Bad Blood | 26° Capítulo.

Abriu os olhos ao ouvir um barulho vindo da direção da porta, sentou-se na cama rapidamente e procurou por Karlie ou qualquer outro visitante, mas não tinha ninguém. Olhou para a janela e admirou pela primeira vez a beleza da lua, passou a mão pelo seu antebraço e sentiu a pequena agulha do soro, grunhiu. Deitou-se novamente e fechou os olhos, escutou o barulho ainda mais próximo, agora tinha certeza de que mexiam na porta.

— Quem está aí? — falou alto, mas sem respostas. — Eu vou gritar e se apertar este botão, uma tropa de policiais irão subir, então, apareça agora! — gritou.

— Taylor, cale a boca! — Theo apareceu na porta. — Fique quieta!

Theo entrou com a cadeira de roda com auxílio de Ed, Taylor sorriu e pode soltar a respiração para respirar mais aliviada. Sentou-se na ponta da cama e abraçou forte ambos os amigos.

— Meu Deus, como é bom ver vocês! Como conseguiram entrar aqui? — Taylor dizia entusiasmada. — Ed, o que houve... achei que você está preso... como você...

— É bom vê-la viva. — Ed abraçou-a mais uma vez. — Desculpa por não ter te protegido até o fim, eu realmente tentei muito.

— Pare com isso. Eu que devo desculpas por vocês dois, estão encurralados por minha causa.

— Vamos ao que interessa, por favor. — Theo chamou a atenção. — Lembrem que não temos tanto tempo assim, logo que amanhecer, Johnny voltará e vai querer respostas. E eles fazem ronda aqui, temos que alinhar tudo que sabemos rápido.

— O que Johnny te falou? —Taylor perguntou ao Ed.

— Bom, ele sabe dos meus antigos problemas... — contou. — Mas não disse nada por que ele não tinha nada para me indiciar, contratei um advogado quando o juiz autorizou um mandato para minha casa... — ele deu de ombros. — Isso era obvio demais, mas lá só tem sua gata que você me deu para cuidar uns sete ou oito meses atrás.

— O foco é unir tudo que descobrimos. — Theo disse vigiando a porta. — Esconda-se, Ed.

Taylor se deitou rapidamente fingindo que dormia quando um dos guardas passou para verificar se estava tudo certo. Logo que saiu, esperavam um tempo e voltaram ao plano.

— Não tenho escolha. — Taylor disse. — É a verdade e eles decidirão o que farão com ela. A única coisa que sei é quem matou Lily, também tentou me matar.

***

Amanheceu e Edward junto ao advogado apareceram na delegacia às 07h em ponto, demostrando comprometimento. Johnny junto à Katheryn, comandaram o primeiro interrogatório e não poderiam estar mais ansiosos.

— Podemos começar? — Johnny questionou.

— Sim, é claro.

Edward olhou para seu advogado que deu um sinal para prosseguir. Edward passou as mãos em seus cabelos ruivos e começou:

— Acho que era por volta das oito da noite e eu estava na minha casa, mas não pude atender naquele momento por estar dando aula de violão, mas quando foi um pouco mais tarde, tinha uma mensagem na caixa postal me dizendo um local que eu deveria ir para encontrar a Taylor.

— Quem mandou a mensagem?

— Não faço ideia, mas posso dizer que era uma voz masculina, bem grossa, mas desconhecida. — respondeu pensativo. — Bom, no primeiro momento pensei que poderia ser um trote, não é nenhum segredo da nossa amizade, mas porque eu? De tantos amigos mais próximos à ela, não fez sentido, então pensei que também poderia ser uma dica do paradeiro dela e me arrisquei, mas quando cheguei lá, estava cheio de polícia e diziam que ela tinha sido encontrada e estava beirando a morte. E estava sozinha. Então, por que eu? Não faz nenhum sentido... apenas não faz nenhum sentido.

— Mas o que você acha disso tudo? Era um trote?

— Claro que não. Ela realmente estava lá ao meu encontro, mas ferida. — Ed respondeu. — Eu acredito que tentaram me incriminar, detetive. Não tem outra explicação.

— E quem poderia fazer isso? Incriminar você?

— Não é sobre mim, é sobre a Taylor. Eu só seria um bode expiatório para tudo isso. — Ed suspirou. — Havia meses que Taylor me relatava que sofria ameaças e ofensas, era no seu armário de treino ou em livros, sentia perseguida pelo campus... ela dizia que estava acontecendo algo estranho, mas não sabia dizer como. Então, pensou em suspeitos...

— De quem ela suspeitava?

— Das pessoas que disputavam com ela no time de natação. Só poderia ser uma delas.

***

Ao entrar no quarto de Theodore James, Johnny puxou duas cadeiras e posicionou próximo à cadeira de rodas que o rapaz utilizava. Cumprimentaram-se de forma cordial e Theo tomava dois comprimidos dados pela enfermeira que logo saiu, então Johnny iniciou:

— Como vai sua recuperação?

— Vai bem, deu tudo certo e em dois dias terei alta para fazer para minhas atividades... leves.

— Sabe, eu fiquei muito surpreso com você se oferecendo para doar um rim à Taylor, após o teste de Karlie ter sido incompatível. Os pais de Taylor pensaram em fazer o teste, tinha um primo próximo também e ela tinha ido para o terceiro lugar da lista nacional de doação. — Johnny explicava. — Minha curiosidade é entender a razão que te levou a isso, quando você também é um atleta.

— Atleta? — Theo riu de maneira debochada. — Eu prático e gosto de esportes, mas não me considero um atleta, não como a Taylor é. — respondeu sério. — Não pensei duas vezes em salvar a vida de alguém que eu amo.

