13 julho 2017

Bad Blood 2.0 | 39° Capítulo. [In Memoriam - Harry Styles]


Joguei o cabelo de Lily para trás e voltei a beija-la enquanto ela deslizava seus dedos em minhas costas geladas. Seu corpo molhado grudou ao meu, ela abaixou a cabeça e ficou paralisada por um tempo. Ela voltou a me olhar e vestiu seu roupão rapidamente.

- Está errado isso, Harry. – Lily falou afastando-se.

***

- Harry? – Taylor chamou-me mais uma vez. – Está tudo bem?
- Sim, estou um pouco distraído. – Respondi vagamente. – Você acha que eles ficam bem juntos?
- Lily e Taylor? Sim, são ótimos. – Taylor sorriu. – Penso que você ainda não a deixou para trás.
- Ainda não. – Respondi. – Você conseguiu superar ele. Como?
- Acho que é diferente. Eu e Taylor éramos mais amigos do que um casal apaixonado e eu o deixei de lado muitas vezes para pensar nas minhas coisas. Fui egoísta. – Taylor respondeu com olhar triste. – Não o amei como deveria, mas eu não posso me sacrificar por isso mais. Eu perdoei-me.
- Sim, é diferente. – Falei. – Lily e eu terminamos porque não estava dando mais certo entre nós. Quando existe silencio entre o casal por muito tempo não é mais amor.
- Deveria se perdoar também. – Taylor falou olhando para sua pipoca. – Ela está bem com ele e isso é tudo que podemos fazer em relação a isso. Minha mãe dizia que amar também é deixar a outra pessoa ser feliz mesmo que não seja com você.
- Sua mãe é sabia. – Elogiei.
- Quem disse isso foi Jetsunma Tenzin Palmo, ela apenas repetiu. – Começamos a rir. – Mas é verdade.
- Nós somos amigos também, não somos? –Perguntei.
- Sim, somos bons amigos que dividimos pipocas, livros e coisas que eu normalmente não faço.
- Porque você faz isso? – Perguntei encarando-a.
- O que? – Taylor olhou-me desentendida.
- Você é uma boa garota, mas não gosta que as pessoas vejam esse seu lado mais sensível. – Respondi. – Porque não faz isso com seus amigos? Os outros amigos?

Taylor arrumou sua postura e ficou parada, voltou a me olhar.

- Eu não posso ser assim com outras pessoas porque elas se aproveitam de quem é sensível demais ou quem é bom, só bom por natureza. – Ela deu uma pausa. – E eu sou assim com você, só com você.
- Isso não é verdade. – Dei risada.
- Não sou uma boa pessoa, Harry. É diferente quando estou com você e quando estou por minha conta. As pessoas esperam que eu seja forte, competitiva e ambiciosa o tempo inteiro mesmo que uma mulher assim seja “ruim”. E eu sou porque eu quero ter tudo que mereço ter e eu não posso ter sendo como sou com você. – Taylor abaixou a cabeça por alguns segundos. – Aliás, eu tenho que ir para meu treino. Conversaremos depois.

Ela levantou-se e pegou sua bolsa, fiquei pensando no que tinha dito e corri atrás dela.

- Isso não é um defeito. – Falei. – Ser ambiciosa não é um defeito e demostrar fraqueza algumas vezes também não é. Você só... só exige muito de si mesma e as pessoas acabam exigindo.
- Harry, tenho treino. – Taylor repetiu. – E eu não quero falar sobre isso agora.

***

Fiquei sentado na última mesa da cantina e após o sino ali permaneci. Lily passou por mim junto com seu namorado, Taylor Lautner. Ela sorriu gentilmente quando me viu encarando ela, sem dizer nenhuma palavra e aquilo me fez feliz. Voltei a comer minha batata frita e observar outras pessoas, os grupos de pessoas. Assim que acabei de comer, peguei um guardanapo e limpei minhas mãos para voltar a ler meu atual livro.

***

- Ed. – Gritei. – Eu acho que...brei janela do quarto. – Falei engolindo palavras.
- Meu quarto? – Ed gritou. – Harry!

Ed começou a rir sem parar e jogou uma almoçada que não alcançou nem o pé da escada. Rindo tentei descer as escadas, mas tropecei no segundo degrau e cai rolando até os pés das escadas. Ed parou por um instante e esperou uma reação minha. Tentei levantar e cai novamente. Ed esticou sua mão e me ajudou rindo.
- Não podemos misturar bebidas, Harry. – Ed comentou. – Ainda não passou da meia noite e já estamos bêbados dessa maneira.

