Abri meus olhos e senti meu corpo pela primeira vez. Minha mãe estava segurando forte minha mão e começou a beija-la ao me ver com os olhos abertos. Olhei para o quarto do hospital de uma forma panorâmica e estavam todos ali: Karlie sentada ao lado de Ed conversando, meu pai olhando para janela e minha mãe ao meu lado.
- Vou chamar um médico. – Karlie levantou rapidamente e saiu.
- Oh, Taylor. – Minha mãe ainda chorava. – Como é bom ver seus lindos olhos novamente.
- Também é bom vê-la, mãe. – Acariciei seu rosto. – Todos vocês, na verdade.
- Acho que você deveria saber que eles pegaram Miley. – Meu pai pegou na minha mão. – Fique tranquila que você está mais segura. – Ele sorriu. – Não faça mais isso conosco, por favor.
- Desculpe. – Fechei os olhos novamente.
- Não durma, Taylor. O médico já está aqui. – Karlie sorriu.
- Taylor você passou perto da morte e voltou, duas vezes. – Ele brincou. – Lembra do que houve?
- Miley... Ambulâncias... Você. Apenas flashes. – Respondi.
- Você passou por uma transfusão de sangue porque perdeu muito sangue, mas a facada em si irá doer, por sorte não pegou em um lugar grave.
Concordei com a cabeça e olhei para Ed. Ele sorriu tentando passar alguma confiança em seu sorriso. Bufei ao ter um deja vu com esse momento.
- Se você estiver à vontade, detetive John está aqui para falar com você.
- Peça para entrar. – Respondi. – Que isso acabe logo.
Todos saíram da sala e John entrou sozinho com uma pasta preta na mão.
- Como se sente? – Perguntou fechando a porta.
- Melhor. Meu pai disse que a pegaram. – Respondi.
- Sim, é verdade. Pegamos ela na rua da casa onde morava. – Respondeu. – O que aconteceu entre vocês?
- Ela não contou? – Retruquei confusa.
- Quero saber de você. – John sorriu. – Falamos em não brigar mais, certo!?
Concordei e contei tudo que tinha acontecido, tudo que me lembrava.
- Você encontrou Jared?
- Não. – Respondi rapidamente.
- Jacob, seu namorado, deu entrada no hospital ontem para um leve curativo. Algo similar a uma facada e lembrou-me uma que Jared deu quando mais novo em uma briga. – John olhou para o chão pensativa. – Irei perguntar de novo, voce encontrou com Jared?
- Sim, ele estava com Jake e foi ele que me deu o pen drive. – Respondi.
- Ele admitiu ter matado Lily? – John. – Preciso saber porque ele foi visto desembarcando no Canadá e se foi ele...
- Detetive, quero ficar fora disso pelo menos uma vez. – Afastei o assunto.
- Ficará, é só responder. – John. – Admitiu?
- Não. Foi tudo a Miley, certo?
- Taylor, a advogada de Vanessa está aí fora querendo falar com você, mas você tem muitas visitas, então, falarei o que ela quer. – John levantou. – Com a prisão de Miley, Vanessa não responderá por nenhum crime em relação a Lily que foi acusada, mas ela poderá responder por tentativa de homicídio por você. A pergunta dela é: você quer seguir em frente com isso?
Virei a cabeça e pensei. Eu só quero acabar com isso, conclui. Com tudo isso.
- Não, não irei seguir em frente. – Respondi.
John olhou pela última vez e despediu-se com um aceno. Segundos depois Ed e Theo entraram sorrindo com um pote de sorvete na mão.
- Ruim de morrer. – Theo deu um abraço apertado. – Foi o que disseram.
- O que ele queria? – Ed.
- Saber o que aconteceu. – Respondi comendo o sorvete. – Quando vou sair daqui?
- Dois dias de observação. – Theo. – E agora que acabou.... O que vai fazer?
- Eu não sei, mas eu não volto naquele lugar nunca mais. – Revirei os olhos. – Jake, está aí?
- Íamos te perguntar isso. – Ed sorriu fraco. – Ele sumiu.
- Deve ter ido embora. – Comentei com a voz falha em tentativa de segurar o choro. – Ele mentiu como Jared mentiu, como Johnny mentiu. Todos eles que eu estava disposta amar, mentiram na minha cara.
- Taylor. – Ed riu. – Se você descobriu a tempo, quer dizer que você ainda tem uma chance. Quero dizer, se você achar necessário um cara para compartilhar.
- Não acho. – Sorri. – Digo que eles foram uma completa mentira na minha vida assim como Miley foi.
