- Vanessa. – Sorri. – É bom ver você depois de um tempo.
Sentei na cadeira em sua frente e estiquei a mão. Vanessa
olhava fixamente para a porta atrás de mim. Olhei para a porta que estava
fechada e deduzi que ela está com medo de alguém ouvir o que ela tem a me dizer.
- Eles não podem nos ouvir. É ilegal. – Falei. – Aqui nós
podemos conversar, nos tocar e até transar. Acho que é por isso que tem uma
cama ali. – Apontei para o lado esquerdo.
Vanessa continuou muda e olhando para a porta. Arrumei meu
cabelo e levantei, fui até a cama e me sentei.
- Eu fiquei tão depressiva com tudo que aconteceu com nós,
com você. – Falei. – Miley me chamou para viajar e eu fui. Sentia que precisava
disso, mas eu penso muito em você aqui. Esse lugar não é para você. – Tentei
não chorar. – Cheguei ontem de viagem e só permitiram hoje uma visita. Queria
ter te visto antes, mas eu não estav...
- Como está Zac? – Vanessa perguntou com a
voz rouca, sem desviar olhar da porta.
- Zac? – Repeti sem acreditar. – Eu não sei, não o vi. –
Comecei a rir. – Vanessa, eu vim até aqui para tentar conversar com você.
Tentar ver se precisa de alguma coisa. Roupas, advogado e você me pergunta do
Zac?
Ela me olhou por alguns segundos e arrumou sua mão como se
fosse ficar algemada novamente.
- Eu posso perguntar como ele está e ele pode vir te
visitar. – Falei. – Mas eu não voltarei aqui.
Fui até a porta e olhei pela última vez para Vanessa.
- Eu não acredito que você tenha feito tudo isso que está
sendo acusada. Eu vim aqui por você como todas as vezes que precisou de mim ou
de qualquer pessoa que se importe.
Bati na porta e um guarda abriu, sem dizer nada, apenas fui
andando procurando a saída desse lugar nojento. No fim do corredor, encontrei o
detetive John Mayer.
- Ashley. – Ele me chamou ao me ver. – Ela disse alguma
coisa?
- Não. – Falei. – Posso ir embora?
***
- O que quer aqui? – Ele perguntou ao abrir a porta.
- Eu quero conversar com você. – Respondi. – Eu consegui
fugir de casa por uma noite sem nenhuma pessoa me seguir. – Falei sorrindo. – É
a primeira vez que consigo esse feito em meses.
- Você podia sair da casa do Ed quando bem queria. Eu me
lembro disso, Taylor.
- Me deixe entrar e conversar. – Pedi. – Eu vou precisar de
ajuda porque tem essas escadas, mas não quero tomar muito seu tempo. Só quero
conversar sobre isso. Eu me importo com sua opinião e com você.
Ele olhou para a rua e esticou sua mão para me ajudar a
subir os degraus. Entrei em sua casa e olhei em volta e tinha livros jogados
pelo chão; Jake estava com um pano de cozinha no ombro e um cheiro de comida
pela casa.
- Não liga para a bagunça. – Ele avisou.
- Minha casa está assim também. – Falei. – Mas são capas de
jornais com meu rosto estampado. – Tentei rir da piada ruim. – E minha irmã que
é a modelo.
Segui ele até a cozinha e
sentei na cadeira, ele trouxe um copo de água e encostou na pia.
- Pode falar. – Ele iniciou, olhando para o fogão.
Respirei fundo e tentei
organizar meus pensamentos para não dizer nenhuma besteira.
- Uma noite antes de desaparecer do SC, eu quase morri
sufoca por uma pessoa que eu não sei. – Comecei. – Eu estava dormindo e acordei
sem ar com uma pessoa em cima de mim, grudada no meu pescoço. Não conseguia
respirar e pensei que iria morrer. Eu tentei me debater e consegui acertar um
vaso de planta na cabeça da pessoa. Ele saiu de cima de mim e fugiu. Apenas
fugiu. – Tentei segurar o choro ao lembrar. – Eu fugi sim, eu não deveria ter
fugido daquela maneira.
Olhei para a Jake e ele manteve o silencio.
- Única pessoa que me ajudaria nessa situação era o Ed, eu
fui até a casa dele e fiquei por lá. No primeiro dia pensei em voltar, mas eu
tinha medo e vi no jornal que o Harry tinha se matado. Uma pessoa matou Lily,
alguém tentou me matar no meu quarto e depois Harry? Eu entrei em pânico. Eu
tinha medo de morrer.
- Tinha? – Jake perguntou.
- Tinha. – Afirmei. – Olha para minha perna, para mim. A
morte é melhor que isso.
Peguei o copo d’água e virei para não chorar. Coloquei ele
na mesa levemente e vi o vapor de gelo derreter, virando pingos.
