Bad Blood | 18° Capítulo.

No campus no sentido oeste, ficava a área ambiental da universidade e mais para os fundos as quadras esportivas. No primeiro horário da manhã, tinha pouca movimentação de pessoas e Demetria caminhava em passos largos pelas trilhas até a quadra aberta de basquete. Com um livro debaixo do braço, subiu alguns degraus da arquibancada e sentou-se para voltar a sua atenção à sua leitura atual que julgava ser fascinante.

— Boa tarde, Demetria. — ouviu próximo de onde se sentara.

— Oh, céus! Nunca vou conseguir paz neste lugar!

— Poderia ser mais simpática para podermos conversamos um pouco, não acha? — aproximou-se. — Posso me sentar?

— Se eu disser não, fará uma ordem de prisão contra mim?

— Depende se der as razões corretas. — ele riu. — Mas na verdade, também caminhava quando a vi e pensei se pudéssemos conversar... de maneira informal...

— E isso é permitido? Não seria um de seus interrogatórios?

— São raras as vezes que eu me sinto de mãos atadas e acredito que peguei pesado com você, então, quero pedir desculpa pela minha postura. —  sorriu confiante.

Demetria riu e respondeu:

— Não acredito em uma palavra do que disse! Você veio até mim por um objetivo, diga logo!

—  É claro que você não é boba. — esfregou a mão direita na barba. — Podemos conversar em outro lugar?

— Sinto-me mais a vontade aqui mesmo e não há ninguém por perto.

— De fato, não há ninguém por aqui, mas as árvores, os bancos ou até mesmo as gramas podem nos ouvir. — levantou-se e estendeu a mão. — Vamos fazer uma caminhada.

Demetria aceitou a gentileza e levantou-se com a ajuda de Johnny. Ela guardou seu livro na bolsa e acompanhou-o. Johnny olhava para as arvores como se as admirassem, mas Demetria voltou a rir e indagou:

— Preocupado com as câmeras de segurança?

— Por aqui? — ele sorriu.

— Eu sei sobe elas. — Demetria apontou para um galho. — São discretas, mas não invisíveis.

— Mas disseram que eram secretas. — ele respondeu. — Não tão secretas, pelo visto.

— Eles não sabem guardar segredos. Descobri já faz um tempo...

— Antes da morte de Lily? — Johnny indagou.

— Sim, antes da morte dela. Desde que entrei aqui notei as câmeras, mas volto a dizer, caso esta conversa for um interrogatório, sou inocente.

— Ah, é claro. Eu acredito que você saiba das câmeras, elas estão por toda parte. — ele riu. — Confesso que fiquei curioso sobre uma coisa que vi recentemente, foi na semana da morte de Lily em que você pulou da janela da irmandade de seu cunhado, Liam Hemsworth.

Denetria abriu um sorriso e continuou caminhando. Pela leitura labial que Johnny tentou realizar, Demetria pareceu não se abalar com a informação e caminhava em passos mais largos, tomando para si o destino que seguiriam.

A caminhada tornou-se silenciosa, Demetria andava na frente como se soubesse o destino e Johnny a seguia reparando que pelo mapa do campus que lembrava mentalmente, parecia estarem terminando-o, mas para a sua surpresa, pouco abaixo tinha uma casa verde pastel com as paredes descascadas e com manchas de terra, parecia abandonada.

Demetria seguiu em direção a esta casa.

— Lembra quando disse que te conhecia de algum lugar? — Demetria falou. — Seu irmão também não faz nenhuma questão de guardar segredo.

— É, ele realmente não faz. — Johnny concordou. — Mas como descobriu?

— Da mesma forma que sei que não é só com Jared, mas você também esteve com Taylor antes.

Johnny a encarou por alguns instantes, estava preocupado, mas evitava não demostrar nenhum tipo de nervosismo à Demetria.

— Quem mais sabe disso? — Johnny questionou, bruto.

— Ah, pare. — Demetria riu. — Não trouxe você aqui porque sou boba e nem tente me ameaçar. Você sabe que Theo é inteligente, mas não tanto quando se trata de Taylor e eu dei uma ajudinha, mas também me protegi. Agora só nós três sabemos, por hora...

— O que ele sabia?

— Ele tinha algumas informações e eu tinha outras, unimos tudo e descobrimos algo tão óbvio. — explicou com um sorriso. — Mas cá entre nós, minha curiosidade é sobre quando você a reconheceu. Foi quando ela esteve no seu interrogatório e olhou em seus olhos? Você sabia quem era?

Demetria atirou uma foto em sua direção.

— Não deveria deixar ser fotografado dessa forma. — riu. — Ainda mais com uma menor de idade...

— O que você quer, Demetria?

— Proteção! — respondeu dura. — Estou atenta as coisas que andam acontecendo e me preocupo comigo mesma, seja o que for. Estou próxima demais.

— E o que eu tenho a ver com isso?

— Oras, detetive Johnny. Essa foto é somente uma recordação para você. — sorriu. — Você sabe algo sobre mim, agora eu sei sobre o senhor. Acredito que seja o momento.

— Quer unir forças comigo?

— Não há nada melhor que um homem da lei como aliado.

[CONTINUA]