06 outubro 2017

Ficstape 01 – In Real Life.


I

Algumas pessoas podem dizer que Demetria tem um pensamento antiquado, outros diriam que todos têm um lado romântico dentro de si – e tudo isso depende do ponto de vista daquele que escuta.

Quase todas as manhãs, Demetria desperta com um desejo: acordar com um homem ao seu lado com um café na manhã na cama – com beijos, rosas e champanhe, quando sonha mais alto. Talvez possam se atrasar para o trabalho por fazerem sexo matinal um ou dois vezes dependendo da disposição. Arranjar um espaço no horário de almoço para estar com essa pessoa e para que possa chegar em casa e ter alguém que a espere acordado.

Mas na sua vida real não é normalmente assim.

Demetria abriu seus olhos com a luz do sol radiante, virou seu corpo com cuidado e encarou por alguns segundos o teto do quarto. Desviou seu olhar para o lado e viu um homem negro deitado ao seu lado – tinha a barba bem-feita, era alto e musculoso. Com o máximo de cuidado, levantou-se da cama e procurou seu pijama que jamais vestira na última noite e encontrou as roupas do tal fulano, vasculhou seus bolsos e encontrou sua carteira com uma identidade. Seu nome era Arnold Thatcher.

Fez uma careta ao descobrir o nome do homem que transou, pois pensou que, se não tivesse bêbada, chamais transaria com um homem chamado Arnold... Thatcher. Ainda pior, sentiu-se culpada por não saber o nome do homem com quem dividiu a cama por uma noite.

Colocou a carteira no lugar onde encontrou e buscou seu roupão que havia deixado por ali na manhã anterior quando acordou, outra vez, atrasada. Quando pensava em deixar o quarto, assustou-se com a voz grossa de Arnold.

— Bom dia. — ele disse. — E que dia... — sua voz soou maliciosa.

— Bom dia... — sorriu sem graça. — Certo... deixei um roupão cinza aqui. Você viu?

— Qual a razão de querer colocar um roupão agora? — Arnold questionou malicioso.

— Tudo bem... — Demetria sussurrou enquanto procurava. — Estou atrasada e vou tomar um banho agora. Quando eu sair do chuveiro espero que você já tenha ido embora.

Arnold se levantou da cama esticando seu corpo completamente nu e com um sorriso no rosto, aproximou-se de Demetria que tentava manter contato visual.

— Demi, poderemos nos ver novamente? — perguntou.

— Eu costumo demorar 15 minutos no banho, ou seja, 15 minutos para que você vestir sua roupa e ir embora. — Demetria o olhou. — E talvez sim, não sei.

Arnold agarrou Demetria pela cintura e tentou beijá-la, mas a jovem desviou permitindo que ele beijasse somente seu pescoço.

— Arnold... 15 minutos! — ela sorriu dando leves tapinhas em seu peito. — Tchau.

Ele assentiu ao perceber que, pela manhã, Demetria estava mais relutante do que na última noite. Despediu-se quando ela entrou no banheiro. Já Demetria tomou seu banho e, ao sair do banheiro, caminhou tranquila pelo apartamento para certificar-se que Arnold já tinha partido.

Vestiu uma roupa confortável e saiu às pressas, pois já estava atrasada para sua primeira ronda e Selena, sua melhor amiga, buzinava exageradamente sendo possível ouvi-la no terceiro andar onde Demetria morava.

Demetria entrou no carro e se sentou no banco passageiro e pegou um lanche que Selena deixara para a amiga, abocanhou um pedaço e disse:

— Perdi a hora. — disse com a boca cheia. — Nem faço ideia onde está meu celular.

— Como foi? — Selena perguntou dando partida.

— O sexo? Foi bom... — Demetria deu de ombros. — Ele voltará aonde nos conhecemos e eu não estarei lá.

— Como você consegue saber disso tudo só de transar uma vez com a pessoa? — Selena perguntou rindo. — De que ele voltará lá...

— Não sei. — Demetria respondeu ainda comendo. — Pode ser um dom.

Na verdade, Demetria acha que sabe. Ela é cirurgiã, não é nenhuma especialista em relacionamento ou sexóloga, mas pode dizer que o modo que a pessoa age durante e depois da transa diz muito mais sobre ela do que uma simples conversa.

E ela nunca quis provar que estava certa sobre isso, a maioria dos homens com quem costuma sair não faz parte de uma lista pequena e seleta dos quais Demetria gostaria de rever outras vezes.

— Você vai no meu ensaio essa noite, certo? — Selena.

— É claro, sou sua madrinha. — Demetria riu. — Espero que não tenha nada hoje.

Ao chegarem no hospital, Selena estacionou o carro. Entraram no hospital pelo ponto socorro e notaram que estava particularmente cheio. Seguiram até o elevador e traçaram seus caminhos para a sala dos cirurgiões no nono andar.

Demetria pegou seu jaleco no seu armário e colocou seus utensílios nos bolsos distraída enquanto todos na sala conversaram sobre o casamento de Selena.

— Abel e eu estávamos pensando em fazer um grande salão de dança, mas para isso todos os convidados teriam que levar seus respectivos pares. — Selena dizia animada.

— Nós já somos um par. — Nick respondeu beijando a mão de Miley.

— Sério, Selena? — Demetria olhou-a rindo. — Onde arranjarei um par nessa altura?

— Você teria um... — Wilmer fechou o armário e encarou Demetria.

— Como está Eve? — Demetria retrucou provocativa, porém Wilmer calou-se. — É...

— Calma. — Selena intrometeu-se. — Não irei impedir ninguém de entrar sem par, mas é só uma ideia divertida. Pense no assunto, Demi.

Antes de responder, o bip de Demetria apitou.

— Falamos sobre isso depois. — Demetria respondeu séria. — Miley, temos de ir, estão nos chamando no ponto socorro.

Demetria prendeu seus longos cabelos em um coque e correu para o elevador acompanhada no mesmo ritmo de Miley. Desceram até o térreo e uma ambulância estava vindo em sua direção na entrada no ponto socorro.

— O que temos? — Demetria perguntou preparando suas luvas.

— Homem, 31 anos e ainda sem identificação. — O atendente respondeu enquanto ajudava a tirar a maca da ambulância. — Passou mal há poucos minutos. Parada cardíaca.

O homem que estava quase apagado na maca, voltou com um impulso e começou a pular na maca sem ar. Seus olhos castanhos claros arregalaram pelo apavoro e seu rosto ficou vermelho rapidamente.

— Outra parada cardíaca. — Demetria anunciou. — Iniciando RCP.

Pegou impulso no pé da maca e subiu em cima do homem iniciando uma massagem cardíaca em seu peito. Com ajuda da Miley e outros enfermeiros, foram levados para dentro do hospital.

— Ande logo! — Demetria ordenou. — Ele não responde.

Demetria intensificou a massagem cardíaca e aos poucos seu rosto foi ganhando cor e ficando mais calmo. Ele deitou a cabeça na maca novamente mais aliviada e tossiu algumas vezes.

— Quero uma ECG e um raio-x do paciente. — Demetria gritou.

— Para ter uma linda mulher em cima de mim assim, devo ter morrido e entrado no céu.

Surpresa, Demetria olhou para o paciente que estava consciente.

— Senhor, como é seu nome? — Perguntou.

— Como é o seu nome? — Ele sorriu. — Acho que pulamos algumas fases aqui. — Referia-se a Demetria sentada em seu colo.

Demetria balançou a cabeça enquanto descia e ajudava a empurrar a maca pelos corredores do hospital. Tentou manter uma expressão mais seria no rosto, mas ele ria sozinho tentando puxar assunto.

— Sabe o que aconteceu com o senhor?

— Os anjos não falaram qual será o meu julgamento final? — riu sozinho.

— Para a sua sorte, o senhor está vivo. — Demetria respondeu.

— Honestamente, não lembro o que aconteceu. — Ele fechou os olhos pensativo. — Mas será difícil esquecer como te conheci, disso tenho certeza. Como é mesmo seu nome, doutora?

— Traga-me os resultados dele no quarto andar quando sair. — Demetria ignorou-o e falou diretamente com Miley. — Tenho que ver dona Marie, disse a ela que daria alta hoje e com certeza ela já deve estar me xingando e perguntando sobre mim. — Ambas riram. — E tente conseguir o nome dele. — Apontou para o rapaz.

