Bad Blood | 13° Capítulo.

Largou suas malas ao lado da porta e respirou fundo, suas costas estavam doloridas demais e era capaz de sentir o peso do mundo em seus ombros pesados. Olhou em volta e o quarto de hotel era aceitável, adequado, na verdade, pelo preço que estava pagando. Pegou sua mala novamente e colocou-a em cima da cama, abriu uma repartição e pegou um anti-inflamatório que tomava quase que todos os dias. Buscou uma garrafa de água no frigobar e tomou seu remédio, sentou-se na cama e respirou fundo tentando relaxar.

Bateram na porta, deduziu ser o serviço de quarto que pedira quando ligou buscando hospedagem. Abriu a porta e se surpreendeu.

— Theodoro! O que faz aqui? Está me seguindo?

— Honestamente, sim. — respondeu. — Mas não me leve a mal, preciso falar com você.

— Amanhã posso te interrogar e você me conta tudo o que quiser, não irei falar com você agora nessa situação. E vá embora logo antes que eu indicie você por perseguição. — respondeu afiado e tentou fechar a porta, Theodore impediu. — Moleque, diga o que quer.

— Como eu disse, detetive Johnny, quero falar com você. — Theodore sorriu. — Posso entrar? Nem é sobre esse caso, é sobre o show do The Killers em 2013. Foi em Londres.

— Está me perguntando se me lembro? — Johnny indagou confuso.

— Poxa... não me diga que não lembra do beijo... — Theodore riu e entrou no quarto de hotel. — “Foi em when you were yong, a plateia ia à loucura e ele me beijou, seu beijou era quente como a temperatura de nossos corpos... depois daquele show, ele me deu a melhor noite da minha vida. Valeu a pena ter sumido dos meus amigos....”. Lembra disso? — questionou Theodore guardando um bilhete.

— Como soube disso?

Johnny questionou, endureceu seu rosto e sentiu o mundo em seus ombros ainda mais pesados. Fechou a porta e deixou Theodore sentir-se à vontade, observava a rapaz tendo uma carta na manga. Um coringa. A pior delas. Johnny não queria questionar, não queria parecer tão preocupado quanto realmente estava. Ele jamais poderia permitir ser controlado por um... pirralho. Todos pirralhos!

Theodore sentou-se em um pequeno sofá.

— Theodore, vai me dizer como...

— Por favor, chame-me de Theo. — disse o rapaz. — Demorou muito para me tocar que era você... O cabelo, as tatuagens... seu nome já entregaria tudo. Mas ainda assim não tinha percebido você, detetive. Até falar com Demi nesta manhã e ela me contar sobre uma viagem que fizeram no ensino médio para Londres e na fadiga noite que a Taylor sumiu após um show que foram. Tive que procurar nos álbuns de fotos da Taylor, pois ela guarda tudo e vi uma sua, um pouco mais jovem, mas a tatuagem da ave te entregou. — ele apontou para o pescoço de Johnny. — E tudo isso me leva a questionar se você fez alguma coisa contra a Taylor. Anos depois, cá está você aqui no mesmo lugar que ela. Como o destino é sorrateiro, quem imaginaria isso... você, um homem da lei, tirar a virgindade de uma garota... você cobra tanta a verdade quando mente tanto. O que aconteceu, detetive? Ela te reconheceu?

— A tatuagem da ave... — Johnny gargalhou nervoso. — Não fiz nada contra a Taylor, ainda pensei que ela não se lembraria de mim quando demorei a lembrar dela. Já se passou alguns anos desde aquela noite, nem sabia que ela ainda era... quer dizer, ela disse que já estava na faculdade. Enfim, ela era menor de idade e eu arrependido. Não liguei para ela e nem ela me ligou. Só soube que era ela mesma, Taylor, quando me olhou nos olhos e pude perceber, pois aqueles olhos penetráveis são inconfundíveis. — Johnny respirou fundo, já estava cansado. — Não tocamos no assunto, ainda não. E ela deve se lembrar de mim, com certeza, nunca foi tola.

— Se você não a matou, creio que foi por isso que ela fugiu. — Theodore levantou-se para encarar Johnny. — E eu também pude pesquisar rapidamente e ela namora seu irmão, Jared Leto. É seu irmão, mesmo que não carregue seu nome...

— Quer meu distintivo, garoto? — Johnny riu. — Vejo que fez uma boa pesquisa antes de vir para cá. — Mas sim, ele não tem meu nome, pois somos filhos de diferentes pais. E descobri hoje que Jared namorava Taylor, ele nunca revelou isso...

— Estou preocupado com ela, detetive! Taylor é inteligente, mas também é imatura em suas decisões. Não pensa no que vai colher no futuro, tenho medo de algo acontecer a ela. Veja bem, olhe o que está acontecendo agora. Você aqui! — Theodore. — Você, seu irmão... tudo ao mesmo tempo agora. Por conta desse passado, você deveria tomar alguma atitude e não enrolar como está fazendo!

— Saiba que estou me dedicando, Theodore, mas não tenho muito o que fazer no momento, nem minha filha está me ajudando. Nem meu irmão, muito menos você! Não posso sair anunciando o que aconteceu. Está maluco? Isso acabaria com minha carreira!

— Pensei em uma coisa, mas você deve concordar comigo e não contar para ninguém. — Theodore.

***

— Taylor, você pode controlar sua gata? — Ed gritou. — Ela fica estragando minha parede, a qualquer momento vai abrir um buraco.

Taylor desceu as escadas e pegou sua gata no colo. Pediu desculpas ao amigo e subiu as escadas novamente e devagar. Sentia-se muito mal, o estômago embrulhado, dor de cabeça e náuseas. Estava desligada do mundo, não sabia explicar a razão desse mal-estar.

A gata saltou de seu colo, sentiu tontura e segurou na parede no corredor e vomitou.

***

— Alô, mãe? — disse com a voz rouca, segurando o choro. — eu sei que é muito cedo, mas lembra daquele dinheiro que mandei para a senhora guardar para emergências? — deu uma pausa ouvindo a resposta. — irei precisar dele porque fui preso... fui pego nesta madrugada, por favor, venha pagar minha fiança até meio-dia.

[CONTINUA]