- O que está fazendo aqui, Lily? – O treinador perguntou ao
me ver com vestes de banho.
- Não irei treinar essa tarde, então, farei isso mais cedo.
– Respondi.
- Dedicada. – Elogiou-me. – Refiz seu treino. – Entregou-me
uma tabela.
- Tudo isso? – Falei abismada ao ler. – É muita coisa.
- É um extensivo para o campeonato. – Ele explicou rindo. –
Quando seu nome estiver em primeiro lugar, não irá reclamar.
- Ou o meu. – Taylor aproximou-se sorrindo. – Irá treinar
agora? Posso fazer após o seu.
- Não ligo em fazermos em conjunto. – Respondi.
- É melhor solo para um resultado satisfatório. – Treinador
meteu-se no meio. – Uma hora.
- Eu espero no vestuário. Tenho que terminar algumas
coisas. – Taylor respondeu.
- Tanto dentro ou fora da piscina é de quem chegar
primeiro. – Brinquei.
- Eu tento lembrar disso, mas existe uma vida fora desse
quadrado. – Taylor respondeu rindo.
Ela saiu andando em sentido vestuário. Tirei meu roupão e
alonguei-me na borda da piscina. Conversei mais duas palavras com o treinador
antes de começar, reli pela última vez o número e ordem das series. Dei alguns
pulos e balancei meu corpo e fiz minha saída.
***
- Sua vez. – Falei ao entrar no vestuário.
- Como foi? – Taylor perguntou fechando seu livro.
- Pesado. – Respirava fundo. – Começar uma nova série não é
fácil.
- Qual é o seu tempo? – Taylor perguntou.
- Quase o mesmo que o seu, como sempre. – Respondi vaga.
- Desde semana retrasada melhorei dez segundos só na
largada. – Taylor. – Será o mesmo ainda?
- Não dou importância em revezar com você no pódio,
sinceramente. – Sentei ao seu lado. – É divertido.
- Também não me importo. – Respondeu. – Você tem energia
hoje.... Não a vi na festa ontem.
- Ah, é.... – Concordei com a cabeça. – Briguei com Taylor
faz uns dias, não estamos conversando.
- Ele estava lá e provavelmente vai na continuação de hoje
também. – Taylor. – Irá hoje?
- Talvez. Mas se eu for, será para falar com ele. –
Respondi. – Eu não gosto de brigar com ele.
- Se você for pela festa, digo que não vale a pena. –
Taylor riu. – Vocês formam um bom casal, não devem acabar por falta de diálogo.
- Uau! – Dei risada. – Taylor Swift distribuindo conselhos?
É um desafio?
- Não é! – Taylor mudou sua postura. – Apenas penso que as
coisas não devem acabar por bobeira.
- Nós brigamos por causa de Harry. – Admiti. – Soube do
acidente de Harry com um amigo?
- Conheço os dois. – Taylor revirou os olhos. – Eu
soube.... Eles fazem isso quando bebem muito.
- Harry deixou meu contato como emergência e Taylor não
gostou. – Expliquei sem jeito. – Nós brigamos porque Harry continuou a tentar
falar comigo e me ver..... Uma vez tive uma recaída por ele, mas eu superei
isso.
- Nós concordamos em sermos amigos. – Taylor. – Eu estou
namorando outro cara. Ele não é daqui mas mora próximo e estou feliz porque
Harry aceitou meu termo de amizade, mas com você.... Para ele é diferente, ele
te ama!
- Mas eu não posso mais com ele. Fico mal. – Respondi.
- Acho que você não pode desistir de Taylor agora. Ele é um
bom rapaz.... Se for fazer algo, seja sincero com ele porque não conheço outro
mais sincero com seus sentimentos do que Lautner. – Taylor levantou-se. – Não
faça disso um trio amoroso.
- Outro conselho. – Sorri e concordei com a cabeça. –
Deveríamos conversar mais.
- Seria bom. – Taylor respondeu vagamente. – Surgiu outra
coisa, mas volto aqui mais tarde.
***
Olhei meu celular mais uma vez e digitei rapidamente uma
mensagem para o Taylor. Parei por um segundo e apaguei tudo. Larguei meu livro
na cama e deitei-me desajeitada.
Passei a mão na minha barriga e ouvi um ronco, já fazia
muitas horas que não comia. Olhei no relógio e já estava quase na hora de ir ao
meu terapeuta que tem um consultório no final da avenida saindo daqui. Desci
rapidamente e fiz uma rápida vitamina com algumas frutas que Cher tinha
comprado. Deixei um recado a ela que reembolsaria quando voltasse.