— Demi... — Selena a chamou. — Wilmer pediu para te substituir na primeira cirurgia de hoje, tudo bem para você?

Demetria respirou fundo e respondeu:

— Sim, é claro. — Forçou um sorriso.

Virou as costas para Selena e o paciente a olhava com um sorriso.

— Demi... — pronunciou alto seu nome. — Belo nome. — sorriu. — Meu nome é Joseph, caso queira registrar. Joseph Jonas.

— Vou registar... — Demetria sorriu. — Joseph!

II

— Aqui os resultados. — Miley entregou alguns papeis para Demetria. — Ele está perguntando quando verá você novamente. — disse rindo. — Demi, Demi... — imitou Joseph.

Demetria olhou por cima dos seus óculos de grau para Miley que ria, voltou sua atenção para os exames que analisava cuidadosamente.

— Parece que a parada cardíaca deve ter sido causada por estresse. — concluiu sem delongas. — Vou aguardar o resultado do raio-x, mas já podemos pensar em dispensá-lo.

— Então, cuide disso. — Miley respondeu. — Estrarei em cirurgia.

— Diga ao Wilmer... — Demetria iniciou. — Ah, não diga nada. — arrependeu-se.

— Demi, será complicado até vocês se sentarem e conversarem sobre isso. — Miley aconselhou-a com um breve sorriso. — E quando digo conversar, é realmente conversar sobre tudo o que aconteceu com vocês. Você não quer o que ele quer para a vida e, honestamente, ele está com Eve agora e...

— Ele achou a mãe dos filhos dele! — Demetria a cortou irritada. — É isso!

Miley suspirou e levantou-se sem dizer mais nada – ela sabia que entrara numa ferida recente e não poderia forçar sua amiga a nada.

Demetria juntou todos os relatórios e exames de seus pacientes no armário e saiu com passos pesados devido as lembranças que vieram em sua mente, tentara pensar em outras coisas para espairecer, mas era difícil.

Desceu alguns andares e buscou o resultado do raio-x de Joseph, analisou rapidamente e voltou para o andar da UTI determinada a dar alta para o tal paciente. Chegando no quarto, ele dormia.

— Joseph Jonas! — Demetria gritou propositalmente assustando-o.

— Oh! — Joseph levantara a cabeça assustado. — Oh, Demi! — ele sorriu.

— Demetria. — repreendo-o com um sorriso forçado. — Dra. Demetria Lovato.

— Demetria? — ele pareceu confuso.

— Sim, Demetria. Chefe do departamento de cardiologia e trauma. — sorriu confiante.

— Ah, entendi. — Joseph abriu um sorriso. — Demi é apenas para íntimos e sou apenas um paciente, certo?

— Isso mesmo.

— Tudo bem, dra. Demetria Lovato, o que tenho é grave? — ele pergunta.

— Passou por algum estresse ultimamente, Joseph? — Demetria questionou.

— Sou bancário... Gerente, na verdade. — ele respondeu com um suspiro. — Descobri que alguns dos meus funcionários desviaram dinheiro de contas de clientes inativos e acredito que eu tenha surtado, realmente surtado. — ele riu sem graça. — E meu coração, de fato, parou.

— De fato, quase parou. — Demetria riu, enquanto fazia anotações.

— Até que você me salvou... — Joseph piscou. — Obrigada doutora.

— Tudo bem... — ela ignorou-o outra vez. — Passará a noite aqui em observação e pela manhã darei alta para ir para casa.

— Legal, legal! — ele respondeu alegre. — E você não irá para a sua cirurgia?

— Para quem descobriu somente agora desvios de dinheiro, você ouve bem conversas alheias que não lhe diz respeito, não é? — Demetria olhou-o.

— Estava interessado em você... no que você tinha a dizer... no que disse... pensei que era sobre meu estado... — Joseph gaguejava confuso tentando se explicar. — Achei que você iria falar sobre meu estado de saúde, por isso pensei que era importante te ouvir.

Demetria disfarçou o sorriso e voltou sua atenção a muito custo nas observações que fez na ficha deste paciente. Pelo canto do olho, Demetria viu que Joseph estava sem graça com a situação que criou, mas não hesitava em parar de olhá-la com um sorriso que, para ele, era charmoso.

— Voltarei mais tarde para certificar que está tudo certo. — Demetria. — Qualquer coisa, aperte esse botão e a enfermeira virá.

— Enfermeira? — ele suspeitou. — E você?

— Só se acontecer algo mais grave para ter minha presença. — Demetria explicou rindo. — Mas vamos torcer que isso não vá acontecer.

— Somente eu tendo outro ataque cardíaco para tê-la novamente... — Joseph apontou para seu colo rindo.

— Talvez você não esteja mais acordado para ver isso acontecer. — Demetria respondeu com sagacidade.

III

— Bom dia, Wilmer! — Demetria disse cruzando com ele no corredor. — Quando vai parar de esquivar de mim pelo hospital?

Wilmer continuou andando mexendo nas fichas na sua mão.

— Wilmer! — Gritou. — Por favor, vamos ser adultos aqui. — Demetria pediu com a voz baixa.

— Adultos? — ele riu. — O que quer?

— Conversar com você. — Aproximou-se dele. — Esclarecer o que houve entre nós. Não quero que fiquemos com esse clima entre nós. Sempre trabalhos juntos muito bem aqui.

— Tem razão. — Ele concordou. — Só aqui trabalhamos bem.

— Deveria ter sido mais sincera sobre a questão familiar com você. — Demetria suspirou. — Constituir uma família agora não é uma coisa que eu quero, pelo menos, não agora.

— Comigo. — Wilmer balançou a cabeça decepcionado. — Não comigo. Foram três anos, Demi, três anos que ficamos juntos e você ouvia sobre minha vontade de construir uma família, construir uma família com você, aliás. Você ouvia e participava das conversas, sorria, dizia que sim e planejava comigo. Até que um dia você disse que não queria ter uma família comigo. Você disse, lembro muito bem de suas palavras: “não com você, Wil”.

— Quantas vezes preciso dizer que me expressei errado. — Demetria tentou pegar em sua mão, mas ele rejeitou. — Sinto muito, Wilmer. Se eu pudesse...

— Demi... — Wilmer levantou meu rosto. — Tão pouco importa agora isso, deixemos no passado, mas foi bom conversar com você e da minha parte não terá mais nenhum clima entre nós.

Demetria suspirou olhando-o.

— Espero que Eve... — ela iniciou.

— Não diga nada. — Wilmer interrompeu-a. — Não terá nenhum clima entre nós.

— Certo... — Demetria riu. — Pare de roubar minhas cirurgias.

Ele acariciou seu rosto rapidamente e deu risada.

— Eu roubando cirurgias? — Wilmer riu. — Apenas estou distraindo minha mente.

Wilmer seguiu em frente no corredor e Demetria observou-o pensativa sobre o assunto. Acreditara que seria mais difícil do que isso, mas outras questões em si eram mais difíceis de enfrentar. Ele tinha razão sobre sua participação em tais planos, ela estava lá e desejava aquilo, mas sempre tinha um “porém” na sua mente que a impedia de querer de verdade.

Balançou sua cabeça e assustou para longe este breve relapso de consciência – não era lugar e nem momento adequado para rever ou lamentar atitudes passados. Respirou fundo e abriu a pasta em suas mãos e olhou a lista de pacientes para fazer a ronda desta manhã.

— Joseph Jonas... — disse quase como um sussurro. — Quarto 195.

Demetria olhou em volta e seguiu até o final do corredor rumo ao quarto, olhou pela fresta da janela antes de entrar e Joseph estava sentado na poltrona do quarto e acenou brevemente.

Por um momento, Demetria esqueceu que era o tal paciente que tinha lá suas provocações. Abaixou a cabeça fingindo ler algo importante, enquanto demorava propositalmente para entrar em seu quarto.

— Bom dia. — Demetria falou baixo. — Como está hoje?

— Bom dia, doutora Demetria. — respondeu sorridente. — Vou bem, vou muito bem.

— Que ótimo, Joseph. — ela fingiu forçar um sorriso. — Vou assinar sua alta para ir embora para casa. Controla-se, marque uma consulta para conseguir remédios para controlar sua pressão enquanto passa pelos momentos delicados onde trabalha.

