12 abril 2017

Bad Blood 2.0 | 30° Capítulo. [In Memoriam - Lily Collins]


- Bom tempo. – Taylor veio em minha direção rindo. – Foi por.... – Ela olhou no placar. – Sete segundos.
- Sete segundos que valem muito. – Falei enquanto secava meu cabelo. – Acho que é o famoso “Theo’s impact”.
- Sua sorte é que eu não tenho ciúmes do Theo, se não, o pódio dessa vez era meu. – Taylor.
- Quer fazer um 4x4 sexta anoite? – Perguntei indo com ela para vestuário.
- Não, quero fazer maratona da decima temporada de law and order. – Taylor balançou a cabeça pensando. – Quer ir na minha republica assistir?
- Eu não sei, já estou na decima quarta temporada. – Ri debochada. – Vamos assistir Criminal Minds...

***
- Estou dizendo que eu tenho provas essa semana. – Repeti.
- Provas, treinamentos. – Taylor falou bravo. – Cinema com a Taylor na sexta? Lily, quando você vai marcar hora para nós dois?
- Eu tenho essa noite inteira para você, se quiser. – Peguei na mão de Taylor e levei para minha cintura.

Taylor fechou a janela do carro e deitou o banco do motorista, tirei meu cinto de segurança e subi em seu colo. Deitando sobre seu corpo. Iniciei um beijo lento e caloroso, sua mão já deslizava para minhas pernas. Sorri ao separar nossos lábios e passei a mão pelo seu cabelo.

- Quer fazer isso aqui ou no meu quarto? – Perguntei levantando sua camisa.
- Nos dois. – Taylor respondeu e voltou a me beijar.

***
- Em primeiro lugar, pela segunda vez consecutiva: Taylor Swift. – Diretor falou no microfone.

E o ginásio aplaudia enquanto Taylor subia no pódio. Quando o diretor anunciou meu nome em segundo lugar, subi ao seu lado e ela me abraçou.

- Melhor de três, certo? – Perguntei no pé do seu ouvido.

Taylor concordou com a cabeça e sorriu para as câmeras ao registrar o momento.

- Parabéns Vanessa. – Falei após a foto.

***
- Meus pais querem te conhecer. – Falei enquanto fazia carinho em seu cabelo.
- Quando? – Taylor perguntou levantando a cabeça.
- Na Pascoa. Eles irão vir para cá, na casa da minha tia. – Sorri. – Eles vão gostar de você.

Em um movimento, subi no colo de Taylor e prendi suas mãos no topo da cama e beijo-o.

- Eu gosto de você. – Falei. – Não tem como eles não gostarem de Taylor Lautner.
- Como eles são?
- Não se preocupa, você vai sair bem com eles. – Mordi seus lábios. – Eu tenho prova no próximo período, mas eu gostaria de ficar deitada com você para sempre.
- Ou eu posso te levar para fazer essa prova e você reserva essa noite para ficar comigo. – Taylor sugeriu. – Eu tenho uma reserva naquele restaurante tailandês.
- O que te deu dor de barriga? – Comecei a rir ao lembrar. – Você quer voltar lá?
- É seu restaurante favorito, não é? – Taylor riu. – Qualquer esforço, por você, vale a pena.


***
Enrolei meu corpo na toalha e desliguei o chuveiro. Esperei alguns minutos para meu cabelo parar de pingar pelo chão e sai do box, caminhei para meu armário e ele estava sem nenhuma roupa.

- Eu deixei ela aqui no banco. – Olhei para o banco e não tinha nada.

Voltei para meu box e minha roupa não estava lá. Fiz uma careta e ri ao tentar lembrar onde tinha colocado elas. Ouvi um barulho vindo do vestuário e andei até a porta, minhas roupas estavam jogadas na piscina.

- Certo. – Comecei a rir. – Engraçado. Minha roupa na piscina. – Fiz uma voz fina.

***
- Eu quase tirei 10.0, eu errei uma conta. – Falei abismada. – Na verdade, um sinal.
- Minha família é a primeira a cursar faculdade. – Meu pai beijou minha testa. – É esse menino quando vou conhecer?
- Ele está treinando e tem prova hoje. – Justifiquei a ausência do Taylor. – Mas ele está ansioso para conhecer vocês.

