.


— Wilmer... — Demetria gemeu dolorida.

— Eu te amo, Demi, eu te amo muito. — Wilmer disse.


Demetria soltou suas mãos e arranhou Wilmer com força e tentou se rastejar, mas seu peso por cima a segurava com força. Ele segurou seus braços e bateu em seu rosto.


— Você estragou tudo...


Demetria sentiu seu rosto adormecer com o tapa, não conseguia mover seu corpo – Wilmer tinha sentado perto da altura de seus seios e imobilizou seus braços entre as pernas dele. Ele acariciou o cabelo dela pela última vez e pressionou o pescoço de Demetria com força.

— Fraco! — Demetria disse quase sem voz.

— Eu te amo, mas você me obrigou a isso.


Pressionou ainda mais suas mãos no pescoço de Demetria. Ela ficou zonza e conseguia ouvir apenas Alexa chorando em outro cômodo da casa.

O resto de Demetria ficou avermelhado, ela se contorcia no chão e chorava com a falta de ar. Seu olhar cruzou com de Wilmer e ele pressionara ainda mais. Demetria tentou manter seus olhos abertos, mas eles ficavam cada vez mais pesados.

[CONTINUA]


6 comentários:

  1. MENINA!
    eu estou completamente apaixonada por essa fanfic.
    eu amo tudo o que envolve coisas criminais, adoro criar teorias loucas na minha cabeça e essa fanfic já ganhou um espaço especial no meu coração.
    parabéns pela criatividade, pelo jeito que escreve, deixa a gente cada vez mais envolvida na história.
    enfim, eu estou amando essa história.
    poste assim que der, ok?
    bjs*

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    1. Fico feliz que tenha gostado e eu também sou apaixonada por esse tema. Espero que tenha gostado do curta.
      Obrigada pelos elogios. Isso incentiva tanto a continuar.
      Beijos, Métis.

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  2. MIRELA! ME PERDOA!
    Estávamos conversando quando meu carregador explodiu e a bateria do celular queimou. Pedi pra Aila te avisar, espero que você me perdoe. O vácuo não foi intencional, quero muito dar continuidade a nossa conversa, mas ainda estou sem celular por enquanto.
    Quero me desculpar também por não ter me ligado que era você postando!! Eu via no feed, mas só me toquei que era você quando entrei no blog. Um pouco desatenta. Desculpaaa.
    No mais, eu quero dizer que desconfiei de Wilmer na primeira parte e achei que estava doida KKKKKKKKKKKK porque eu adoro quando o assassino está entre os personagens, então desconfiei tanto dele quanto do joe. Estou amando essa curta, amo tudo que tu escreve ♥
    Beijos, morrendo de saudades e de vergonha pelo vácuo e pela minha lerdeza. Mas o amor é o mesmo.

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    1. Sempre dou risada com seus desespero, mas não tinha problema.
      Você sempre é desatenta Thaysa haha. Fico muito feliz que tenha gostado do curta. Sua opinião conta muito para mim.
      Beijos, Métis.

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  3. AAAAAAA EU SABIA QUE ERA O WILMER MEU DEUSSSS
    EU NÃO ACREDITO QUE EU TAVA CERTA BIXO TRACEI O PERFIL DELE CERTINHO
    MALU A MAIOR INVESTIGADORA CRIMINAL QUE VOCÊ RESPEITA

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