— É claro... — ele respondeu atento. — Como marcarei com você?

— Sou cirurgiã, Joseph. Não atento em consultórios, sempre estou com pacientes com casos mais graves do que o seu. — Demetria respondeu tentando soar impaciente, mas ela estava gostando de trocar farpas com ele.

— Talvez você pudesse me dar seu telefone e eu me consultaria com você. — Ele propôs com certa ousadia. — Já conhece seu caso, eu já te conheço e confio em você.

— Tudo bem... — Demetria respirou fundo. — Isso vai parar quando você sair daqui.

— Isso o que? — Joseph se fez de desentendido.

— Isso que você está fazendo... — Demetria balançou as mãos confusa. — Dizer o quanto sou bonita, ouvir minhas conversas pessoais, fazer piadas de duplo sentido, querer que eu aceite sair com você. Você... — ela apontou para ele. — aqui é um paciente e eu sou sua médica.

— Não convidei você para sair comigo. — Ele sorriu malicioso. — Mas se eu convidasse, você aceitaria?

Demetria deixou escapar um riso estranho – de som peculiar que acontecia sempre quando ficava nervosa. Fez uma careta quando ouviu a si mesma, enquanto Joseph sorria.

— Chega. — Ela riu de si mesma. — Tchau, Joseph. Boa sorte.

— Eu quero convidar você para sair comigo, mas você não aceitaria. — Joseph levantou-se da poltrona. — Ontem você me viu desacordado, babando na maca... No meu pior estado e isso faz com que qualquer mulher fuja, mas em um encontro comigo seria diferente.

— Já vi pacientes em estados piores do que o seu. Fique tranquilo.

— Tudo bem, tudo bem, mas não é qualquer paciente que tem a coragem de convidá-la para um encontro.

Pensei em algumas respostas malcriadas, mas respirei fundo e soltei o ar para extravasar minha impaciência. Comecei a preencher todos seus dados para autorizar sua saída.

— Qual o seu documento?

Quando Joseph começou a dizer, parecia ofegante. Levantei o olhar e ele estava trocando sua roupa na minha frente. Apenas de cueca, ele dobrava o pijama do hospital e organizando seus itens pessoais de forma que não parecia errado estar semi nu na minha presença. Tentava não olhar para tamanha tentação, pois era uma cena agradável.

— Preciso que assine aqui. — Pediu fingindo não o reparar.

— Um minuto. 

Joseph vestiu sua calça jeans e camisa rapidamente, mas deixou os botões abertos e ainda era possível ver seu peitoral peludo e definido. Demetria desviou o olhar para janela e suspirou.

Estava um dia bastante ensolarado...

Oras quem estava tentando enganar? O truque é antigo. E o pior era que Demetria ainda caia neste truque e Joseph parecia saber disso. Ele era bonito, muito bonito. Isso não poderia negar. E também é divertido flertar dessa forma. Mas também é irritante. Sou...

— Uma profissional. — Completei meus pensamentos em voz alta.

— Desculpe?

— Nada! — disse rapidamente envergonhada. — Bom, senhor Jonas, está oficialmente liberado para ir embora. Pode voltar para casa, descanse por hoje e não esquece de marcar uma consulta com um profissional para controlar sua pressão. E boa sorte com o... banco.

— Você lembrou. — respondeu com um sorriso. — Obrigada, doutora.

Deu uma última olhada no peitoral para guardar de lembrava e saiu da sala.

— Naquela hora.... — ele chamou. — eu ia dizer que você era a mulher mais bonita que eu já vi. — terminou de abotoar sua camisa. — e não é uma gracinha minha, enfim, obrigada por toda atenção... e desculpa se causei um incomodo.

— Não causou. — garanti. — Adeus, Joseph Jonas.

IV

— Ela vai precisar de uma transfusão de sangue. — anunciei e tirei minhas luvas sujas. — Prepare uma sala de cirurgia que vou me aprontar. Vai operar comigo, Miley?

— Tentarei... — Miley apontou para a porta. — Está vindo uma ambulância. Acidente.

— Vou ajudar. — respondi.

Puxei outro par de luvas no balcão de entrada e esbarrei em uma pessoa que quase me derrubou, mas me segurou com as mãos pela cintura.

— Desculpe! — disse sem olhá-lo.

— Estava te procurando!

Olharam-se e Demetria disse surpresa:

— Joseph! Aconteceu alguma coisa?

— Estou bem... — soltou uma risadinha. — Como forma de agradecimento por terem cuidado tão bem de mim, vim trazer algumas lembrancinhas. — levantou uma cesta de guloseimas. — Espero que goste de chocolate.

— Não posso aceitar, desculpe... — respondi. — Devemos mante uma relação profissional.

— Mas eu trouxe para todos. Para a Miriam, que abriu e fechou minha ficha. — entregou para a Miriam. — Para a dra. Cyrus, a enfermeira Lauren também... lembro-me dos nomes. — ele riu sozinho. — e, é claro, para você. — entregou-me. — Para você, coloquei mais coisas. — sussurrou como se fosse um segredo. — Espero que goste!

— Na verdade, não como chocolate. — respondi.

Não como chocolate? Que mentira! Eu amo chocolates. Essa mentira descabida tirou o sorriso de seu rosto, ele coçou a nuca sem graça.

— Mas irei aceitar... Deixe o meu com Mary, mais tarde pego. Obrigada!

— Queria conversar com você...

— Agora não posso! — disse. — Estou trabalhando. Vou entrar em cirurgia agora. Conversamos mais tarde.

Corri em direção a ambulância que acabara de estacionar. Era uma criança totalmente ensanguentada.

— Estava sem cinto no banco traseiro. Chocou e ultrapassou o vidro. Estava fora do carro.

— Chame o neuro. Vamos direto para a sala de cirurgia. — disse às pressas.

V

— Meus parabéns! — Edward, o chefe do departamento, falou ao encontrar Miley e eu. — Assisti toda a cirurgia. Salvaram um homem sem nenhum dano.

— Obrigada, Ed. — respondi. — Vamos sair para beber, quer nos acompanhar?

— Estou de plantão essa noite. — Ele justificou. — Outro dia, meninas!

— Também vou entrar em plantão, mas vou acompanhar a Demi até lá. — Miley riu.

Desceram as escadas até a saída traseira do hospital conversando e rindo pelos corredores.

— Pensei que perderíamos o paciente. — Miley suspirou.

— Selena é uma ótima cirurgiã. — respondeu. — Vai até o último. Salvou-o.

Quando estava atravessando o estacionamento, Joseph levantou de um banco e largou um jornal visivelmente antigo. Sorriu ao me ver.

— Como foi a cirurgia? — perguntou interessado.

— Foi tudo bem... — respondi. — O que você faz aqui?

— Oh, você disse “conversamos mais tarde”. Pensei que era para esperá-la.

— Não era o que quis dizer, desculpe. Agora estou indo embora com minha amiga e...

— Na verdade, vamos ao bar aqui na esquina. — Miley interrompeu-a. — Quer vir?

Joseph aceitou empolgado, Demetria encantou Miley como forma de reprovação da péssima atitude.

— Você se importa que eu acompanhe vocês? — Joseph me perguntou.

— Não. — forcei um sorriso. — Parece que agora vamos conversar.

— Deixei meu carro estacionado aqui. Tem algum problema? — Joseph apontou.

— Nenhum, fique tranquilo. — Miley. — Bom, não poderá beber nada porque Demi não dirige e eu estou de plantão, estou aqui somente para conversar.

Demetria revirou os olhos, mas colocou um sorriso no rosto lembrando que todos dizem que é um belo sorriso. Seguiram rumo ao bar, Miley e Joseph conversavam entre eles, já Demetria interagia com apáticos “sim”, “claro”, “sim, é verdade”, sem dar o trabalho de prestar atenção nas temáticas da conversa. Joseph perguntou como se conheceram.

— Demi e eu somos amigas desde a faculdade. Cabulávamos algumas aulas de obstetras, reuniões de medicina... éramos irresponsáveis, mas com...

— Mãos firmes. — Demetria completou a frase. — Mãos firmes, sempre.

Ao chegarem no bar, Demetria entrou na frente e foi direto ao balcão. O dono acenou ao vê-la entrar e sinalizou os lugares reservados. Deixando-os conversarem, Demetria disse:

— Três de sempre, Johnny. — sorriu.