- Um dia encontrei meu celular ligado e tive medo da
polícia conseguir rastrear e saber da minha mentira, disse ao Ed que iria
voltar e contar uma história falsa sobre qualquer coisa do meu sumiço. Até
dizer a verdade. Eu recebi uma mensagem do número da Selena para me encontrar
numa lanchonete de estrada, ela sabia onde eu estava e era para encontrar lá no
fim da noite. – Ri. – Pelo menos achei que era a Selena. Quando estava chegando
perto da lanchonete, uma moto me atropelou e começaram a me espancar,
principalmente minha perna. Eu não via nada na hora, mas eu ouvi a voz do
Bieber. Era ele. Ele dizia coisas como “você é burra”, “não seja estupida”
sempre no feminino. Mas ela não dizia nada. Eu fiquei ali no chão. – Coloquei a
mão na boca para abafar o choro. – O Ed queria dizer que eu estava na casa com
ele, que mentimos, mas eu lembrei de você. Eu disse para ele que se contássemos
a verdade, eles iriam descobrir da conexão de vocês e mentimos. Eu menti sobre
o sequestro, mas eu só fiz isso porque eu não queria que você entrasse em toda
essa confusão. Ainda mais das coisas que dizem sobre você, eu não queria.
- O que falam sobre mim? – Jake chegou perto. – Qual é o
verdadeiro boato?
- Que você fez quando morava em NY. O modo que lidava com
alunos. – Recuei.
- Você acredita nesses boatos? – Jake perguntou sentando na
minha frente.
- Nunca acreditei. Em qualquer boato, nunca acreditei. –
Respondi. – O seu é maldoso.
- E o que aconteceu entre nós? Não seria o mesmo boato. –
Jake.
- É verdade? – Perguntei pegando no copo no meu lado.
- Não vou te machucar? – Ele olhou para o copo e
afastou-se. – Eu era casado em NY. Ela era professora de biologia, me traiu com
meu amigo que era professor de literatura. Eu surtei com ambos e um dia ela
disse que eu traia ela com alunas. Esse boato se espalhou porque tentavam
descobrir quais era essas alunas. Ela sabe que nunca a trai. Ela só queria
fingir que eu era errado e quando não descobriram quem era, alunas ficavam atrás
de mim querendo aprender Cormac McCarthy e Charles Bukowski. Como se eles
fossem interessantes assim. – Ele riu. – Eu fui embora, mas isso veio comigo. –
Ele virou para a pia da cozinha. – Na verdade, até você.
- Você nunca fez nada para não falarem sobre isso? –
Perguntei voltando ao assunto.
- Fui eu que pedi as investigações sobre mim mesmo. – Ele
parou. – Percebe que boatos existem, nem sempre são reais, fogem do controle e
no final... quem se importa com a vida da pessoa? – Ele me olhou. – Eu não
posso ficar com você. Não aqui. Não assim. Não agora.
- Então, acredita em mim? – Perguntei, me levantando.
- Já acreditava em você desde que conversei com Ed um mês
atrás. – Jake respondeu olhando para o chão. – Eu não estou ignorando você por
achar pelo o que você passou, uma mentira. Eu estou ignorando porque isso não é
certo. Não podemos fazer isso dar certo.
- Eu não estava gravida do Theo, na verdade. – Caminhei
lentamente até Jake. – Não era dele e eu disse que era porque nunca permiti um
teste de paternidade.
Jake olhou nos meus olhos e
mudou sua expressão. A chaleira começou a apitar pela casa e nos ignoramos. Ele
olhava para mim. Eu olhava para ele. Ele tinha entendido o que eu quis dizer.
Olhei para a chaleira e ele desviou o olhar para desligar o fogão.
- Eu não tenho a obrigação de sofrer sozinha sobre isso. –
Falei.
eu li os capítulos no dia que vc me avisou sobre a postagem, mas deixei pra comentar depois e é claro que acabei esquecendo. mas estou aqui agora, então tudo bem.
ResponderExcluireu já sabia que o filho da taylor não era do theo e agora estou realmente desconfiada que seja a vanessa, de fato, a assassina - até então achava que ela era só um "pau mandando" ou algo do tipo. talvez eu esteja certa e ela seja realmente só um peão, mas não sei.
enfim, estou curiosa pra saber o que houve com ed (meu amorzinho) e pra saber todo o resto.
lhe aconselho a não seguir meu exemplo e postar logo, obg dnd.
te amo <3
E eu já postei o proximo capitulo. Espero que você faça o mesmo haha.
ExcluirBom, seu Ed irá aparecer em breve. Aguarde. Na verdade, aguarde tudo que irá se desenrolar, juro que vai e tudo vai ser explicado.
Te amo muito.
Beijos