Bad Blood | 20° Capítulo.

— Sempre que você me visita e paga um almoço, é para tentar alguma informação. — Ariana respira fundo e sorri. — Então, vamos economizar nosso tempo e me diz o que quer.

— Nem sempre é assim. Você é minha filha e eu tenho direito a passar tempo com você.

— Bom, desde criança é assim que funciona. E mamãe sabe disso. — responde, enquanto lê o cardápio. — Acho que quero uma bebida, talvez... um gin.

— Gin? Ainda é meio-dia! — diz perplexo.

— Oh, papai. Fala sério! Eu tenho que ser uma daquelas filhas que se senta junto ao pai e finge que não faz nada de imoral ou adulto?!

— Bom, você poderia tentar, né? Primeiro, que sou detetive; segundo; você ainda é minha criança.

— Hum, tentando apelar para a sensibilidade. —a moça riu. — Ou poderíamos beber uma caipirinha, tem de kiwi, mas nunca provei. Dizem que é uma delícia.

— Já tomei qualquer tipo de caipirinhas que possa imaginar, minha querida. Mas, de fato, faça o que quiser, não quero que finja nada para seu pai. — respondeu, enquanto acariciava a mão de sua filha. —Mas eu gostaria de conversar com você sobre você mesmo, desde que cheguei à cidade não pude ter ainda nosso momento de pai e filha, dado as circunstâncias da situação.

— Oh, papai. Acho que é tarde para tentar a linha do “pai presente”.

— Estou tentando, Ari. É complicado, mas eu penso muito em você, sei que errei bastante, mas não é tarde para mudarmos isso. — respondeu. — Você sabe que eu sou demais, estou até pagando uma bebida para você!

— E como isso passaria a funcionar? Você virá mais vezes me visitar e faremos passeios, fotos e momentos de pai e filha? — ela riu ao imaginar.

— Bom, eu posso dizer que podemos passar mais tempo juntos, sim, e também posso não ser um problema para seus relacionamentos. — garantiu. — Sou um bom pai, serei melhor ainda, e você poderá dizer o quanto seu pai é bonito, divertido, até liberal, um detetive da polícia que viaja para diversos lugares e tem um salário tão bom que até hoje você não precisou trabalhar.

— Isso seria uma indireta?

— Claro que não. Porque eu posso dizer, e já digo, que minha filha é linda, inteligente e tem um senso de humor incrível, parecido com o do pai.

— Não mentiu em nenhum momento sobre mim, mas eu ainda sinto que... você quer algo.

— Ariana... não estrague...

— Pai, eu te conheço tão melhor do que você imagina. — Ariana interrompeu-o. — Eu prefiro que você realmente seja honesto e pergunte o que quer perguntar, do que no final do dia você fazer isso e eu perceber que todo esse papo aqui foi à toa.

Johnny suspirou e concordou com a cabeça.

— Não é mentira o que eu disse até aqui!

— Também não é a sua única intenção. — Ariana retrucou. — Você foi um bom pai para o que me criou, não ter ou permitir ser enrolada por ninguém, ter objetivo nas minhas intenções. Isso você me ensinou bem, então, pratique isso e pergunte logo...

— Você estudou com a Taylor Swift e Lily Collins, vi que você cursou três disciplinas com ambas e queria saber como elas eram...

A garçonete trouxe os pedidos e Ariane bebericou a caipirinha de kiwi, deu risada.

— Não poderíamos ser três pessoas extremamente diferentes. — Ariana respondeu ainda risonha. — Mas tive mais interações, posso dizer dessa forma, com a Taylor do que com Lily.

— Mas elas se davam bem?

— Ah, sim. Pelo que me lembro, conversavam pouco, como eu, mas se respeitavam. Eram bacanas e extremamente focadas, absolutamente levavam a sério tudo porque notas das provas e atividades valiam no quadro de posição nos campeonatos que disputavam.

— Acha que existia uma rivalidade?

— Sim, existia sim. Isso você sabe por que todo mundo sabe, porém não era nada... perigoso.

Ficaram em silêncio.

— Taylor está morta? — Ariana questionou.

— Não sei, espero que não. — respondeu, pensativo. — Espero que não!

— Procure o Harry... Harry Styles. — Ariana disse. — Ele é... algo para as duas.

Johnny olhou-a curioso, quando tentou questioná-la, o vidro do restaurante foi sujo por dois ovos quebrados e apenas ouviu:

— Ali está ele! Filme a cara dele! Este homem está brincando com tudo isso.

— Quem é essa, pai? — Ariana questionou, bem assustada.

— Minha filha foi morta e até agora nada foi feito! Este homem é repugnante, descobri muitas coisas sobre ele e estou pronta para expor tudo que ele fez até agora durante a investigação. Ele é sujo e usa o caso da minha filha para se promover!

— É a mãe de Lily Collins. — Johnny respondeu. — Vamos embora!

Johnny deixou na mesa duas notas de cem dólares e puxou Ariana pelo braço, tentando protege-la para sair do restaurante, deu as chaves de seu carro e tirou sua jaqueta de couro e colocou sobre a cabeça da filha, para proteger sua imagem quando viu que a mãe de Lily Collins estava acompanhada de repórteres que filmava toda a cena.

Ajudou Ariana a entrar no carro e virou-se para a mãe enlutada.

— Senhora, já conversamos antes e estamos fazendo tudo que podemos. Não é um caso simples.

— Ele está com outra criança. Quem é a vítima da vez. Seu safado!

— Pare com isso! — Johnny endureceu a voz. — É da minha filha que a senhora está falando e eu entendo que está brava, é a negação falando alto, mas não me desrespeite!

— Mentiroso! — gritou. — Mentiroso! Você mente! É um safado.

— Minha declaração será apenas essa, estamos investigando e cuidando para que a justiça seja feita em relação à morte de sua filha. Lamentamos sua perda e pedimos paciência e respeito.

— Nunca mais fale de minha filha. Fale de Taylor Swift, a sua relação com Taylor Swift!

Johnny arregalou os olhos e virou as costas, entrou no carro e deu partida. A mãe de Lily Collins continuou esbravejando sobre Taylor Swift, mas Johnny já tinha partido. No banco passageiro, Ariana olhou para a pai e questionou:

— O que ela quis dizer?! Que relação é essa com a Taylor Swift?

— Ela é maluca, coitada! — Johnny sorriu. — Não levarei a sério e você também não.

Ariana concordou com a cabeça e Johnny acelerou na avenida principal. Ele balançava a cabeça em negativa, incrédulo com o que aconteceu.

— Que merda! — disse para si mesmo.

[CONTINUA]