— Não posso beber hoje. — Miley avisou. — De plantão.

— Mas pedi somente para mim. — Demetria respondeu debochada.

Ele trouxe três shots de tequila e Demetria bebeu uma atras da outra, sentindo sua garganta queimar e o estomago arder por alguns longos segundos. Olhou em volta do bar, mas permaneceu atenta ao assunto dos dois. Miley cutucava-a algumas vezes para participar da conversa, mas Demetria evitava ao máximo.

Ela sabia das intenções de Joseph e prometeu a si mesma naquele momento não cair nas ladainhas e golpes baratos.

— E você é casada com um médico? —Joseph perguntou à Miley.

— Sim, Nick é neurocirurgião. — Miley respondeu. — Assim como Selena, nossa amiga que ainda está em cirurgia. Você vai gostar de conhecê-la.

— E você era com Wilmer. — Joseph virou para mim. — Sou fácil com nomes.

— Não era casada com Wilmer, se é isso que quer saber. Nós namorávamos, pensamos diferentes demais para nos casarmos.

— Isso parece bem bacana. — Joseph respondeu. — Vocês são como uma família. Eu sou gerente de banco, por isso passei mal naquele dia... — explicava-se. — E trabalhar na área financeira é bem estressante. Sinto que dentro do trabalho, não temos amigos. Sou sozinho, é um fardo da profissão. — sorriu. — Nem namorada, queria frisar isso. — riu sozinho.

— A medicina também é uma área egoísta, mas nós temos sorte. — Miley respondeu. — Mas tem aqueles que são egoístas. — finalizou, encarando Demetria.

Antes que Demetira pudesse responder, Miley tirou seu bipe do bolso e olhou séria.

— Um acidente. Tenho que ir. — avisou, levantando-se.

— Deixe-me ver. — Demetria levantou e passou a mão no rosto.

— Nem pense em vir comigo. Já bebeu o bastante. — Miley chamou sua atenção.

— Ah, já operei depois de tomar um shot. — Demetria riu. — E se for algo grande, vão me chamar também.

— Você não bebeu só um shot, já bebeu uns oito... — Miley respondeu. — E sim, eu contei! E vou me certificar que não te chamem. — sorriu. — Johnny e Joe irão se certificar que você não irá para o hospital, vai direto para a casa.

Joseph concordou com a cabeça, estava alegre com a missão que lhe foi atribuída. Demetria bufou com raiva e escorregou as costas na cadeira, revirando os olhos. Bebeu mais um shot que foi servido e sorriu forçado ao Joseph, que a vigiava.

— Pare de me olhar! — Demetria ordenou.

— Vai fugir? — ele questionou. — Vejo que está se esquivando de mim.

— Talvez eu fuja. — Demetria respondeu. — Depois que eu terminar aqui, vou passar por aquela porta e você não me verá mais.

— Eu volto aqui para ver se está bem. E ainda te trago mais chocolates.

— Já falei que não gosto de chocolates. — Demetria retrucou.

Joseph pulou uma cadeira e sentou-se onde Miley ocupava, apoiou seu cotovelo na bancada e encostou sua cabeça. Deu uma risada ao olhar Demetria ainda mais de perto.

— Gosta sim, sei que você gosta. Reparei em você o suficiente para saber que você come um quadradinho duas vezes, ainda mais antes de operar. Assim como notei que você bebe um copo d’agua entre cada shot para não ficar bêbada tão rápido. E suas mãos nunca tremem, você mal pisca e controla sua respiração como se o mundo dependesse disso. Aliás, você também mexe nas mexas dos seus cabelos quando está contrariada, fez isso agora com Miley e no hospital comigo. Duas vezes. — ele sorriu.

— O que você quer?

— Não sei ainda. — ele riu. — Eu realmente quero te conhecer.

Demetria olhou-o e desviou os olhos para o resto do bar, quando viu o tal do Thatcher entrando com mais dois amigos, ele iria a reconhecer e sabia onde encontrá-la. Ela aproximou-se de Joseph como se fosse beijá-lo, pensando – bem bêbada, numa estratégia de deixar Thatcher afastado. Não o beijou, mas sentiu seus lábios carnudos tocarem os seus.

Ela fechou os olhos por alguns segundos, pôde sentir os lábios, os pelos do bigode e barba e o cheiro do perfume de Joseph. Abriu os olhos, afastando-se um pouco. Olharam-se ainda próximos, Joseph colocou sua mão no rosto de Demetria e a puxou para um beijo.

Entregou-se ao beijo intenso, as línguas de ambos dançavam em sintonia. Ela colocou a mão no peito de Joseph e se afastou.

— Isso não pode acontecer novamente. — avisou. — E eu estou indo agora.

— Calma! — Joseph pediu. — Eu te levo para a casa.

— Não quero. Apenas... fique aqui e vá depois de mim. — pediu, olhou Thatcher de longe.

Joseph ficou sentado e pegou a conta, enquanto Demetria saia do bar às pressas. Johnny balançou a cabeça e deu uma risada.

— O que aconteceu? — Joseph questionou. — O que eu fiz de errado?

— Não é você. — Johnny deu sinal para os rapazes na mesa. — Ele veio atrás dela.

— E eles se conhecem?

— Te garanto que não. — Johnny. — Agora vá vê-la, não quero a dra. Miley amanhã dizendo que deixamos a dra. Demi na mão.

Joseph concordou e saiu do bar, olhando para a mesa dos rapazes que o encaravam também. Atravessou a rua e alcançou Demetria que andava com passos pequenos e seguros, em linha reta tentando disfarçar a bebedeira.

— Demi...

Ela fingiu não ouvir. Limpou o rosto com o cardigã que tirou ao sair do bar e prendeu seu cabelo em um coque, pensando que era sim capaz de fazer uma cirurgia, depois riu sabendo que não.

— Demi, por favor, deixa-me te acompanhar até estar segura.

— Irei dormir no hospital. Pode ir para casa.

— Pelo menos, posso acompanhar você?

— Você vai do mesmo jeito, não é? — ela riu. — Seu carro está lá!

— O que eu fiz de errado? — ele questionou. — Você me beijou e foi embora.

— Foi só um beijo. — respondeu, ainda rindo. — Só isso.

Ele ficou em silêncio e andando alguns passos atrás dela. Demetria parou e virou para trás.

— Não vai acontecer porque não é assim que funciona.

— É por causa daqueles caras do bar?

— Também! Eles não sabem nada sobre mim, já você sabe demais. Sabe meu nome, onde trabalho, já conheceu minhas amigas... e tudo foi de forma tão contra a minha vontade. — ela aumentou a voz, parecia irritada. — Isso é chato, Joseph. Eu olharia para você e ficaria com você, mas não da forma que nos conhecemos.

— Eu adoro seu nome, é a primeira coisa que gostei de você depois dos seus olhos e do seu sorriso. — Joseph aproximou-se. — E sou grato pela sua profissão, você salvou minha vida e nem se tocou disso ainda por estar acostumada a salvar vidas todos os dias, mas a minha foi o suficiente para que eu quisesse te ver mais vezes.

— Seu carro está ali! — Demetria apontou. — Tchau, Joseph.

Ele concordou com a cabeça e olhou-a virar as costas e sair andando. Ele suspirou, limpou o suor em sua testa e pegou a chave de seu carro. Demetria virou-se e viu-o aproximar-se de seu carro e apressou os passos atrás dele. Joseph estava distraído arrumando algumas coisas no banco passeiro e Demetria chamou-o desajeitada. Ele a viu pelo retrovisor e virou.

Demetria soltou seus cabelos e pegou Joseph pela camisa e beijo-o, foi ainda mais intenso. Demetria deslizava sua mão pelo peitoral de Joseph e puxou-o ainda mais para perto do seu corpo pelo cinto de sua calça. Já Joseph beijava-a e depois parava para beijar o pescoço da moça e voltava para seus lábios.

— Vamos, me leve para casa. — Demetria disse.

VI

Demetria procurava as chaves de casa dentro dos bolsos de sua jaqueta, enquanto Joseph esfregava seu pênis nela, beijava as costas de Demetria que estavam nuas. Finalmente abriu a porta e puxou-o para dentro e guiava-o no escuro aos beijos.