***

- E você se sente melhor com seu atual peso? – Ryan, meu psicólogo perguntou.
- Sim, eu tenho seguido a dieta a risco. – Falei olhando para minhas mãos. – Eu como a cada três horas, incluindo, quando estou treinando.
- Você sente confortável com seu dia-a-dia?
- Me sinto feliz. Dessa vez, não estou me enganando. – Sorri. – Eu vejo a situação inteira. Me sinto feliz e me sinto amada. – Afirmei.
- Taylor sabe dos seus problemas. Sobre seu peso?
- Não contei a ele. – Me encolhi na cadeira. – Ainda não. Espero uma oportunidade para poder dialogar com ele sobre isso. Mas acredito que ele vá me entender e vá me ajudar.
- Ele te ama. – Ryan afirmou.
- Ele me ama. – Repeti.

***
- Posso tirar uma foto de vocês arrumando a urna? – Miley perguntou ao entrar na sala.
- Hillary Clinton quer fotos das suas apoiadoras da Filadélfia? – Perguntei rindo.
- É para o álbum da universidade. – Miley respondeu. – Mas se ele quiser, porque não tirar?
- Que álbum? – Perguntei curiosa.
- É a primeira vez que aceitamos fazer eleição aqui. Eles querem registrar o momento. – Miley fez careta. – Pelo menos, vou receber em dinheiro.
- Já eu irei receber para uma prova que fui mal. – Respondi rindo. – Mas tudo bem.

Abracei as meninas que estavam no meu lado e tiramos algumas fotos.

- Divulga as que ficaram boas, por favor. – Falei rindo.

***
- Eu não vou carregar esse time nas costas. – Falei enquanto caminhava para o vestuário.
- O que você quer, então? – Demi perguntou ficando na minha frente.
- Quero que vocês treinem mais, fiquem melhores. – Expliquei tentando manter a calma. – Eu não quero perder porque meu time não tem um tempo bom. Porque são atrasadas. O que adianta eu ficar em primeiro lugar quando vou revezar com vocês e acabamos em último?
- Para algumas aqui, isso não é uma competição para dar nosso sangue. – Vanessa deu um tchau.
- Para outras é uma competição, Vanessa. – Demi falou e chegou perto do meu rosto. – Está nos chamando de ruim? Quem disse que é o seu time?
- É modo de falar. – Justifiquei me afastando. – Vocês não são ruins, só precisam ser melhores, ter tempo melhores ou pelo menos, me acompanhar um pouco.

***
- Seu sorriso é capaz de iluminar uma cidade inteira. – Taylor falou pegando minha mão.
- Eu te amo tanto. – Puxei seu corpo para perto do meu. – Você é tão bom para mim.
- Quero passar a noite inteira com você. – Taylor falou. – Mas prefiro levar você para jantar.

Taylor pegou na minha cintura e caminhamos para a porta do meu restaurante favorito. Peguei o cardápio na entrada e abri, lendo novas opções.

- Acho que vou provar outras coisas hoje. – Falei enquanto lia.
- Surpresa! Todos gritaram ao entrarmos no restaurante.

Olhei para Taylor e desviei o olhar para todos em nossa volta, senti meu rosto ficar quente. Não aguentei e comecei a chorar de felicidade.

- Surpresa? Taylor perguntou, beijando minha testa.
- Sim. – Respondi limpando as lagrimas e rindo.
***

“Você prometeu irmos nessa festa sábado. ” SMS de Taylor Lautner as 22:00 de Quinta-Feira.
 “Lily, eu não quero acabar assim. Por favor, me ligue. ” SMS de Taylor Lautner as 07:00 de Sexta-Feira.
 “Irei fazer quatro provas hoje, espero te ver hoje ou na festa. É importante que você vá. ” SMS de Taylor Lautner as 10:45 de Sexta-Feira.
***
- O que você está fazendo? – Tentei segurar no piso de madeira. – Está me machucando.