No período da tarde, o Sol quis voltar a brilhar e queimar
minha pele que estava a tanto tempo dentro de casa. Fui caminhando em passos
largos, porém lentos. Poucos minutos cheguei ao consultório e em menos de dois
minutos, Antonie, meu terapeuta chamou.
Entrei em sua sala e sentei na cadeira em frente a sua
poltrona. Antonie ficou quieto e apoiou sua mão na caderneta que costuma anotar
tudo que digo.
- Então, Lily, como está essa semana?
- Vou bem. – Sorri. – Quer dizer.... Briguei com o Taylor.
- Por qual motivo? – Pareceu interessado.
- Lembra de Harry? – Perguntei e ele concordou com a
cabeça. – No último final de semana, ele me chamou porque foi parar no hospital
em um acidente. Não foi nada demais, ele tinha só cortado um pouco a cabeça e
eu era seu contato de emergência. – Respirei fundo.
- Aconteceu algo entre vocês? – Antonie.
- Não! – Afirmei assustada. – Ele tentou conversar comigo e
alisou minha mão, mas eu avisei a ele que não dava mais para fazer isso. Taylor
perdoou-me pelo o que fiz na última vez. Mas ele viu as mensagens de Harry,
mesmo com minhas respostas curtas, Taylor ficou bravo... eu tento, mas não
consigo colocar um fim nisso. Em Harry.
- Lily, eu entendo sua preocupação, mas você tem que achar
uma maneira de cortar a relação com ele. Eu entendo que não é mais saudável a
você telo em sua vida. – Antonie sorriu. – É difícil cortar uma pessoa, mas não
permita que ele interrompa seu namoro.
- Tenho medo por ele. – Desabafei. – Harry é um garoto
fraco com seus sentimentos. Quando terminamos pela primeira vez, ele foi parar
no hospital. Ficou doente. Foi na mesma noite e ele nunca me contou o que
houve, mas quando voltamos e até mesmo quando estávamos juntos nunca voltou a
acontecer. Ele é intenso com palavras de “você é minha vida”, “eu preciso de
você”...
- Acha que ele tem tendência suicidas? – Antonie.
Parei por um momento e abaixei a cabeça. Eu não poderia
responder isso.
- Eu não sei. – Respondi. – Quer dizer... estou com você há
anos e de princípio não sabia que eu sofria bulimia. Eu não dava indícios as
pessoas e hoje sou saudável. Estou bem e ainda há pessoas que não sabe disso. –
Fiquei sem jeito ao falar. – Como pode saber se Harry é suicida?
- Existe sinais, Lily. Eles passam despercebidos, mas o que
diz... – Antonie ajeitou-se em sua poltrona. – Parece sinais de quem carrega
uma dependência emocional, tendência de auto machucar. – Ele pegou um cartão. –
Entregue meu número a ele, diga que talvez seja bom conversar com alguém.
Peguei o cartão e guardei junto ao meu celular.
- Então... – Ele parou por um instante. – Nas últimas
semanas você vem relatando um medo e sente estar sendo perseguida. Como foi
nessa última semana?
- Há três dias atrás jogaram minha roupa na piscina quando
estava tomando banho no ginásio depois do treino. E ele ainda está por lá, fica
assistindo os treinos e me elogia como se....
- Fosse acontecer alguma coisa entre os dois. – Antonie
completou. – Entendo.
- Ele é mais velho e fica muito tempo por lá. Não estuda ou
trabalha...
- Não consegue identificá-lo?
- Já tentei e ele não tem um nome.
***
Olhei-me no espelho pela última vez e desci as escadas.
Cher estava sentada com Liam no sofá.
- Cher. – Sorri ao vê-la. – Viu meu bilhete?
- Sim, mas não tem problema. – Cher respondeu. – Eu estava
devendo aquele almoço.
- Mesmo assim. – Entreguei o dinheiro das frutas. – Todo
caso, compre mais bananas.
- Vai na festa de hoje? – Liam perguntou. – Está bonita.
- É verdade! – Cher concordou. – Linda. – Sorriu.
- Obrigada. – Respondi. – Eu não iria, mas eu quero me
entender com Taylor.
- Boa sorte. Espero que ele não esteja bêbado já. – Liam
riu.
Concordei e me despedi deles. A rua já estava escura e
segui o caminho para onde seria a festa.
O local era depois da floresta. Tinha uma avenida que dava
a volta no campus inteiro para chegar no salão de festa. Com carro, esse
caminho é feito por menos de 15 minutos, mas a pé é triplicado. E eu sempre
acho melhor passar pelo ginásio e pela pequena mata conversada que temos e eu
sempre escolho esse caminho para caminhar.
Atravessei a avenida e entre as republicas do campus, segui
o caminho para o ginásio. Dei a volta por ele e tirei meu salto alto para
seguir a trilha.