Chegaram no quarto, Demetria tirou a blusa de Joseph e sentou-se na cama, trazendo-o por cima de seu corpo. Ela tirou o restante de sua blusa e com ajuda de Joseph, tirou seu sutiã e se deitou com ele por cima de seu corpo. Sentiu o peitoral peludo e quente por cima de seu corpo e aquilo a excitou ainda mais.

VII

Abriu seus olhos, o sol está cruel naquela manhã e a dor de cabeça deu sinal já nos primeiros segundos do seu dia. Puxou os lençóis para seu corpo e cobriu sua cabeça, fechou os olhos novamente e tentou dormir um pouco mais. Ouviu um barulho, sentou-se na cama rapidamente e voltou sua mão para a cabeça que doía.

Levantou-se e viu que estava apenas de calcinha, calçou seus chinelos e vestiu a camisa over-sized no pijama que não lembra de usar. Saiu do quarto e na cozinha estava Joseph preparando ovos mexidos com pães frescos e um café preto.

— Bom dia. — Joseph disse, alegre.

—Bom dia. — respondeu ainda em dúvida. — Confesso que essa ressaca me pegou.

— Eu imaginei. — ele riu. — Por isso fiz um café da manhã mais reforçado para você.

Ela sorriu ao aproximar-se da mesa. Joseph já estava trocado com a mesma roupa da noite anterior, abraçou-a por trás e beijou seu pescoço, cheirando-a de maneira delicada.

— Nós... — Demetria começou a falar.

— Não, não. — Joseph respondeu rapidamente. — Não transamos ontem, apesar de... estava quente, mas não fizemos nada.

Demetria olhou-o e riu.

— Sou romântico, não vou negar. — Joseph disse orgulhoso de si mesmo. — Quero que nossa primeira transa seja tão boa quanto na primeira vez que te vi.

— Preciso ir trabalhar e você precisa ir embora. — Demetria respondeu, um pouco rude. — Agradeço a café da manhã, mas você precisa partir agora.

Ele olhou-a, já tinha mudado a expressão. Ele concordou, já tinha entendido que existia uma barreira que Demetria colocava entre os dois.

— Posso te levar, estou de carro. — ele ofertou.

— É de praxe que Selena venha e me busque, ainda preciso tomar banho e você precisa ir. — Demetria falou de forma impaciente.

— Vou te ver novamente?

— Oh, Joseph. — Demetria voltou alguns passos. — O ideal era não nos vermos mais, só que tem algo que me diz que você não irá desistir fácil.

— Eu não desisto fácil daquilo que vale muito a pena. — ele respondeu com um sorriso. — Mas irei te respeitar, vou pegar minha jaqueta e partir.

Demetria sorriu, entrou no banheiro e trancou a porta, esfregou o rosto novamente bem pensativa. Ligou o chuveiro e deixou com que a água quente caísse em todo seu corpo, tentou desligar a mente, mas era tomada por lembranças da última noite. Ainda conseguia sentir o cheiro de Joseph impregnado em sua pele, conforme ensaboava seu corpo, ainda sentia seus toques e beijos.

— Isso não pode acontecer. Não vai acontecer. — disse a si mesma.

Desligou o chuveiro e se enrolou em uma toalha, saiu do banheiro e verificou se ele ainda estava em seu apartamento. Já tinha partido, mas ainda era possível sentir o cheiro de seu perfume e de ovos mexidos. Na porta da geladeira, tinha um post-it grudado com um bilhete:

“Este é meu número. Espero que me ligue : ) ou terei que ter outra parada cardíaca!”

Demetria riu e deixou o bilhete ali – talvez tenha sido este detalhe que mudou todo o jogo, em outra situação, ela teria jogado fora sem pensar duas vezes. Secou seu cabelo rapidamente e vestiu uma roupa casual. Voltou a cozinha e serviu de um café e comeu os ovos mexidos com geleia pensando o quanto estava maravilhoso. A buzina tocou duas, três, quatro vezes... era Selena.

Desceu as pressas e entrou no carro cumprimentando a amiga. Selena a olhou e deu partida.

— Será neste final de semana. — Demetria comentou. — Está pronta ou serei sua madrinha de fuga?

— Já basta você fugindo das suas responsabilidades, Demi. Já eu enfrentarei a minha.

— Ai! — Demetria respondeu. — Essa foi pessoal!

— Miley me contou sobre o rapaz. — Selena. — Como foi?

— Como foi o que? — Demetria respondeu, fazendo-se de desentendida. — O que ela disse?

— O paciente, tal de Joe? — Selena tentara lembrar o nome. — Ontem tivemos duas cirurgias juntas e ela me contou que estavam no Johnny juntos e que Johnny contou que ele iria te levar para casa. Estou curiosa para saber como foi. — Selena ria. — Miley disse que ele está caidinho por você!

— Vocês não tinham outro assunto?

— Não, você foi nosso tópico. — Selena ainda ria. — Vai, conte-me como foi.

— Foi bom... — Demetria balançou a cabeça. — Quer dizer, não rolou nada demais, apenas nos pegamos e dormimos juntos. Não chegamos ao ato definitivamente. — terminou. — O que é bom porque é algo que já me coloca a uma distância dele.

— Mas o que rolou foi bom? — Selena insistia. — Você já foi mais detalhista...

— Meu Deus, Selena! O que rolou foi bom, de fato, foi, mas preste atenção no que eu digo, o que era para ser, graças a Deus, não foi e acabou. Dei um fim nesta manhã.

— O que você disse para ele?

— Ah, sei lá, alguma coisa. — Demetria parecia confusa. — Estava com ressaca alcoólica e moral, não me apeguei aos detalhes de como eu dei uma basta nele.

Demetria calou-se e se fechou no banco passageiro, enquanto Selena observava-a de canto de olho, com um sorriso malicioso – ela sabia que, quando Demi se comportava assim, era porque algo já tinha saído de seu controle.

Chegaram no hospital, despediram-se e foram para lados opostos. Selena entrou pela porta principal, já Demetria entrou pelo ponto socorro, subiu o primeiro andar de escadas e olhou o quadro de cirurgias e tinha duas marcadas em seu nome para a tarde. Wilmer aproximou-se e parou no seu lado e preencheu seu nome no quadro, Miley o acompanhava e sorriu.

— Fofoqueira! — Demetria disse sem olhá-la.

— Oh! Aconteceu! — Miley deu uma gargalhada escandalosa. — A persistência valeu a pena?

Wilmer olhou para elas, estava curioso. Demetria cutucou Miley e fechou sua expressão, ficou brava com a indiscrição da amiga. Miley grudou seus dedos indicadores e disse:

— Vou separar e você diz para parar de acordo com o tamanho, tá bom?

— Não, Miley. Que infantilidade! — Demetria virou-se.

Mesmo contra a vontade, Miley começou e Demetria assistiu em silêncio.

— Uau! É grande! — Miley comentou.

— Cala a boca, Miley. — Demetria abaixou as mãos da amiga. — Para sua curiosidade, não rolou nada. Apenas dormimos juntos.

— Juntinhos? Ai, bem casalzinho? — Miley sorria, bem alegre. — Melhor ainda!

— Não se iluda, minha amiga, já acabou tudo. — Demetria sorriu, vitoriosa. — E ele não irá insistir porque não irei mais respondê-lo.

Ainda próximo, Wilmer riu.

— Algum problema, Wilmer? — Demetria enfrentou-o. — Quer participar?

— Eu? Jamais! Não quero ser cumplice de uma relação de médico e paciente. — respondeu.

— Ele não é um paciente! — retrucou Demetria.

— Não foi o que ouvi. — Wilmer deu de ombros. — Mas a preocupação deve ser dos Recursos Humanos, não meu.

— Oh, acha que é um problema para o RH? E o que já fizemos aqui, não seria um problema?

— Chega, Demi. — Miley pediu. — Vamos parar com essa discussão.

— Nunca fiz nada duvidoso. — garantiu Wilmer.

— Pensa que Eve te deixou puro? Você é um hipócrita! — Demetria disse.

Ele a olhou e apenas riu, aproximou-se de seu ouvido e sussurrou:

— Cuidado que homens não gostam... você sabe!

— Você é um merda! — Demetria respondeu e virou-se. — Idiota!