Cravei minha unha na porta, enquanto era puxada pelos pés. Minha cabeça doía e sentia o sangue entrando no meu ouvido. Fazia força para não soltar, mas acabei cedendo pela dor no meu corpo.
     Era noite e a música que vinha da festa soava apenas como um eco. Estava longe dos alunos e na mata. Ninguém me salvaria aqui. Já tinha desistido de lugar, meu corpo era arrastado lentamente pela mata e os gravetos e olhas passavam pela minha mão aberta. Tentei inclinar o corpo, mas toda vez que fazia isso meus ouvidos ficavam irritados.

- Estou sangrando. – Falei comigo mesma ao tocar minha nuca e testa. – Sangrando.

Meus olhos fechavam lentamente enquanto olhava para lua. Não estou prestes a desmaiar. Mas eu não quero desmaiar. Ou estou morrendo?

- Não durma Lily. Não durma.

Meu peitoral ardia, mas minha cabeça estava sangrando. Fechei meus olhos pela última vez.

***
     Busquei a força do meu corpo para cima. Toquei a capa da piscina e ela estava fechada. Tentei puxa-la para dentro da água.

- Por favor, me tirem daqui. – Tentei gritar, mas água entrava na minha boca.

Meu corpo estava fraco. Descia para o chão da piscina e voltava para pegar um pouco do ar. Repeti esses movimentos. Meus olhos fechavam. Estou desmaiando novamente? Não consigo respirar mais. Pela luz da piscina via um pouco da água vermelha, toquei na minha nuca e não sentia mais o sangue. Toquei a capa da piscina e não conseguia puxa-la. Já pensei em fazer isso?
Tentei buscar mais um pouco de ar. Minhas pernas estavam doloridas. Meus braços já não tinham força. Eu continuava tentando usá-los para não me afogar. Nem noto que já estou engolindo agua por um tempo. Parei de me movimentar e olhei para água até ela tornar-se parte de mim. Eu não sinto mais meu corpo. Minha cabeça inclinou para trás e cada vez que piscava, a capa da piscina ficava mais longe. São três metros de profundidade, três metros. Apenas três metros.
Meu corpo não movia, ele se movimentava com a água e água estava parada. Meus braços abertos e minhas pernas dobradas. Meus olhos estavam cansados, tentei fechar minha boca, mas não tinha força para não fazer nenhum movimento. O azul da piscina ficava cinza aos poucos.

***

- Lily e eu namorávamos por nove meses. – Falei olhando para o papel na minha frente e depois para a foto dela atrás de mim. – Ela era uma garota especial. Ela era inteligente, forte e tinha um sorriso capaz de iluminar cidades. – Abaixei a cabeça. – Eu não consigo me conter quando falo “era”, ainda sinto ela aqui. Sinto o amor dela aqui. – Dei uma pausa. – Ela teve uma morte violenta, ela morreu no ambiente que era motivo de felicidade em sua vida. Ela morreu lutando e resistindo. – Segurei forte o papel. – Eu não consigo imaginar o porquê disso. Passou meses desde então e ainda não consigo acreditar na morte dela. Ela tinha sonhos, ela lutou contra as trevas em vida, lutou para ser feliz. Tiraram sua vida. Tiraram a minha vida. Ela merecia viver. Ela tinha o direito de viver. – Fiquei mudo por alguns minutos. – Não sou capaz de falar no memorial dela quando ainda sinto ela perto de mim.

Olhei para os alunos que estavam na igreja presenciando o memorial.

- Essa foto (x) é minha favorita dela. – Falei ao olhar para trás. – Mostra ela sorrindo, ela passava o dia inteiro sorrindo e mesmo tendo um dia ruim, ela não tirava o sorriso do rosto. Nada derrubava a paixão que ela tinha por viver, por aprender, por ajudar alguém. Nada era capaz de sujar o coração dela. – Dei um passo para trás. – Agradeço todos presentes aqui por ela e aclamo por justiça. Que sua vida, seu amor, seu sorriso nunca fique perdido na história. Ela olha por nós hoje.

Rasguei o papel do meu discurso – que não li e virei para foto da Lily. Toquei nos cabelos.

- Eu sempre vou te amar. Sinto muito por não ter te protegido como prometi. Sinto muito mesmo.

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