— E viver com mais limitações valerá a pena?

— Seu irmão, Jared Leto-Depp, pensou em fazer o mesmo por ela. Quero deixar este nome salvo para o meu depoimento. As intenções são as mesmas, mas porque você está só me julgando?

— Não estou julgando. — Depp se defendeu. — Apenas analisando toda a situação. Bom, conversei também com Karlie Kloss-Swift e ela me disse que a paternidade pertencia a você. O que me deixa ainda mais incrédulo com sua relação com Taylor, mesmo ela estando em um relacionamento com meu irmão, como você fez frisou aqui, você a engravidou.

— Não tínhamos uma relação solida e eles tinham terminado. — respondeu e sorriu.

— Ah, não foi isso que Jared contou. E devo lembrá-lo que também está sob juramento, então, alguém está mentindo aqui.

— Eu fiz dois juramentos então, um aqui e outro lá fora. — Theo sorriu confiante. — Eles tinham terminado, e nós tivemos um... um momento mesmo. Algo tão casual, mas envolvente. Apenas sentimos e aproveitamos aquele momento, talvez teria sido diferente se não tivesse sido levada, mas veja bem, infelizmente o destino traçou dessa forma.

— Como tem certeza da paternidade? — Katheryn questionou.

— Ela me disse e eu confio na Taylor.

— Bom, é tudo ainda muito nebuloso, mas na realidade o que queremos saber é sobre quem fez o que fez com ela. Aposto que tem suspeitos, pode compartilhar para pensarmos juntos?

— É tudo sobre competição. É triste, mas é verdade. A competição foi longe demais, muito longe mesmo e resultou na morte de Lily Collins e quase na de Taylor, as melhores do tipo. Então, pense comigo: se as melhores saem do placar, quem teria mais chance? Era tão obvio que ninguém enxergou, mas a motivo mais idiota, é o motivo de acabar com duas carreiras.

***

Após o depoimento com Theodore James, Taylor sabia que seria a próxima. Com a ajuda de sua irmã, banhou-se e colocou uma roupa mais casual – abandonando aquela do hospital. Arrumou seu cabelo em um rabo-de-cavalo e aguardou sua vez, repassando detalhes e informações em sua cabeça. Bateram na porta e lá estava Johnny acompanhado de Katheryn, logo entraram e tomaram posse das cadeiras disponíveis. Com um sorriso falso estampado, Johnny pediu para que ela começasse.

— Vou dizer o que eu lembro... eu não sei onde eu estava, mas eu escapei, ou fui solta porque estava fácil demais. E ali mesmo, naquela estrada, comecei a correr para o sentido norte, mas fui atropelada por um carro, não sei quem dirigia, pela sombra... era uma mulher. E eu já estava no chão quando uma moto parou próximo, pensei que me ajudaria, mas fui acertava diversas vezes por um capacete. E era principalmente na minha perna... — ela apontou com o olhar. — Era proposita, pessoal! E depois no meu rosto. — disse entretecida. — Sei quem é o piloto e quero dizer, mas preciso que me protejam porque ainda estão soltos e eu tenho medo.

— E será protegida, apenas diga quem é! — Johnny.

— Eu vi, é o Justin Bieber. Eu o conheço por meio da minha amiga, Selena. Era ele!

— Você e seus amigos precisam falar a mesma língua comigo. Diga o que sabe, Taylor.

— É complicado porque é uma suspeita, apenas uma suspeita. Ela sabia demais, sabia sobre o Jared, sobre nós... E ameaçou explanar e eu fiquei com medo. Recebi uma mensagem dizendo um local e uma data, era um celeiro velho e abandonado. Bem sujo. Fui até lá, mas fiquei trancado por todo esse tempo e até aquele momento, nada tinha acontecido comigo, parecia que só queriam me manter fora da jogada. Algo mudou e olhe para mim agora.

— E o que poderia ter mudado?

— Karlie! —Taylor respondeu quase com um grito. — A volta de Karlie, isso me deixou pensativa porque só há uma pessoa que eu conheça que odiaria a Karlie tanto quanto não me suporta também. Pensando nos inúmeros motivos, só pode ser...

***

Ao voltarem para delegacia, Katheryn entrou na sala com Johnny e fechou a porta.

— Eles combinaram?

— Provável que sim, mas não posso afirmar. — respondeu Johnny. — Quero uma prisão preventiva de Justin Bieber agora, localize-o e prenda, então, iremos atrás da outra.

Voltaram ao campus e foram direto no sentido dos dormitórios femininos. Bateu na porta, mas vinha acompanhado de mais alguns oficiais.

— Sim? — falaram ao abrir a porta.

—  Sou o detetive superintende John “Johnny” Depp, do estado de Filadelfia. — apresentou-se. — Você está presa pelo homicídio de Lily Janes Collins e na tentativa de homicídio de Taylor Alison Swift. Você tem o direito de permanecer em silêncio; tudo o que você disser poderá e deverá ser usados contra você no tribunal. Você tem o direito de ter um advogado presente durante qualquer interrogatório. Se você não puder pagar um advogado, um defensor lhe será indicado.

— Só pode ser um engano! — exclamou.

— Você é a Vanessa Hudgens?

— Sim, sou eu mesma, mas...

— Então, está certo. Você está presa! Confirme que entendeu seus direitos.

— S-Sim...

Johnny algemou Vanessa e a levou para uma viatura. Vanessa Hudgens ficou paralisada e em silêncio por todo o trajeto. Apenas pensava que dali em diante, nada seria o mesmo.

Para nenhum deles.

[FINAL DA TEMPORADA]