VIII

— O que farão nesta noite? — Miley beijou Nick rapidamente. — Estamos pensando em ir ao Johnny beber algumas.

— Acho que assistirei um filme nesta noite já que Justin está fazendo os últimos preparativos surpresas. — Selena respondeu sorridente. — Estou muito ansiosa!

Demetria ouvia a conversa entre os colegas e guardava seus itens de trabalho em seu armário, manteve-se quieta, pois sua mente estava longe. Ora lembrava da noite anterior e aquilo, de certa maneira, acalentava seu coração e ora lembrava de trocas de farpas com Wilmer.

— Demi? — Selena cutucou-a. — Ouviu o que eu disse?

— Não, desculpe. — respondeu, com os olhos baixos.

— Faremos uma noite de filmes, vamos? Será bom para você também.

Demetria chegou seu armário e concordou com a cabeça dizendo:

— Pode ser na minha casa! Tenho tequila, pipoca e m&ms. — sorriu.

— Pensei que você votaria para irmos no Johnny nesta noite. — Miley comentou. — Quem sabe..

— Não, hoje estou de boa. — Demetria respondeu com uma careta. — Será uma despedida de solteira da Selena, podemos achar um filme sobre casamentos e deixar a Selena em lágrimas.

Saíram juntos da sala de acolho e foram com o carro de Selena – Miley e Nick no banco de trás, Demetria no banco passageiro. O trânsito às 21h estava tranquilo, chegaram na casa de Demetria em menos de quarenta minutos. Ao entrarem no apartamento de Demetria, Nick sentou-se em um sofá e Selena em outro com o controle na mão para escolher o filme que vira a propaganda outro dia nas redes sociais. Na cozinha, Miley começara a preparar a pipoca e Demetria a servir as bebidas em taças.

— E aí, Demi. — Nick aproximou-se da bancada. — Qual é a sua com Wilmer?

— Nicholas! —Miley chamou sua atenção.

— Relaxa, Miley. — Demetria alisou suas costas com carinho. — Não é nada demais, Nick. Apenas discordamos de algumas coisas e agora temos interesses diferentes.

Miley foi até a geladeira para pegar manteiga e leu o post-it grudado na porta, deu risada e apontou dizendo:

— Sem mais?

Demetria olhou e bufou, irritada. Tirou o bilhete da geladeira e guardou no bolso de seu jeans, mas não conseguiu responder à pergunta.

Após preparar a pipoca, reuniram-se na sala para assistem o filme, Selena selecionou The Longest Ride, seu filme favorito – e que já assistiu com Demetria algumas dezenas de vezes, mas sempre chorava nas cenas mais emocionantes. Miley se deitou no peito de Nick no sofá a esquerda, Selena estava com pernas cruzadas no sofá de centro e Demetria sentou-se no chão com um pacote de trezentas gramas de m&ms em seu colo.

Cerca de uns quarenta minutos de filme, Demetria reparou que Miley e Nick cochilavam juntos – um mal de cirurgião é o sono acumulado, Demetria riu sozinha. Já Selena mantinha-se concentrada na trama, mesmo sabendo as falas da personagem principal.

Demetria se levantou e pegou o bilhete em seu bolso, foi até a cozinha e discou o número. Tocou três vezes, sentiu certo arrependimento, mas antes que pudesse desligar, ouviu no outro lado da linha aquela voz simpática, um pouco rouca:

— Estava me perguntando se meu recado tinha sido tão idiota assim!

— E foi! — Demetria respondeu, rindo.

Ficaram em silêncio por alguns segundos, ouvindo a respiração um do outro.

— Demetria, eu ach...

— Só Demi, por favor. — interrompeu-o com uma voz manhosa.

— Demi! — ele riu. — Uau, Demi! Devo dizer que é lindo seu nome.

— O que está fazendo agora?

— Hum... estou saindo do banco agora. — ele respondeu. — É o que acontece quando se tem um ataque cardíaco, fica três dias longe do serviço e acumula tarefas.

— Parece ser tedioso e um pouco preocupante já que você deve evitar estresse.

— Foi uma recomendação médica, não? Preciso seguir!

— Quer vir aqui e quem sabe eu te ajude a... não sei, acalmar-se? — Demetria tentava flertar, mas sentiu-se ridícula. — Ou relaxar... Não sei, assistir um filme terrivelmente romântico comigo e minhas amigas...

— Todas as alternativas são tentadoras quando vêm de você. — Joseph respondeu risonho. — Em alguns minutos estarei aí.

Desligaram. Demetria riu sozinha, sentiu seu corpo queimar por dentro. Olhou para sala de estar e caminhou até o sofá e disse para Selena:

—  Já venho, irei comprar alguma coisinha.

Selena balançou a cabeça sem tirar os olhos da televisão, avisou algo sobre uma cena que julgava ser icônica e Demetria prometeu voltar até lá. Foi até seu quarto e calçou seus chinelos e pegou a chave de casa, desceu as escadas e ficou na entrada no prédio aguardando.

Em poucos minutos, Joseph chegou naquela mesma caminhonete da noite anterior em que Demetria lembrou que trocaram beijos e amassos. Suspirou ao lembrar das mãos que tocou cada parte de seu corpo. Ele desceu do carro e aproximou-se dela.

— Ainda estou surpresa. Depois dessa manhã, pensei que não me retornaria. — ele riu. — Você é imprevisível, dra. Demetria Lovato.

Demetria pegou em sua mão e a conduziu para a entrada lateral do prédio. Era um armazém coletivo dos moradores, tinham alguns itens para festa. O local estava escuro e só era iluminado uma fresta da luz do poste do lado de fora. Ela largou sua mão e virou-se para ele, ficou nas pontas dos dedos dos pés para beijá-lo, era tão pouco quanto da noite anterior.

Ele a puxou ainda mais para perto do seu corpo e deslizou sua mão pelas costas da moça, apertando sua bunda.

— Sou louco por você.... — ele dizia ofegante, beijando seu pescoço. — desde o momento que te vi.

Demetria afastou-se e foi até uma pequena mesa de madeira no centro do armazém e empurrou alguns objetos que estavam na mesa, fez um barulho alto, mas ambos ignoraram. Ela curvou-se na mesa e Joseph agarrou por trás. Ela virou para ele e tirou sua camisa, Joseph desabotoou a blusa de Demetria e ela estava completamente nua.

Beijou seus seios com ferocidade, Joseph estava ofegante e suava muito. Ele deitou-a na mesa, tirou toda sua calça e abriu suas pernas, posicionou sua calcinha de lado e admirou todo o corpo de Demetria. Joseph colocou seus dedos na boca de Demetria, que os chupou de maneira excitante e colocou seus dedos com delicadeza em sua intimidade, em seguida, Demetria sentiu um prazeroso movimento quente que a fazia revirar-se na mesa, a barba de Joseph roçava em suas coxas e sua língua em sua vulva.

Ela tentava se controlar, mas não conseguia, já estava entregue a ele. Demetria gemia alto, chamava-o de maneira desesperada, seu coração palpitava com tanta força. Ele gemia baixinho em seu ouvido, enquanto penetrava-a por de trás.

Seus corpos estavam tão próximo que pareciam uma só molécula.

IX

Ambos se vestiram, mas olhavam-se sorridentes. Eram incapazes de demostrar qualquer seriedade dado ao que fizeram. Ele ajudou-a abotoar sua camisa e beijou-a rapidamente.

— Vai me ligar outra vez? — ele perguntou. — Queria te convidar para um jantar.

— Um primeiro encontro?

— Não... Nosso primeiro encontro já aconteceu. — ele aproximou-se. — Foi no dia que te conheci e será meu encontro favorito. Estou te convidando para um terceiro encontro, porque nesta noite foi nosso segundo. — ele passou a mão em seus lábios. — Deixa-me fazer um jantar, eu cozinho muito bem.

Ela concordou com a cabeça e beijou-o. Trocaram caricias naquele armazém escuro, mas pela fresta se olhavam com brilhos nos olhos. Despediram-se. Ao voltar para seu apartamento, Demetria sentou-se no sofá tentando conter o sorriso.

Voltou a tempo da cena que Selena mais amava, assistiram o filme até o final e dormiram.