***
- Você disse que tinha uma coisa a dizer, o que é? – Perguntei ao entrar na sala de interrogatório.
- Que vocês são péssimos investigadores. Todo esse tempo. – Miley riu. – Dois detetives bons e foi o John que conseguiu.
- Mais alguma coisa? – Perguntei já entediado com seus ataques.
- Cadê seu irmão? – Ela perguntou.
- No Canada. – Respondi. – Sabe o que ele foi fazer lá? Presumo que vocês tinham relações.
- Ele nunca gostou de mim, na verdade, ninguém nunca gostou. – Miley brincou com as algemas.
- Posso dizer que você está enganada, mas você é quem sabe. – Sorri.
- Digo que são péssimos por estarem deixando coisas passar. Eu assumo a culpa, vocês finalizam o caso, mas uma coisa não vai estar certa. – Miley riu. – Ao menos na sua cabeça.
Sentei na mesa e a observei em silencio.
- E então?
- O que preciso dizer? Ela mereceu apesar de nunca querer machuca-la, eu apenas queria ferir e tirar o que importava dela igual com fiz com a Taylor. Foi um pouco longe demais. – Sorriu.
- Um pouco longe demais. – Repeti rindo. – Espero que sorria assim, todos os dias durante seus anos de prisão. Tem um sorriso bonito, uma pele agradável e eu realmente espero que você tenha uma longa e ótima estadia em um cubículo gelado e cinza.
Bati a porta da sala de interrogatório. O corredor estava vazio. Comecei a esmurrar a parede.
Tinha algo errado, mas não tem como enxergar.
***
- O que está fazendo? – Perguntei.
- Esvaziando as coisas do meu armário. – Respondeu o obvio. – E você?
- Vim treinar depois de visitar Taylor no hospital. – Sorri. – O Nick contou o que disse, Liam.
- Demi... Não... – Liam balançou a cabeça.
- Conversei com Joe. – Sorri. – Ele me contou também. Eu não quero que...
- Demi, você nem perguntou o porquê de esvaziar meu armário. – Liam interrompeu-me. – Eu vou embora daqui, não tenho dinheiro para ficar estudando aqui.
- Uau. – Ri por impulso.
- Pois é. – Liam sorriu forçado. – Não quero saber mais do drama que vocês fazem sobre esse assunto. Cher foi embora, eu também vou. Esse assunto não morreu porque Joe faz questão de lembrar o tempo inteiro. – Liam bateu a porta do armário. – Cher mandou uma mensagem querendo falar comigo essa manhã. Eu fui achando que poderíamos ter uma conversa só que ela apenas chorou e bateu na minha cara diversas vezes. Permiti porque eu merecia, mas ela disse que eu levei você a isso. – Riu forçado novamente. – Aceito levar culpa pelo o que fiz, mas isso.... Nós dois? Foi sua ideia.
- Não sabia que ela tinha ido atrás de você. – Fiquei abismada. – Liam.
- Demi, por favor, apenas viva sua vida e eu farei o mesmo. Você sacrificou isso por um bem maior, eu apoiei você até onde pude, até onde você permitiu e depois me excluiu. – Liam riu. – Era um acordo, lembra dele? Se eu estou indo embora agora por não poder pagar esse lugar, você descumpriu.
Liam colocou tudo em uma pequena mala com pressa e bateu a porta do armário. Esbarrou no meu ombro e voltou.
- Eu aceitei ser o vilão quando pediu. Não serei mais.
Fiquei parada e bati no armário.
- Cher, sua burra! – Gritei batendo no armário.
***
- Acabou, não é? – Katy sorriu.
- Faz um tempo que não vejo esse sorriso no rosto. – Comentei aproximando-me. – Sim, acabou.
- Talvez podemos resolver tudo em um jantar. – Sugeriu colocando todos seus pertences na caixa. – Voltar para NY, para minha casa e sumir desse fim de carreira.
- Não tem graça quando pensamos em Johnny. – Rimos da situação. – Precisaremos mais do que um jantar.
- Depois disso. Essa jornada. – Katy continuou sorrindo. – Pensei bem e quero férias. Se formos trabalhar juntos, temos que ter um momento que separa isso ou futuro.
- Concordo com você. – Dei um leve beijo.
- John, tudo que passamos aqui. – Ela voltou a me beijar. – É uma prova que precisamos em NY.
- Podemos permanecer juntos?
- Sim. – Ela pegou na minha mão. – Na próxima, trabalharemos juntos apoiando um ao outro.