- Ei, Lily, certo? – Chamou de longe. – Está indo para
festa?
- O que está fazendo aqui? – Afastei.
- Eu irei na festa também. – Sorriu. – Pode me acompanhar?
- Eu nunca soube seu nome. – Caminhei ao seu lado
lentamente.
- Nunca perguntou. – Continuou sorrindo. – Jared.
- O que você faz aqui? – Perguntei.
- Iremos pela mata? – Ele olhou todo o breu.
- Acho mais fácil. – Respondi. – É descer e seguir a praça
onde tem uma cabana. É logo lá.
- Certo.
O Jared – esse nome que ele deu – pegou seu celular e ligou
a lanterna. Descemos a trilha lentamente para não machucar meus pés que estava
descanso.
- Então, Lily... – Ele riu voluntariamente. – Eu vejo você
nadando. É talentosa.
- Obrigada. – Agradeci.
- E a Taylor também. – Ele continuou. – Vocês têm algum
tipo de rixa?
- Só na agua. – Respondi. – Ou pelo menos eu acho, estamos
tentando criar uma amizade.
- Quem é a melhor? Perguntou e riu.
- Sinceramente? Eu. – Respondi. – Sou mais rápida e
perfeiçoada que ela.
- Obvio que diria isso. – Ele deu de ombros.
- Como conhece a Taylor? – Perguntei curiosa.
- Sua perfeição... – Ele desligou o celular. – Tem a ver
com os remédios que toma. São anabolizantes?
- Como você sabe que tomo remédios?
Olhei para trás e estava escuro. Senti um aperto no meu
braço e meu corpo inclinando para o chão. Ele havia me empurrado com força e
sai rolando pela mata com gravetos machucando meu corpo. Consegui me segurar no
chão e levantei rapidamente, tropecei e cai. Levantei mais rápido e estava na
praça da floresta. Olhei em volta e não o vi. Olhei para o topo da colina e
estava longe para correr. Comecei a correr no sentido á cabana, fui fechar a
porta e ele começou a brigar para entrar. Estava machucada e sem força, ele
conseguiu empurrar a porta e parei longe.
- Eu sei porque procurei no seu armário. – Ele respondeu. –
E no seu quarto dei uma visita.
- Não são anabolizantes. – Tentei explicar tremendo. – Eu
sofria anorexia e tomo vitaminas.
- Vitaminas? – Ele riu. – Na sua ficha também não estava
escrito uso de remédios.
- Quem é você? – Afastava-me cada vez que chegava perto.
- Jared, já disse. – Ele inclinou seu corpo. – Eu acho que
vocês não são amigas e você não é mais rápida que ela. Acho que você é uma
impostora.
- São remédios. – Repeti chorando.
- E você também deu uma dura em mim. –Riu. – Tem namorado?
- Sim.
Ele sentou no meu colo e agarrou meu rosto. Tentei afastar
meu rosto e ele passou a boca no meu pescoço. Colocou seus dedos nos meus
cabelos e acariciou todo meu rosto.
- Você é linda.
Dei um tapa na cara dele e o empurrei, tentei tira-lo de
cima de mim. Ele soltou seu peso no meu colo e devolveu o tapa.
- Você é louco.
- É você é mentirosa. – Ele levantou. – Sabe porque te
observei todo esse tempo? Tinha a curiosidade de saber se era tão fofa e meiga
como faz transparecer. Eu normalmente não gosto desse tipo de mulher, mas você
me cativou e eu fiquei “uau, ela pode ser tão perfeita assim?” – Ele começou a
contracenar em minha frente sozinho. – E eu fui atrás e encontrei a sujeira.
Seu namorado, o Taylor.... Sinto muito por ele, porque a Taylor terminou com
ele para ficar comigo, mas você não o trocou, o traiu com o outro rapaz.... Não
lembro o nome dele.
- Você é o namorado da Taylor? Perguntei assustada.
- Pois é! Tem todo o tempo estava admirando você. – Ele deu
de ombros. – Faria de tudo por ela.
Esperei ele virar de costas e em um pulo levantei para
empurra-lo. Ele caiu no chão, passei por ele na porta e agarrou meu pé. Chutei
seu rosto e nos levantamos juntos, comecei a girar a maçaneta para a porta
abrir, antes que pudesse sair acertou-me com uma madeira antiga.
[Continuação do In Memoriam –
Lily Collins]
- O que você está fazendo? – Tentei segurar no piso de madeira. – Está
me machucando.
Cravei minha unha na porta, enquanto era puxada pelos pés. Minha cabeça
doía e sentia o sangue entrando no meu ouvido. Fazia força para não soltar, mas
acabei cedendo pela dor no meu corpo.