X

Três dias passaram-se e Demetria trocava mensagens com Joseph de maneira frenética, como dois adolescentes. Para o casamento de Selena, Demetria tinha que fazer alguns plantões que dificultava o terceiro encontro combinado pelos dois.

Mas naquela noite de quinta-feira aconteceria. Joseph já havia saído mais cedo do banco e foi ao mercado comprar os ingredientes para o jantar, fez uma lista previamente, pois sua ansiedade o deixava distraído. Cada mensagem de Demetria fazia com que ele ficasse ainda mais nas nuvens. Não sabia como dizer, mas sabia que já estava apaixonado pela mulher mais linda que já viu em sua vida.

Era ela, dizia a si mesmo empolgado.

Após sua saída do hospital, Demetria pegou um táxi a até a casa de Joseph. Ele morava cerca de quinze minutos do hospital, tocou a campainha e ele atendeu rapidamente.

Ao abrir a porta, o cheiro tomou o ambiente. Demetria sorriu e o cumprimentou com um selinho longo que logo transformou-se em mais um daqueles beijos intensos e longos que trocavam entre si. Ele apresentou toda a sua casa, começando pela sala de estar ligado a cozinha e sala de jantar onde a pesa já estava posta para dois – com taças e velas. Pelo corredor tinham quatro portas: um banheiro, escritório, quarto de visitas e, no final, o quarto principal de Joseph que estava organizado e com velas para iluminar o ambiente.

— Gosta de velas, não? — Demetria comentou.

— E eu espero que goste do que preparei para nós esta noite. — ele respondeu sorrindo. — Já provou coq au vin?

— O que? — ela riu confusa.

— Venha. Irei servi-la algo muito especial. — Joseph pegou em sua mão.

Joseph conduziu-a até a sala de jantar, abriu espaço para que se sentasse e foi até a cozinha. Voltou servindo um prato já pronto com algo peculiar para Demetria, mas o cheiro era maravilhoso. Serviu de um bom vinho, brindaram e Joseph observou Demetria provar.

— Uau! Uma delícia!

Ele sorriu, feliz.

— Além de cozinhar, quais outras habilidades que esconde? — Demetria questionou.

— Quero que descubra aos pontos. — Joseph respondeu.

Conversaram durante todo o jantar, gargalhavam e trocavam curiosidades sobre si mesmos e histórias de infância ou do hospital. Brindaram mais algumas vezes até terminar toda a garrafa do vinho branco. Após a sobremesa – tarte tatin, ainda mais gostava.

Continuaram a conversa na sala de estar, Demetria olhava-o com encanto no momento que Joseph pegou em sua mão e a beijou.

— Como tentei resistir a isso... — ela comentou. — Eu gosto de você, Joseph!

— É bom saber que é recíproco!

— Mas não quero que seja rápido demais! — ela alertou. — Vamos com calma.

— Estou calmo e sou paciente. — ele respondeu. — Mas não feche mais a porta, vamos nos permitir aos poucos.

Aproximou-se e a beijou.

— Aos poucos... — repetiu ela.

Trocaram beijos e caricias no sofá, enquanto bebiam outra garrafa de vinho. Demetria olhou-o e disse:

— Neste sábado, Selena irá casar-se... — comentou tímida. — Quer ser meu par?

— Só para o casamento?

— É, começando pelo casamento. — ela disse. — Aos poucos, lembra?

— Claro que serei seu par. — respondeu.

Demetria se sentou em seu colo e voltaram a se beijar, deixaram cair as taças e começaram a despir-se da sala até o quarto.

XI

— Estou tão nervosa! — Selena gritou. — Muito, muito, muito nervosa. — Poderia matar alguém com essas minhas mãos tremulas.

— Ainda dá tempo de desistir. — pontoou Miley.

— Jamais! Irei me casar! — Selena respondeu dura. — Meses planejando, mas agora... sinto uma dor de barriga. — lamentou.

As três começaram a rir de Selena. Ela bebericou um pouco de água, enquanto Demetria ajudava-a com a maquiagem. As amigas admiravam a beleza de Selena naquele momento, com o sorriso de orelha a orelha.

— Você está linda. — disse Miley. — A noiva mais linda.

— Estou muito nervosa. — Selena olhava para cima tentando não chorar.

— Selena, você já operou por mais de quinze horas ininterruptas. Você é demais. — Demetria.

— Fora que você e Justin já moram juntos, fazem tudo juntos. Só irão oficializar, fique calma. — Miley complementou. — Será o melhor dia, apenas aproveite.

Bateram na porta, Selena arregalou os olhos dizendo: “Justin não pode me ver assim”. Então, Miley abriu a porta e sorrindo anunciando:

— É o Joe! Espero que Demi já vem.

Ele aguardou no lado de fora. Demetria terminou de arrumar seu vestido e viu suas amigas rindo como adolescentes por coisa boba.

— Parem com isso! — pediu.

— Não suma. — Selena disse. — Falta poucos minutos.

— E não faça nada apropriado, aqui é uma igreja.

Demetria balançou a cabeça e saiu da sala de preparativos. Joseph estava com um terno preto justo ao corpo, já Demetria vestia um vestido longo azul com alguns brilhos.

— Está linda! — ele disse, beijando-a.

— Aconteceu alguma coisa? — questionou preocupada.

— Seus amigos estão me questionando o que eu sou para você. — ele riu. — O que eu sou?

Ela empalideceu imaginando comentários feitos, ele alisou seu rosto e disse:

— Calma! É brincadeira minha, não importa agora o que somos. — ele encostou seu nariz ao dela. — Queria te ver, para ter certeza de que estaria tão linda quanto imaginava.

— Preciso ir agora, mas saiba que você está um gato. E esses braços... — ela apertou. — Pode imaginar no que estou pensando agora?

Beijaram-se e logo se separaram para controlar a excitação. Essa fase do relacionamento é perigosa porque estão sempre a flor da pele.

— Até mais tarde. — ela disse.

Demetria voltou à sala de preparativos, retocou seu batom, enquanto olhavam-na.

— Sim, eu gosto dele! — finalmente disse. — Eu gosto dele! Acho que estou até... apaixonando-me! Satisfeitas?

As meninas celebraram e riram.

— Finalmente falou! — Selena comemorou. — Agora estou pronta. — anunciou.

Abraçaram firmes e saíram da sala. A música começou a tocar. Selena entrou deslumbrante e todo ocorreu da forma mais bela possível, um sonho tornando-se realidade.

Após o casório, iniciou-se a festa que se estendeu até a madrugada com muita bebida, dança e brincadeiras. Quando anunciou a jogada do buquê, Demetria participou contra sua vontade, mas foi premiada ao cobiçado prêmio. Aquilo fez com que Joseph ficasse ainda mais excitado.

XII

Abriu os olhos, Demetria estava completamente nua com pétalas de lírios e gerbera, o buquê estava todo estraçalhando em sua cama que ficara perfumada do cheiro. As portas da varanda estavam abertas e o sol iluminou o ambiente.

Sentou-se na cama e Joseph entrou no quarto ofertando uma xícara de café.

— Que noite! — ele disse, deitando-se ao seu lado. — Vocês não cansam de festejar.

Joseph pegou o que sobrou do buquê e sorriu.

— Você sabe o que isso significa?

— A vida real.

[FIM]

Leia os outros contos que fizeram parte do Projeto Ficstape:

we own the night | i promise you | everytime you lie | make it right | inseparable

 stop the world | got dynamite

20 comentários:

  1. SE EU AMEI ISSO? EU AMEI DEMAAAAAAAAAAAAAAAIS!
    Mirela, mulher, você não tem noção (tem sim, porque me viu ler em tempo real no seu privado) do tanto que eu fiquei apaixonada por esse conto, do tanto que eu adorei o Joseph e do tanto que eu AMEI você escrevendo um romancinho desses que eu tanto prezo, amo e vereno.
    A história foi muito boa, realista, e nossa MTO TERMO MEDICO QUE ORGULHO DESSA MENINA INTELIGENTE QUE VÊ GREYS ANATOMY! Adorei o close Jelenina nessa fic e nossa NÃO TEVE O NICK KKKKKKKKKKKKKKKKK DEMONIA ME ENGANOU FALANDO QUE IA SER NILEY!
    Enfim, eu amei amei amei! O Joe nossa <3 melhor personagem. Adoraria ler mas romances seus, fica a dica!
    Gretchen.
    Te amo, feliz que nosso projetinho foi pra frente! <3 E NOSSA QUERO MAIS ROMANCE REAL, AMÉM JOSEPH VC É APAIXONANTE

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    1. Você que tanto insistiu para que eu escrevesse um romance porque está cansada de me ver matar ou judiar de todos os meus personagens.
      Mas eu já mostrei meus outros romancinhos. Não é uma coisa que eu gosto pois adoro um sangue, mas terá mais alguns.
      Eu disse que minha primeira oneshot era Niley e não que essa teria Niley e você sabe minha birra com Niley aaaaaaaa.
      GRETCHEN QUE DIA ICONICO.
      Te amo e fico feliz pelo novo projeto também.
      Será que está versão do Joseph voltará aparecer por aqui? HUM

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  2. AMEI O CONTO! Joe me lembrou muito o Chandler de FRIENDS, E EU AMEI ISSO!
    AMÉM PARA ESSE PROJETO! Mal posso esperar para ler os próximos contos.