- Quero terminar aquela canção. – Andei equilibrado até o sofá. – Pegue seu violão.
- É agora? – Ed perguntou. – Inspirado?
- Inspirado. – Respondi rindo. – Alias, estou inspirado a dizer o quanto estou com raiva.
- Li uma vez que a raiva é a segunda fase de uma decepção amorosa. – Ed falou rindo. – Ainda tem whisky, tequila... cervejas. – Ed tentava lembrar.
- Vamos nessa ordem. – Sugeri. – Eu sou idiota de me entregar de coração para elas.
- Foi reciproco, Harry. – Ed. – A questão é sempre o modo de superar esse amor. – Ed chegou perto do meu rosto. – Você está sangrando.

***
- Desculpe ter ligado para você! – Falei envergonhado.
- Não tem problema, Harry. – Pegou na minha mão. – Foi uma queda e tanto.
- Dessa vez Ed e eu extrapolamos os limites da coisa. – Começamos a rir.

Olhei para ela e acariciei seu rosto, coloquei seus cabelos longos para trás.

- Lily, sinto sua falta. – Falei.
- Harry...
- Sinto muita sua falta e eu queria te ver para dizer que você superou nos dois muito rápido, queria dizer coisas ruins, mas quando olho para você... – Peguei no seu rosto.
- Estou com Taylor e feliz com ele. – Lily afastou. – Penso eu que você está com Taylor. – Ela riu.
- Ela mudou muito, não é a mesma garota... Tornou-se egoísta. – Virei o rosto.
- Então, ainda não daríamos certo. – Lily garantiu. – Ela é focada e dedicada como eu, falar assim com ela é o mesmo que falar comigo.
- Não se sente estranha com o Lautner sabendo que ele e Taylor já...
- É confiança, Harry. – Sorriu. – Eu confio nele e vejo que ela não dá importante nem para ele, nem para nós. – Lily começou a rir. – Eu não tenho certeza, mas ele e Theo... se não for ele é outro cara que ela gosta muito.
- Será que alguém vai gostar de mim dessa maneira um dia? – Perguntei triste.

***
- Pipoca? – Taylor ofereceu sorrindo e comendo.
- Claro. – Peguei da sua mão.
- Lily contou do seu acidente. – Taylor virou meu rosto. – Você e Ed não tem o que fazer?
- Ele estava me consolando. – Defendi Ed.
- Ontem Lily e eu estávamos assistindo serie juntos depois do treino e ela falou o que você disse.
- Falou? – Perguntei.
- Harry, o que rolou entre nós não foi sério. Você disse isso! – Taylor. – E eu penso que você é confuso sobre seus sentimentos. Sempre disse que você é um bom rapaz e eu... não mereço você.
- E eu falo o oposto disso, Taylor. Você merece bem mais do que acredita e sua arrogância pode te derrubar um dia.

***
Trecho tirado do sexto capitulo.
- Você não é idiota e eu te conheço tão bem que sei que essa cena de calmo que você faz é só uma fachada. – Dei um selinho nele. – Tudo isso é concorrência e ninguém sabe de nós, eu acho que você sabe de alguma coisa e se estiver preparado para me ajudar, você sabe onde moro.

Taylor apontou para o alto em sentido da câmera, mas neguei-me a olhar. Ela saiu andando e parou em um ponto não visível para câmera e acenou um pouco triste. Ela estava infeliz e eu tinha entendido o que ela estava falando. Olhei em volta e sai andando rapidamente.
Tudo isso é concorrência... parece um pouco obvio, mas não tenho por onde começar a pensar em ajuda-la.

***

Minha mente estava dividida entre fazer isso ou não, ajuda-la ou não. Lily estava morta e Taylor desapareceu, com o que tenho não posso ficar parado sem fazer nada, mas ao mesmo tempo não posso entregar isso nas mãos erradas. Só em Taylor consigo confiar para resolver o que comecei porque, sinceramente, eu não posso mais.
Entre nós dois só existe uma ponte.

***
Peguei o pen-drive e enrolei firmemente no pacote de pipoca. Parei para pensar em uma data especial para ela identificar caso vier e tinha uma que jamais esqueceremos. Peguei um canetão e coloquei “T.S/H.S – 02.12”. Guardei no meu criado-mudo e desci as escadas. Minha mãe estava preparando o jantar.

- Mãe. – Falei. – Já vou indo.
- Já? Não irá jantar conosco?
- Não, tenho aula essa noite. – Respondi. – Lembra de Taylor? – Aproximei da cozinha.
- Sim. – Respondeu sem muita atenção.
- Estou com algo dela e talvez ela venha buscar, mas se ela não vier... entregue a ela. – Falei. – Ela sabe o que é.
- Tudo bem. – Ela respondeu. – Volte para ficar mais vezes comigo, Harry. – Sorriu.
- Eu te amo, mãe. – Abracei-a. – Não esqueça o que eu falei.