Era noite e a música que vinha da festa soava apenas como um eco. Estava
longe dos alunos e na mata. Ninguém me salvaria aqui. Já tinha desistido de
lugar, meu corpo era arrastado lentamente pela mata e os gravetos e olhas
passavam pela minha mão aberta. Tentei inclinar o corpo, mas toda vez que fazia
isso meus ouvidos ficavam irritados.
- Estou sangrando. – Falei comigo mesma ao tocar minha nuca e testa. –
Sangrando.
Meus olhos fechavam lentamente enquanto olhava para lua. Não estou
prestes a desmaiar. Mas eu não quero desmaiar. Ou estou morrendo?
- Não durma Lily. Não durma.
Ele agarrou meu corpo sorrindo.
- Eu não queria forçar uma briga
com você, mas você me fez fazer isso. – Ele bateu no meu rosto para me manter
acordada. – Nunca se esqueça que você pediu por isso.
- Foi Taylor que pediu por isso? –
Perguntei rouca.
- Tecnicamente ela disse “eu
mataria ela por isso”, mas não a culpe. Você é culpada por isso.
- Nunca te fiz nada. Deixe-me ir.
- Você não vai a lugar nenhum muito
longe, mas eu ficarei aqui com você. – Ele agarrou meu corpo. – Tenho irmãos
que não entenderiam isso e por causa deles sei que você não passará de hoje.
- Está fazendo isso por ela?
- Metade disso é para ela conseguir
ser a melhor justamente e a outra metade... eu detesto tudo que você
representa. É uma satisfação pessoal. - Ele sorriu. - - Poupe folego. Vai
precisar.
Meu peitoral ardia, mas minha cabeça estava sangrando. Fechei meus olhos
pela última vez.
***
Busquei a força do meu corpo para cima. Toquei a capa da piscina e ela
estava fechada. Tentei puxa-la para dentro da água.
- Por favor, me tire daqui. – Tentei gritar, mas água entrava na minha
boca.
Meu corpo estava fraco. Descia para o chão da piscina e voltava para
pegar um pouco do ar. Repeti esses movimentos. Meus olhos fechavam. Estou
desmaiando novamente? Não consigo respirar mais. Pela luz da piscina via um
pouco da água vermelha, toquei na minha nuca e não sentia mais o sangue. Toquei
a capa da piscina e não conseguia puxa-la. Já pensei em fazer isso?
Tentei buscar mais um pouco de ar. Minhas pernas estavam doloridas. Meus
braços já não tinham força. Eu continuava tentando usá-los para não me afogar.
Nem noto que já estou engolindo agua por um tempo. Parei de me movimentar e
olhei para água até ela tornar-se parte de mim. Eu não sinto mais meu corpo.
Minha cabeça inclinou para trás e cada vez que piscava, a capa da piscina
ficava mais longe. São três metros de profundidade, três metros. Apenas três
metros.
Meu corpo não movia, ele se movimentava com a água e água estava parada.
Meus braços abertos e minhas pernas dobradas. Meus olhos estavam cansados,
tentei fechar minha boca, mas não tinha força para não fazer nenhum movimento.
O azul da piscina ficava cinza aos poucos.
Olá!
ResponderExcluirO Jared?! Da policia?! Quando eu li "Sinto muito por ele, porque a Taylor terminou com ele para ficar comigo" achei por momentos que tinha lido mal o nome e que era o Jake. A Taylor namorou com o Jared?!
Acredito que vai ter muita coisa ainda até ao final porque eu preciso de explicações!
Eu acho que nunca pensei que fosse ele.
Posta logo!
Beijos.
Sim, ele mesmo. O Jared.
ExcluirEu tinha três versões finais com diferentes assassinos que acabavam de maneiras muito diferentes a historia e acabei optando por ele.
Até o final irá acontecer muitas outras coisas e terá explicações para tudo.
Vou terminar de ajeitar tudo e postarei.
Beijos.
EU TÔ PASSADAAAAAAAAAAAAA XANAINA!!!!! @DEUS, ME AJUDA!
ResponderExcluirEu mesma achava que ia ser uma das meninas ou o Liam, já te disse. Mas o Jared, da policia, gostosão, JAMAIS! Não passou pela minha cabeça nem por um segundo.
Quero muito saber qual vai ser a reação do pessoal quando descobrir tudo. Eu tô morta na farofa!!!!!!!
Xeros, love u ♥
Pois é, optei por ele em diferentes finais que fiz e tudo acabará bem ou não, para alguns ou para outros...
ExcluirMas muita coisa irá acontecer ainda. Calma.
TE AMO.
Beijos.
Posta mais
ResponderExcluirIrei postar ainda hoje.
ExcluirBeijos.