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    1. Nunca assisti Friends inteiro e não me lembro do Chandler, mas minha amiga disse que realmente lembrou esse personagem
      Fico feliz que tenha gostado aaaaaaaaaaa

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  3. que hino de conto, meu deus!
    eu amei muito, o joe nessa oneshot está um verdadeiro amorzinho
    EU ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADA POR ELE!
    eu também amei a demi por mais que ela tenha tentado resistir ao charmes do joe sajkkjsf
    os hots estão perfeitos e eles tendo um encontro em casais e a demi segurando vela FOI DEMAIS!
    eu amei, ficou muito bom.
    LOUVADO SEJA ESSE PROJETO, IRMÃOS!
    esse começo me lembrou muito greys anatomy também, melhor série sim!
    enfim, amei muito, cada detalhe.. estou ansiosa para ler as próximas
    SÓ VEM!
    bjs

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    1. Grey's anatomy é referencia para todos nós!!! Eu amo minha serie.
      Fico muito feliz que tenha gostado, Mile. E sim, o Joe é maravilhoso aaaaa.
      A Demi de vela foi baseado em historia real oficial haha.
      Enfim, fico feliz pelo novo projeto!
      Beijos.

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  4. TEM UM OLHO NO MINHA LÁGRIMA! Eu estou muito emotiva por esses dias, então me desculpe bxyshdue
    Estou sem palavras, ficou simplesmente maravilhoso! O começo me lembrou bastante Grey's Anatomy e como estou assistindo séries desse tipo, gostei bastante.
    O modo como eles se conheceram foi bem engraçado, estava preocupada e ao mesmo tempo rindo das coisas que o Joe falava. Concordo com a Mile no comentário acima, ele está muito amorzinho!
    Como lidar com o final? O café da manhã na cama, aaaaaaa ele lembrou exatamente do que ela tinha dito... eu tô chorando largada sim! Esse conto salvou minha noite, obrigada por essa perfeição.
    Nem preciso dizer que já estou ansiosa pelos próximos, né? ESTOU MUITO ANSIOSA SIM! sz
    Beijos

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    1. SIM ELE LEMBROU DOS DESEJOS DELA.
      O que foi algo que pensei muito porque na musica a Demi cita e eu pensei muito sobre colocar isso para finalizar. De qualquer maneira, fico feliz que tenha gostado.
      O momento que eles se conheceram foi o meu favorito haha ♥
      Felizmente deu tudo certo no nosso projeto.
      Beijos.

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  5. que minific maravilhosa ainda to in love com jemi tudo de bom
    adoro essa musica e vou ouvir so pensando no joe kkkkkk
    estou indo ler os outros mto boa a ideia de vcs parabens
    bjos

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    1. Fico feliz que tenha gostado do projeto e da shot.
      E fico muito feliz por ouvir in real life pensando nessa shot aaaaaaa.
      Muito obrigada, viu!?
      Beijos.

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  6. Olá bom primeiro tem que dizer meus parabéns! Você seguiu corretamente um ordem médica quando um paciente entra em RCP, faltou alguns itens na pedida como exame de enzimas para descartar um possível infarto, e tbm na momento da massagem cardíaca faltou o uso da respiração, e a contagem de ciclos ( isso greys não mostra), você pediu correntemente o ECG e o raio-x torácico, para avaliar se houve fratura de ossos na região da cavidade torácica. Enfim mas isso não vem ao caso. E não estamos aqui para julgar se foi algo totalmente correto perante um olhar clínico médico. Mas amei seu Oneshot, está perfeito lembra muito greys, acho que você já ganhou uma nova seguidora, irei ler com calma depois seus outros post.

    Esta excelente quando li em outros blogs sobre esse projeto já logo imaginei uma coisa na haver. Mas você superou, consegui rir muito. Me surpreendeu, meus parabéns!

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    1. Olá.
      Temos aqui uma Cristina Yang haha.
      Confesso que pesquisei muito sobre os sintomas e as ordens medicas porque não gostaria de passar informações erradas. Nessa parte sou bem perfeccionista e fico feliz que alguém tenha notado com atenção.
      A contagem de ciclos não quis incluir porque já estava muito grande e poupei essa parte, mas obrigada pelas correções tambem.
      Fico feliz que tenha gostado da oneshot e seja bem-vinda ao blog. Espero que goste das outras narrativas como gostou dessa.
      Muito obrigada mesmo.
      Beijos.

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  7. eu sempre fico muito soft com essas fics de temáticas meio domésticas kfjdudhd

    NAMORAL SELENA MELHOR PERSONAGEM EU AMO UMA MULHER BEM SUCEDIDA!!

    ok eu sou suspeita para falar da selena.....

    Eu nunca fui muito fã de Jemi, mas eles estão bem preciosos aqui ❤️ Apesar de que, se eu tivesse no lugar da demi, não ia aguentar o Joe atras de mim o tempo todo kkkjjjj macho chato demais kjsysijs sem paciência para essas situações ggsfaas

    eu não entendo nada de medicina, mas vou dizer que foi muito legal ler toda essa dinâmica, também serviu para me mostrar que eu devo correr bem longe dessa profissão, viu? se é louco bixo, tenho emocional para isso não....

    (Selena, primeiro lugar de Yale, eu sou uma mãe muito orgulhosa ❤️ - eu amo a sel demais bixo, namoral)

    desculpe por só comentar agora, ando sem tempo :c
    ótimo trabalho!!!

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    1. Eu não posso escrever nada sem ter uma ou duas mulheronas da porra!!!
      E a Selena é uma mulherona da porra, cirurgiã da porra e primeiro lugar em yale da porra.
      Confesso que eu não sou chegada a Jemi, mas eu escrevo sobre eles por preferencias. Somos duas em relação ao Joe, apesar de ter gostado de escrever esse personagem no lugar de Demi o basta já seria no momento que se conheceram MAS hahaha.
      Fico feliz que tenha gostado, Malu. Eu amei sua shot e vou dizer isso sempre que possivel.
      Beijos.

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  8. Primeiramente Desculpa pela demora em comentar...
    MENINA VC MISTUROU JEMI COM GREYS! Isso é até golpe baixo. AMEI ADOREI deu o ponta pé inicial nesse projeto com louvor... parabéns pela oneshot 👏👏👏❤

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    1. Sem problemas Nanda.
      Fico feliz que tenha gostado e VAMOS LOUVAR GREYS ANATOMY.
      Beijos.

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  9. Adorei essa One!O jeito da Demi Me lembrou um pouco o da Emma do filme sexo sem compromisso e acho que foi isso que me fez gostar tanto.
    Joe simplesmente perfeito, todo apaixonado... deu até vontade de ter um pra mim rsrs
    Parabéns!
    Bjs

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    1. Confesso que não assisti esse filme, mas fico feliz que tenha gostado dos personagens como da oneshot por inteira.
      Sim, o Joe é um amor de pessoa e talvez ele volte aparecer por aqui haha.
      Muito obrigada, Amy.
      Beijos.

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  10. Nossa, ficou incrível! Ri muito com a insistência do Joe e Demi é bem safadinha né kkkkk Achei muito fofo o final, adorei a história, parabéns! :)

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    1. Obrigada Jacque! Fico feliz que tenha gostado da shot.
      Sim, o Joe e a Demi são hilários aqui.

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