Ela recolheu tudo e fechou a caixa.
- Marquei o primeiro voo. E você?
- Irei amanhã. – Respondi. – Tenho que resolver as últimas coisas. É o fardo de ser o chefe das investigações. – Rimos.
***
Algumas semanas depois.
- Tenho em mãos uma carta escrito a mão por Taylor Alison Swift onde ela diz que não irá seguir em frente em um processo contra Vanessa Anne Hudgens. Sendo assim, decreto nessa audiência hoje que a réu, Vanessa Anne Hudgens, cumpra serviço humanitário por seis meses e comprovante de moradia mais estudos. – A Juíza leu. – Você estará livre de qualquer acusação visto que o Estado idealizará pelo tempo que ficou presa em irresponsabilidade do ex-detetive Johnny Christopher Depp.
A Juíza bateu o martelo e levantou, saindo da sala de audiência. Dei um forte abraço em Viola e corri para abraçar Ashley e Zac.
- Muito obrigada Viola. – Agradeci beijando sua mão e seu rosto. – Ter acreditado em mim.
- Fico feliz em ter ajudado você. – Ela riu. – Apenas não se meta mais em problemas ou faça o que mandarem.
***
Karlie passou a mão na minha nuca e começou a fazer uma massagem.
- Vi você conversado com Demi no hospital mais cedo. – Karlie. – Como foi?
- Eu não sei. Vi Liam também. – Respondi. – Eu vi você chorando por sua irmã e depois sorrindo ao vê-la bem e viva. Não quero que seja assim comigo e Demi. Quero achar uma maneira de perdoa-la.
- Cher. – Sentou ao meu lado. – Tudo tem seu tempo, apenas não erre como aconteceu comigo e Taylor. Nós éramos ótimas amigas até ficarmos diferentes.... Quando soube que ela tinha desaparecido, pensei que perderia uma amiga, mas ela está aqui e ainda não conversamos. – Karlie parou um segundo. – Se seu coração diz que deve perdoa-la, perdoe Demi, mas não fique perto dela. Todo o mal que ela causou a você, isso é imperdoável.
Karlie abriu seus braços para um forte abraço. Ficamos unidas por um tempo.
- Sou grata por ter conhecido você. – Sorri. – Tudo que tem feito por mim todo esse tempo.
- É bom ter ganhado uma amiga de ouro. – Karlie apertou minha mão. – Obrigada por isso.
***
- Como não? – Perguntei estranhado. – Peguei uma grande fila para vê-la.
- Sinto muito por você, garoto. – O guardo deu a mínima. – Aqui no sistema não está seu nome.
- Como isso funciona? Eu era o namorado dela antes disso. – Questionei. – Digitou direito: Nicholas Jonas. – Repeti meu nome.
- Nicholas Jerry Jonas? Você não está na lista de visitas. Agora vá que tenho outras pessoas para atender.
- Ela também não quer minha visita. – Uma voz familiar. – Talvez tenha mentido o tempo inteiro para nós.
- Eu não acredito neles! – Retruquei nervoso. – Erraram de alvo como fizeram com Vanessa.
- Nick... Eles têm provas.
- Selena, o que quer? – Questionei nervoso.
- Visita-la, mas ela não permite. – Selena riu. – Agora eu vou embora.
Selena ficou sem graça e saiu andando, comecei a segui-la.
- Eu não quero acreditar que Miley tenha feito isso. – Lamentei. – Queria vê-la uma vez.
- Comigo foi diferente. – Selena parou na porta da penitenciaria. – Estava ali o tempo inteiro na voz dela, no modo de falar de tudo isso, na raiva que sentia, como ela explodia... Eu só não quis enxergar.
Fiquei feliz por ver Vanessa ficar livre!
ResponderExcluirE acho que o Nick ainda terminará do lado da Selena, porque a Miley será presa e o Justin já está preso...
Eu não acredito que o Jared apenas sairá do país. Ele ainda tem que acabar preso.
Posta logo.
Beijos.
Sim, será Nelena no final e por essa realmente não esperava...
ExcluirVamos ver qual será final deles. Ainda temos dois/três capítulos pela frente para encerrar tudo (ou não).
Irei postar ainda hoje.
Beijos.
adorei o capitulo e se eu posso dar um conselho pode mudar a cor da letras esta muito claro e fica um pouco ruim de ler
ResponderExcluirposta logo
Fico feliz que tenha gostado e sinto muito por isso.
ExcluirIrei trocar o layout para uma cor melhor de ler. Espero que goste do próximo capitulo e layout haha.
Beijos.