***
Sentei-me no banco e olhei o lago distraidamente. Fiquei assim por horas e já tinha tomado minha decisão. Admito que seja trágico, mas não vejo saída para o que sinto e pelo o que entrarei. Fiz tudo que pude fazer por mim e pelas pessoas, acredito que minha missão aqui acabou.
Penso em meus pais, penso neles e como minha decisão irá refletir em suas vidas, mas eles são fortes e conseguirão seguir em frente.
Levantei-me e voltei para minha republica, coloquei as sacolas na cama. Li mais uma vez o recado que estava no meu celular e mudei a senha. Com as garrafas de agua no meu lado, comecei a tomar comprimidos de três em três. Meu estomago e cabeça doía, mas segui fazendo os mesmos movimentos que cada vez ficava lento. Meus olhos embaçaram, gostaria de pôr tudo para fora, mas forcei meu corpo a repetir todos os movimentos: comprimidos, agua, engolir.

***
- Ele era tão bom. – Falei. – Harry, era muito bom para mim e eu dizia isso a ele sempre.
- Taylor, não se culpe pelo o que ele fez. – Ed abraçou-me.
- Só tive coragem de aparecer aqui para ver seu tumulo um ano depois. – Limpei minhas lagrimas. – Ele merecia mais do que isso. Merecia ser feliz e valorizado por alguém que o amasse de verdade. Eu não o amei, não ajudei, não enxerguei, não valorizei, não agradeci o suficiente para impedi-lo disso. – Olhei para seu tumulo. – Harry, você era tão bom e eu sinto muito por não ter dado o valor e proteção que você merecia.
- Você não pode proteger a todos, Taylor. – Ed colocou a mão no meu ombro. – Nós falhamos com Ed? Falhamos, mas não podemos viver com uma culpa que, talvez, não seja nossa. O Harry era um rapaz difícil de decifrar. Foi muito para ele perder a Lily e achar que tinha perdido você.
- Eu estava segura. – Abaixei a cabeça.

Ajoelhei-me nos pés do seu tumulo e toquei a cabeça com a grama. Fiquei por alguns segundos deitada e rezei por ele colocando suas flores favoritas em volta da sua lapide onde estava escrito uma citação que reconheci desde a primeira vez que li.

“Uma vez uma pessoa citou-me uma frase que mais tarde descobri seu real significado. Uma budista chamada Jetsunma Tenzin Palmo disse: “O amor genuíno diz: “Eu te amo, por isso quero que você seja feliz. E se isso me incluir, ótimo. Se não me incluir, eu só quero a sua felicidade. ” E eu confesso que foi difícil praticar esse ato porque estamos acostumados ao contrário disso, mas agradeço a mulher que falou uma vez enquanto apreciávamos a companhia um do outro.
Harry Styles.”

***
Eu tenho que dizer que estou muito satisfeita com esse capítulo especial e espero que ele ajude a esclarecer (ou não) alguns fatos da narrativa. Não estou lembrada em qual capitulo tinha avisado, mas alguns personagens foram removidos da história por não serem uteis e a personagem da Cara Delevingne foi substituída pela Ashley Benson.

2 comentários:

  1. Olá!
    Lembro de ter falado que alguns personagens foram excluídos e alterados por outros, mas não falou quais eram. Então quer dizer que se a Cara foi substituída pela Ashley, era a Ashley que estava com a irmã da Taylor naquele outro capítulo? Quando se descobriu que a Taylor tinha uma irmã?
    Sobre o capítulo, gostei muito. Deu para entender como foi a morte do Harry, os problemas que ele passava com Lily e Taylor, o que o levou ao suicídio. Sabe que eu cheguei a pensar que poderia não ter sido suicídio? Mas esse capítulo acabou de me provar que eu tinha pensado errado.
    Atualizando os meus suspeitos: Tenho a Miley, a irmã da Taylor, o Liam e a irmã da Demi (de momento). Até ao final ainda posso alterar umas coisas, porque já tirei a Selena da minha lista haha!
    Posta logo!

    Beijos.

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    1. Sim, todas as cenas feitas pela Cara foi substituída pela Ashley e os capítulos foram alterados caso queira reler.
      Fico feliz que tenha gostado porque ambos In Memoriam são os meus capítulos favoritos e no caso do Harry é um dos meus personagens favoritos apesar de ter dito um fim trágico e curto, mas aditando que ele terá um bom credito no final disso.
      Irei postar em breve mais capítulos.
      Beijos.

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